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Juros Neutro ou Estrutural

Existe um famoso conceito entre os economistas que é o chamado “juro neutro”, essencial no cumprimento da meta de inflação

Quando o Banco Central determina a taxa básica de juros (Taxa Selic), a cada 45 dias através das reuniões do COPOM, ele está tentando encontrar uma taxa de juro que permita o crescimento da economia sem resultar em alta exagerada da inflação. Esse juro ideal é conhecido como juro estrutural, juro neutro, taxa natural ou de equilíbrio.

Fazendo uma analogia a ele, seria como se fosse o “piloto automático” do Banco Central, isto é, o juro neutro é um nível de taxa de juros que, quando chegamos a ele, a inflação não acelera e nem desacelera.

Se notarmos, toda economia de um país possui ciclos de crescimento acelerado ou até mesmo crises. A grande depressão de 1929 foi uma crise tão rigorosa que levou o desemprego americano para 25%. As consequências sociais, como a fome, eram tão assustadoras que o governo começou a pensar em formas de atenuar os ciclos econômicos, tornando as crises menos severas e as épocas de superaquecimento mais controladas.

Metas de inflação

Neste contexto, surgiu o Banco Central unificado da forma que conhecemos hoje, e os mecanismos de política monetária se consolidaram. Atualmente possuímos um regime no Brasil e na maioria do mundo que funciona com metas de inflação.

As instituições governamentais determinam uma meta para a inflação – aqui no Brasil decidida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Dessa forma, cabe aos Bancos Centrais desses países alterarem a taxa de juros para que a inflação caminhe em direção a meta. No entanto, as economias têm ciclos e, quando esses ciclos mudam, os Bancos Centrais têm que reagir.

Tomemos como exemplo uma grande crise como a da bolha imobiliária que ocorreu em 2008. Diante desse fato, o consumo das famílias cai, tal como a receita das empresas que consequentemente tem de demitir seus funcionários. Por sua vez, estes ficam sem os salários e param novamente de consumir… e assim a economia entra em um grande círculo vicioso.

Essa queda na demanda faz com que os preços caiam também e a inflação vá para baixo da meta estipulada.

O que é Juro Neutro?

Juro Neutro é um conceito utilizado para indicar que uma determinada taxa de juros é adequada para estímulo de um país sem gerar instabilidade na inflação ao longo do tempo.

No Brasil, esse termo é utilizado principalmente para análise da Taxa Selic, a taxa de juros básica do Brasil, em relação ao índice de inflação. Se há equilíbrio que não traga impactos para o aumento dos preços, então estamos diante de uma taxa com juro neutro.

Um desafio para análise desse conceito é que ela não é fixa ao longo do tempo. Isto é, de acordo com o desempenho e o comportamento da própria economia, o juro neutro também vai se movimentando.

Além da nomenclatura que vamos abordar neste texto, o juro neutro também é conhecido por outros nomes. São eles:

  • Juro estrutural
  • Juro ideal
  • Taxa de equilíbrio
  • Taxa natural

Juro neutro x juro real

Uma confusão que pode acontecer quando o assunto é taxa de juros está entre juros reais e juros neutros. O segundo, como já vimos, é uma taxa proposta que permite o crescimento econômico sem afetar tanto a inflação.

Já os juros reais são os rendimentos efetivos que uma quantia de capital apresenta descontando a inflação. Imagine, por exemplo, que a Taxa Selic esteja em 5% e a inflação esteja em 3%. Neste caso, os juros reais seriam de 2% (5% – 3%) e representam o que efetivamente foi ganho no período.

Há, como vimos, uma forte relação entre todos esses conceitos: juros neutros, juros reais, Selic e inflação. E uma medida impacta diretamente nas demais.

Como calcular o juro neutro?

O cálculo do juro neutro não é uma tarefa fácil, pois existem uma série de variáveis que impactam diretamente o comportamento tanto da taxa básica de juros de um país, como também a sua inflação. Entre eles podemos listar:

PIB

Confiança do consumidor na economia

Crescimento do índice de produtividade

Desempenho de setores econômicas

Tendência a poupar ou gastar por parte dos consumidores

Taxa de crescimento populacional

Estudo

A figura apresenta a queda da taxa de juros neutra entre 2001 e 2019. Em preto, o juro neutro. As diversas faixas coloridas representam os componentes do juro neutro. Em vermelho, o componente estrutural do juro neutro. Em amarelo, azul e verde, os componentes cíclicos.

Há três claros momento da formação do juro no Brasil nas últimas duas décadas. De 2001 até 2007 aproximadamente, o componente estrutural do juro neutro cai muito, depois de forte alta inicial. De 11% em 2001 sobe para pouco menos de 20% em 2003 e cai, em seguida, até 5% em 2008. O fator mais importante para a queda do componente estrutural do juro neutro foi o recuo do risco país. Após chegar a responder por 16 pontos percentuais no 2º trimestre de 2004, o peso do risco país na formação juro caiu para 1,4 pp no 2º trimestre de 2009.

As causas principais da queda do risco foram a eliminação da dívida pública atrelada ao câmbio e a forte acumulação de reservas. O setor público deixou de ter passivos em dólares e passou a ter ativos dolarizados: a desvalorização do câmbio passou a melhorar a posição patrimonial do setor público, quebrando o círculo vicioso que vigorava anteriormente.

Quando temos um cenário de aumento da  divida publica e inflação o tudo muda.

Juros Neutro em 2022

A taxa básica de juros Selic do Brasil deve atingir seu nível neutro no próximo ano, disse um diretor do banco central

Em uma das primeiras vezes que um formulador de políticas ofereceu estimativas específicas da chamada taxa neutra, o diretor de política econômica Fabio Kanczuk disse que as informações e projeções atuais sugerem que seria “muito estranho” para a Selic atingir seu nível neutro este ano.

A taxa neutra é o nível de custos de empréstimos oficiais em que a economia funciona com pleno emprego e crescimento potencial, sem alimentar a inflação.

Supondo que as perspectivas atuais do banco para a economia e a inflação se estabilizem, “então você deve atingir a taxa neutra quando o hiato do produto estiver próximo de zero. Isso deve ser em 2022, não em 2021, por isso não deve haver normalização total em 2021. ”

Mas com a inflação anual atualmente acima de 5% e com tendência de aumentar ainda mais nos próximos meses, muitos investidores temem que a inflação termine o ano acima da meta do banco central.

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