Coronavírus e crise do petróleo: o que fazer agora?
Não bastasse a queda global ocasionada pelo surto do novo coronavírus , Arábia Saudita e Rússia se juntam, através do desacordo, para serem mais um agente de propagação do medo nos mercados. Se antes tínhamos o medo instaurado devido a propagação de um vírus fraco, agora temos um motivo mais forte para ficarmos atentos ao mercado.
Até a última sexta-feira, dia 06 de março, presenciamos uma queda de 18% do Índice Bovespa em 43 dias devido aos efeitos do coronavírus. Já na última segunda-feira, dia 09 de março, a queda foi de mais de 12% em um só dia, fato comparável às maiores quedas diárias já enfrentadas pelo Ibovespa.
O pânico se instaurou já no final de semana, quando os países integrantes da OPEP+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo + aliados), principalmente nas figuras da Arábia Saudita e Rússia, não conseguiram chegar a um acordo em relação à redução da produção de petróleo para aumento do preço do barril. Como retaliação, a Arábia Saudita anunciou o aumento na produção, o que forçaria o preço do barril para baixo, o que pode ser extremamente danoso para países e empresas pouco competitivas devido à diminuição de margem.
Crise do Petróleo
No domingo à noite, 08 de março, a commodity já abriu nos mercados globais com queda de mais de 15% no Petróleo Brent e de mais de 20% no Petróleo WTI. Era a confirmação da previsão dos analistas em relação à decisão Saudita.
Como não poderia ser diferente, o dia 09 de março, segunda-feira, foi sangrento nas Bolsas globais. O Cirtuit Breaker foi acionado em diversas partes do mundo, inclusive no Brasil, onde a B3 acionou o mecanismo de proteção com menos de 40 minutos de abertura das negociações devido à queda de 10%. Muitos chamaram este dia de Bloody Monday. Será que o nome pega?
Brincadeiras à parte. O que aconteceu foi uma novidade para os ‘filhos do Bull Market’, ou seja, aqueles que passaram a investir na Bolsa nos últimos anos e que, até então, só conheciam uma realidade em que o mercado sobe praticamente todos os dias. Isso que eu chamo de batismo em grande estilo.
Esse clima de desespero levou a muitos investidores a tomar decisões impensadas. Já outros, mais experientes, aproveitaram para ir às compras. Independente da motivação, em todos os grupos de Whatsapp se lia reclamações sobre travamento e mal funcionamento de algumas das principais corretoras.
O fato que precisa ser discutido é: qual é o correto a fazer nesses momentos?
Acredito que seja consenso que, quando há queda nos preços, mas os fundamentos permanecem, o correto é comprar e não vender. A grande questão é que não sabemos até onde essa queda irá, então a intensidade com que você adquire novas ações determinará se você aproveitou bem ou mal a oportunidade.
Eu, pessoalmente, não acredito muito numa fórmula mágica que funciona para todos. Cada um determina a própria estratégia. O que nós podemos fazer é tentar entender o que geralmente acontece em um cenário como esse, para então, definir e seguir uma estratégia.
Vamos partir do princípio que dá não para saber até onde uma queda vai, ou seja, você não sabe onde é o fundo enquanto está vivendo a queda. Você só vai ter certeza depois de um tempo. Sendo assim, esqueça a ideia de que você vai segurar toda a sua reserva para consumi-la no exato momento em que os preços caírem tudo que tiverem para cair. Seria fantástico, mas impossível.
Olhando para trás, as quedas relacionadas a crises foram, em sua maioria, mais intensas do que a atual. Então, podemos afirmar com certa segurança, que é possível que haja ainda mais quedas, pelo menos enquanto os integrantes da OPEP+ não entrarem em acordo.
Por outro lado, não podemos ignorar um dia de Circuit Breaker como uma chance interessante de comprar ações de empresas com desconto. O próprio mega investidor brasileiro Luiz Barsi postou um vídeo nas redes sociais dizendo, com a maior calma e alegria do mundo, que estava comprando.
Pessoalmente, eu não fiz nada na segunda-feira. Fiquei só de olho e postei bastante no meu Instagram (www.instagram.com/lucashmauricio) explicando sobre a situação. Confesso que bateu um certo arrependimento, quando na terça-feira o mercado abriu em alta. Algumas ações chegaram a atingir mais de 10% de valorização ao longo do dia. No entanto, eu ainda acredito em mais quedas, já que o coronavírus e a crise do petróleo ainda são assuntos não resolvidos.
Mesmo não sendo possível adivinhar qual é o fundo do poço enquanto se vive, é possível identificá-lo com algum grau de certeza, após tê-lo passado. Para isso, será necessário um pouco de conhecimento em Análise Gráfica, também conhecida como Análise Técnica. O gráfico te dará dicas de que o mercado está em reversão de tendência e voltará a subir. Assim, você não pegará o melhor preço, mas tem chances de conseguir um bom preço, provavelmente melhor do que quem foi comprando durante a queda e que talvez tenha esgotado suas reservas bem antes do fundo do poço.
Não vou negar que a teoria é linda e que a prática é outra história, principalmente porque quanto mais cai, mais medo as pessoas têm. Porém, acredito que vale a tentativa. No pior dos casos, você vai ter comprado bem abaixo do preço médio da sua carteira atual.
Ah, e nada impede que você associe as duas estratégias. Por exemplo, você pode usar 20% das suas reservas para comprar ações a cada queda de 15%, até uma queda máxima de 45%. Após isso, você espera o repique no fundo para usar os 40% que te restaram.
Altere os números acima de acordo com a sua vontade, necessidade e expectativa. O importante no artigo de hoje é você ter bem claro que, mantidos os fundamentos, numa queda ou numa crise a ponta da operação que você deve estar é a de compra. Dado isto, você deve definir o que você fará quando isso acontecer, porque um dia vai acontecer.
E você, qual estratégia usa em momentos como o atual? Conte-nos aqui nos comentários.
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Abraços,
Lucas Mauricio