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Rússia x Ucrânia: Entenda melhor esse contexto e possíveis consequências

Um novo capítulo da relação conturbada entre Rússia e Ucrânia tem dominado os noticiários internacionais. Na última quinta-feira (10), a Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia. O movimento aumentou os temores de uma invasão russa ao território ucraniano – ainda que o Kremlin alegue que não planeja atacar o país vizinho e que está agindo apenas para se proteger de uma possível ameaça externa.

Com desconfiança pelos russos, que alegam que o apoio da organização aos ucranianos, com treinamento e armas, ameaça a segurança da Rússia.

Esse atual impasse entre os dois países escalou em novembro de 2021, quando o presidente russo, Vladimir Putin, posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Há anos, as duas nações, que no passado fizeram parte da União Soviética, disputam porções de territórios próximos a fronteira. A Ucrânia frequentemente acusa a Rússia de atentar contra sua soberania ao financiar grupos separatistas.

Dois pontos importantes

A transformação e expansão da OTAN

A Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) surgiu em 1949, no contexto da Guerra Fria. A finalidade da aliança era lutar contra a expansão do comunismo e retaliar qualquer ataque soviético contra seus países-membros.

Eram eles: Bélgica, Canadá, Dinamarca, Estados Unidos, França, Islândia, Itália, Luxemburgo, Países Baixos, Noruega, Portugal, Reino Unido.

Com o fim da Guerra Fria, marcado pela Queda do Muro de Berlim (1989) e pela extinção da União Soviética (1991), a Otan perde o sentido de existir prévio, mas se reformula e permanece como instituição internacional –contrariando até mesmo algumas previsões teóricas.

Parte da reformulação da Otan envolvia sua expansão e uma nova atuação contra ameaças não estatais, como o tráfico humano, o tráfico de drogas, a pirataria, o controle migratório, questões do meio ambiente e também o controle do tráfico de armas em massa.

Nesse projeto de expansão, Países dos Balcãs, como a Lituana e Estônia, entraram para a Otan. Na Guerra Fria, essas nações faziam parte do Pacto de Varsóvia, que foi justamente uma resposta da URSS à Otan, em 1955. Nesse contexto está o desejo da entrada da Ucrânia.

Em termos práticos, quando esses países aderem à Otan estão estabelecendo uma estreita cooperação militar com os EUA – o que, nas próprias narrativas de Putin, significa escolher o ocidente e não a Rússia.

E o interesse da OTAN pela Ucrânia e vice-versa?

Para os países cortejados pela Otan, no entanto, essa parece ser uma via de mão dupla, em que todos podem sair ganhando. O interesse dos países em entrar na organização tem relação com uma busca por estabilidade. Também há a perspectiva de ganhos do ponto de vista de investimentos e de segurança. A Otan exige que seus membros sejam democracias adeptas da economia de mercado. “Embora seja militar, o ingresso na aliança liderada pelos EUA causa um efeito semelhante ao da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) para esses países do leste europeu, com obrigações e benefícios”.

Riscos

Num efeito dominó, outras matrizes energéticas também terão seus custos elevados. A volatilidade relacionada à energia provavelmente se traduziria em ganhos para a moeda dos EUA em relação ao euro. A crise econômica e de energia na Europa pode chegar ao Brasil. Isso porque investidores tendem a procurar investimentos mais seguros, como títulos do Tesouro dos EUA, valorizando o dólar. O feito desse movimento no Brasil é a desvalorização do real e a subida da inflação….

Infelizmente, no mundo atual, só existe um estrategista político de alto nível entre os líderes globais e seu nome é Vladimir Putin. Putin sabe, como ninguém, contra-atacar com armas que não são convencionais: ciberataques, disseminação de fake news, manipulação na Opep, uso de proxies para desestabilizar terceiros etc.

Um aumento substancial no preço do petróleo é o que podemos esperar assim que o primeiro soldado russo inicie o avanço dentro do território ucraniano. Esse tipo de ação acabaria trazendo consequências para todos os cantos do mundo: o preço da gasolina aumentaria tanto na longínqua Anápolis, em Goiás, como em Feira de Santana, na Bahia. Tudo está interconectado.

A diferença dos impactos de uma invasão também deve ser levada em consideração. Para a Polônia, o risco está bem em sua fronteira, enquanto para Holanda e Portugal, a análise de riscos é completamente diferente. Os EUA estudam sanções extremamente fortes, como, por exemplo, agir sobre todo o sistema financeiro russo. Isso teria um impacto explosivo não só no custo da energia fóssil no mundo pois poderia levar o namoro entre Rússia e China para um casamento bem mais sólido.

Possibilidades para o mercado em caso se a Rússia invadir a Ucrânia

  1. Os juros norte-americanos devem cair na esteira da busca de segurança por parte dos investidores, o que pode evitar uma alta generalizada de juros no Brasil;
  2. O preço do petróleo pode subir, o que criaria incentivos para alta de empresas, como Petrobras, que seguraria a bolsa do Brasil;
  3. O problema maior para o Brasil em relação ao conflito seria num segundo momento, devido às as sanções, uma vez que mais de 30% dos fertilizantes importados pelo país vêm da Rússia;
  4. As exportações brasileiras para a Rússia e Ucrânia se manteriam modestas;
  5. O real pode apreciar, por mais contraditório que possa parecer, na esteira de juros “menos altos” nos EUA e de commodities em alta no mundo.

Conclusão

Muitos outros elementos críticos estão na mesa. Entre eles a crise de migração que um confronto como esse geraria e como a União Europeia responderia. Outro aspecto altamente importante seria a reação da própria União Europeia.

A dependência que os europeus têm do gás russo é tamanha, que as sanções desenhadas pelo governo americano contra os russos, no caso de uma invasão, não encontram uma aceitação tão fácil dos governos europeus. Estes buscam uma forma de punir sem irritar os russos, uma estratégia altamente contraditória. Caso a resposta da UE seja frágil, os EUA terão uma difícil missão.

A volatilidade relacionada à energia provavelmente se traduziria em ganhos para a moeda dos EUA em relação ao euro.  A crise econômica e de energia na Europa pode chegar ao Brasil. Isso porque investidores tendem a procurar investimentos mais seguros, como títulos do Tesouro dos EUA, valorizando o dólar.

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