QUER GANHAR MAIS? CORRA RISCOS!

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Quer ganhar mais? Corra mais riscos!

Hoje, nós vamos falar de algo muito importante quando tratamos de investimentos. Falaremos da relação risco x retorno. Normalmente, em quase tudo na vida, quanto mais arriscamos, temos chances de ganhar prêmios maiores. Quando eu falo de riscos eu falo de chances, de probabilidades. É muito mais fácil ganharmos no bingo da escola ou da nossa cidade que ganhar na Mega Sena. Mas, em compensação o prêmio do bingo é menor que o prêmio da Mega Sena. O risco de você perder em uma loteria é tão grande, ou seja, as chances de qualquer pessoa ganhar são tão reduzidas que o retorno é muito grande.

Mas hoje eu não estou aqui para falar sobre loterias. Eu estou aqui para falar sobre essa matriz risco x retorno no mundo dos investimentos.
A parte técnica da relação risco x retorno, falando de diversificação, risco sistêmico e não sistêmico eu já falei neste outro artigo clique aqui.

Hoje vamos falar dos próprios investimentos em si, e no final da diferença de risco entre as ações.

Vamos começar com um investimento como o Tesouro Selic, ou ainda um CDB de um banco grande que pague próximo a 100% do CDI. Notamos que o risco da pessoa perder dinheiro nessa aplicação se limita ao calote do grande banco ou ao calote do tesouro nacional. A taxa já foi pactuada, e o CDI nem a Selic chegam a valores negativos no Brasil. Enfim, se esse investimento tem um risco pequeno, é esperado um retorno pequeno para ele. Observe na foto abaixo como se movimenta o retorno de um título do Tesouro Selic.

Você não fica negativo, nem mesmo se vender antecipadamente.

 

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O próximo investimento de menor risco são os títulos pré-fixados. Quanto mais próximo do vencimento menor o risco existente nesses títulos, e quanto mais longos (mais longe do vencimento) maior risco. Eu expliquei essa questão da marcação a mercado neste artigo.

Neste momento, vocês já aprenderam que esses títulos têm uma possibilidade de retorno maior que o título anterior do Tesouro Selic. E vocês também já devem ter percebido que os títulos longos, como possuem maior risco, possuem maior retorno esperado.

Estes títulos podem dar até mesmo rendimentos negativos em algum momento, embora eles sejam renda fixa. Eles são chamados de Renda-Fixa, porque se o investidor guardar os títulos até o vencimento, ele terá aquela taxa pré-fixada pactuada.

Olhe a foto abaixo do título pré-fixado 2018, com vencimento em 01/01/2018. Veja como em 2014 que o título ainda tinha 4 anos para o vencimento ele possuía mais oscilação, e agora no último ano, ele se movimenta quase igual ao Tesouro Selic anterior.

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A seta mostra o dia do circuit breaker. Neste título que estava perto do vencimento, o risco (circuit breaker) quase não foi sentido, no título IPCA 2045 a queda do título foi de 22% em um dia. Em compensação a recuperação posterior desse título também foi menor.

Novamente mostramos aí a relação risco x retorno. Se você quiser entender porque o título fica mais volátil quando está longe do vencimento, leia esse artigo.

Para terminar a parte de Renda Fixa e irmos para as ações, segue abaixo a tabela com as rentabilidades de todos os títulos do Tesouro Direto, para que vocês observem que nos últimos doze meses, como a expectativa de queda dos juros se confirmou, e a economia também melhorou, os títulos mais longos se valorizaram mais que os mais curtos. Mas caso não se confirmasse eles renderiam menos ou até ficariam com rendimentos negativos. Percebam também que tantos os pré-fixados quanto os títulos corrigidos pelo IPCA renderam mais que o Tesouro Selic 2021.

Os títulos Pré 2020, Selic 2023 e IPCA 2045 não possuem rentabilidade anual, porque foram criados em fevereiro desse ano.

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Ações

Para falar de ações irei colocar abaixo dois gráficos de ações de duas empresas distintas. Ambev (ABEV3) e Usiminas (Usim5). Vocês verão que Ambev, tem altas de no máximo 43%, enquanto Usiminas consegue altas superiores a 1000%. Mas olhando o período inteiro de 2013 até aqui em outubro de 2017, Ambev subiu mais que Usiminas. Mesmo com a alta de 1100% de usim5.

 

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Se analisarmos as duas empresas, Ambev, têm melhores fundamentos, é lucrativa, tem margens melhores, possui um Roe muito melhor e possui dívida infinitamente menor quando comparada ao próprio patrimônio líquido.

Então por que Ambev sobe menos que Usiminas?

A resposta está no risco. Vou fazer a pergunta de outra forma: Qual o risco eu estou correndo ao investir em uma empresa sólida e consolidada como Ambev?

Muito pequeno, né?

Agora, qual o risco que eu estou correndo ao investir em uma empresa como Usiminas que ainda não gera lucros, que depende do preço da commodity principal e que tem margens bem menores que na década passada?

O risco de ter uma queda de 95% do meu capital. Muito grande, entendeu?

Lembram o título do artigo: Quer ganhar mais? Corra mais riscos?

É exatamente sobre esse tipo de riscos que eu falo. Para compensar correr um risco tão grande assim, eu preciso de um retorno que seja igualmente expressivo. No momento atual, é propício sair da “caixinha” (de investir em apenas empresas lucrativas) e tentar colocar uma pequena parcela de capital (até 15%) em empresas que não têm os fundamentos tão sólidos, mas que possa representar um belo aumento de capital no curto prazo.

Para calcular esse tipo de risco existe uma medida chamada Beta. Que é a medida de risco do CAPM (Capital Asset Price Management). Resumidamente:

• Se Beta maior que 1 ação agressiva
• Se Beta entre 0,5 e 1 ação conservadora
• Se Beta entre 0 e 0,5 ação ultra conservadora e defensiva
• Se Beta menor que 0 ação contrária a bolsa. Quando a bolsa sobe ela tende a cair, e vice versa.

Abaixo eu incluí uma tabela com algumas das ações do Ibovespa e seus respectivos Beta retirados do site.

Se o seu perfil é mais conservador, defensivo, que tem aversão ao risco mesmo que ganhe um pouco menos em uma alta como a atual, invista em ação com Beta entre 0 e 1, e não se preocupe se o amiguinho está ganhando mais que você.

Se você pretende tentar aproveitar o momento atual de alta, com queda de juros, inflação controlada, previsão de crescimento da economia, aumento dos investimentos do setor privado e queda do desemprego, pegue empresas com Beta superior a 1.

 

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Tabela elaborada pelo autor com dados do site investing.com

 

Parece que na tabela acima ficou bem clara a diferença de risco entre Ambev e Usiminas que causou aquela distorção de retorno no curto prazo. Mas cabe lembrar, que isso é válido para períodos curtos como o atual. Se pegarmos os últimos 5 anos Abev3, por exemplo, mesmo tendo o Beta baixo rendeu mais que Usim5.

Das ações do Ibovespa que foram estudadas apenas 3 tem o Beta negativo, e estas podem ser usadas de duas formas. Ou como proteção da carteira, ou para períodos de queda da bolsa.

Espero que vocês tenham gostado do artigo de hoje falando sobre essa medida de risco. Na carteira Gold Dica de Hoje, eu estou saindo do conservadorismo e estou colocando algumas ações com risco maior para tentar captar essa alta da bolsa. Mas acho que é interessante em primeiro lugar respeitar seu próprio perfil de risco e sempre dormir tranquilo à noite.

Se você quiser saber quais são essas ações que eu estou incluindo na carteira e todas as outras da carteira, assine a promoção até amanhã: Sexta feira 06/10/2017.

Nesta promoção o assinante tem a possibilidade de experimentar por um mês grátis. Se você não gostar e cancelar até 29 dias você não paga nada, e se você permanecer o primeiro mês foi gratuito. Aproveite e se mantenha atualizado.

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Muito obrigado pela atenção
Abraços e Bons investimento

Daniel Nigri analista CNPI

*As ações utilizadas como exemplo não são recomendações de compra ou de venda. São apenas amostras de como funciona a medida de risco Beta. Para analisar e recomendar precisam ser usados vários outros indicadores em conjunto.

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