Cenário Internacional
Após a tensão entre Estados Unidos e Irã, que causou muito mais ruído do que efetivamente algum tipo de ameaça que colocasse o petróleo em risco.
Os mercados se voltaram para a assinatura do acordo comercial entre EUA e China.
Trazendo maior otimismo nos mercados internacionais e, portanto, mais investidores buscando ativos de risco.
Devemos prestar atenção nos próximos dias aos resultados trimestrais dos seis maiores bancos americanos.
E o mercado bancário espera que o resultado de 2019 será superior ao de 2018, quando os bancos lucraram US$ 120 bilhões.
Outro resultado importante foi o PIB da China, que repercutiu bem no mercado,já que as expectativas foram atendidas.
Precisamos também mencionar que os números de dezembro, mais robustos, dão força à subida desses índices.
No entanto, é importante lembrar que o crescimento econômico da China foi o mais baixo desde 1990.
Mas os dados de dezembro amenizaram o medo dos investidores de que haveria uma recessão por vir.
É inquestionável que a assinatura da primeira fase do acordo entre EUA e China contribuirá para o superávit comercial de Pequim.
Podendo também contribuir para aumentar a confiança de consumidores e empresas.
E o dólar?
Vamos recordar que em janeiro, assim como em dezembro também, Trump mostrou como a sua maneira de lidar com as questões geopolíticas conseguiu balançar os mercados.
Mesmo assim, se em novembro a tensão foi elevada, acabamos de assinar a 1ª fase do Acordo Comercial.
A assinatura ocorreu dia 15 de janeiro e já se iniciaram as negociações para a segunda fase, já estando assim em andamento.
É inegável que o cartão de visitas de Trump para eleições presidenciais é o resultado da economia. Sendo assim, em 2020 Trump já baixou o tom agressivo e a tendência é conversar mais com a China, já que estas economias são profundamente interligadas.
Quando olhamos para o dólar, focando internamente no Brasil, percebemos que no ano passado o BACEN implementou uma política cambial menos intervencionista, em que diminuiu os custos com swap cambial, e dessa forma o menor diferencial de juros foi o determinante para a cotação do real frente ao dólar.
Ainda é surpreendente que a moeda tenha começado o ano em torno de R$ 4,00, porque tivemos a maior fuga de capital estrangeiro nos últimos dois anos.
Em dezembro tivemos uma quantia de US$ 18,8 bilhões fugindo do mercado brasileiro. Para 2020, podemos ter um caminho um pouco diferente, já que a assinatura do acordo comercial entre China e EUA deixa os investidores mais otimistas com a economia global.
O cenário brasileiro apresenta uma recuperação econômica, ainda que mais lenta, e isso pode contribuir para a nossa balança comercial.
Podemos melhorar a conta financeira, mas o diferencial de juros baixos não deve diminuir, e esta conta já está no preço.
De acordo com alguns analistas
Se o cenário de crescimento no Brasil caminhar junto da melhora da tensão entre USA X China, poderemos ter um câmbio em torno de R$/US$4,10, pois refletirá em um maior fluxo cambial por conta da melhora nas tensões internacionais.
Mesmo assim, dependemos de que a expectativa de termos um crescimento do (PIB 2,3%) se consolide e não haja novas reduções no diferencial de juros entre Brasil e EUA.
Se olharmos com uma visão levemente mais pessimista, a volatilidade pode voltar com as eleições americanas e com uma retomada mais lenta da economia. Os analistas dos grandes bancos de investimento do Brasil estão trabalhando com o dólar a U$$ 4,50.
A conhecida relação entre taxa de câmbio e risco-país, diretamente proporcional entre os anos de 2009-2015, tem chamado a atenção pelo descasamento entre os indicadores após 2016.
A pergunta que não quer calar é:
Por que o risco-país não é mais o que determina o fluxo de capitais estrangeiros aqui no Brasil?
Quem encontrar essa resposta poderá entender como a nossa política monetária poderá ser.
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