Afinal, o que são Operações Estruturadas?
Operações Estruturadas é toda operação no mercado que seja a combinação de dois ou mais ativos, alguns exemplos seriam as operações com o mercado de derivativos: Trava de alta / Trava de baixa, trava borboleta, financiamento de ações e diversas outras estruturas.
Quando explicamos o envolvimento com o mercado de derivativos, principalmente o mercado de opções, logo recebemos indagações, mas opções não são muito arriscadas? Posso perder todo o meu capitas?
Se acalmem, quando se trata de operações estruturadas, muitas vezes é possível chegar à uma combinação onde já é conhecido o pior cenário e a possibilidade de rentabilidade antes mesmo da operação ser efetuada.
Como funciona na prática
Uma das principais características da operação estruturada é que ela é apresentada considerando cenários futuros.
Pode, por exemplo, oferecer as condições atreladas ao principal índice acionário do Brasil, o Ibovespa, conforme a seguir: se o Ibovespa cai ou fica estável, o investidor tem apenas o investimento inicial de volta; se o Ibovespa sobe até 25%, o investidor ganha o rendimento proporcional a essa valorização; se o Ibovespa sobe mais de 25% o rendimento é fixo em 30%.
Nessa estrutura o investidor não perde o capital aplicado inicialmente, mas perceba que há um teto para o potencial de valorização.
Além do índice Bovespa, as condições baseadas podem ser baseadas no dólar, ou em outros ativos negociados no mercado.
O que é um derivativo?
Um derivativo é uma forma de se transferir riscos dentro do mercado financeiro. Entre as principais alternativas, temos:
Opção: dá ao seu titular o direito de comprar (Call) ou vender (Put) um ativo a um preço pré-determinado;
Contrato futuro: é um contrato padrão negociado em bolsa, usado para se garantir das flutuações de preço de um ativo;
Contrato de swap: fechado necessariamente com uma instituição financeira, é um contrato onde se troca a remuneração de um ativo.
Operações com opções são mais acessíveis ao investidor pessoa física enquanto os contratos futuros e de swap envolvem grandes valores, sendo negociados entre investidores institucionais (empresas, gestoras de recursos e seguradoras).
Qual um exemplo de uma operação estruturada?
Um investidor pode ter interesses distintos quando monta uma operação. Ele pode:
Aumentar os seus ganhos, mesmo que corra mais riscos;
Minimizar as suas perdas, caso o mercado se vire na direção contrária;
Estipular um retorno mínimo para um investimento em renda variável, “travando” a sua rentabilidade.
O último caso é ideal para ilustrar como um ativo e duas opções (Call e Put) se complementam, formando uma operação estruturada.
Vamos usar um exemplo para facilitar o entendimento:
Um investidor possui 1.000 ações na sua carteira, compradas a R$ 26,00/cada. Ele deseja montar uma operação onde possa ganhar um retorno de 12% em apenas 3 meses. Para tanto:
Ele compra 1.000 opções de venda (Put), a um custo de R$ 1,00/cada, que lhe darão o direito de vender as ações por R$ 29,15;
Ele vende 1.000 opções de compra (Call), recebendo R$ 1,00 por cada uma delas, que darão à contraparte o direito de comprar as 1.000 ações que o investidor detém, também ao preço de R$ 29,15.
Passados 3 meses, data para o vencimento das opções, o preço da ação está em R$ 23,00:
A contraparte não compra do investidor as ações a R$ 29,15, dado que elas estão mais baratas no mercado;
O investidor, exercendo o seu direito, vende todas as suas ações a R$ 29,15, obtendo para si o seguinte ganho:
Ganho = (1.000 X R$ 29,15) – (1.000 X R$ 26,00) = R$ 3.150,00
Retorno = 3.150,00 / 26.000,00 = 12,12%
Nesse exemplo, o custo para comprar a Put e vender a Call é o mesmo (R$ 1,00). Isso não necessariamente acontece, visto que o custo das opções segue a oferta e a demanda. Havendo diferenças entre elas, o retorno do investidor pode ser ainda maior.
Quais os benefícios de uma operação estruturada?
Ao invés de apenas deter o ativo, uma operação estruturada permite explorar algumas possibilidades:
Arbitragem: muitos ativos são negociados em mais de um mercado, de forma que uma operação estruturada pode gerar ganhos com as diferenças dos preços praticados nas diferentes praças;
Proteção: o derivativo limita a exposição ao ativo, garantindo o valor investido;
Alavancagem: um derivativo, cujo preço seja menor que o ativo-base em si, dá ao investidor a chance de aumentar a sua aposta de uma forma bastante acessível.
COE: o que você precisa saber
O Certificado de Operações Estruturadas, conhecido pela sigla COE, combina a segurança da renda fixa com o potencial de retornos da renda variável.
Atrai investidores moderados e arrojados e é indicado para aqueles que querem diversificar seus investimentos com risco sob controle e que não exige monitoramento diário e constante do mercado financeiro.
Especialistas no mercado financeiro destacam que aquelas pessoas que não toleram grandes riscos devem alocar percentual reduzido de seu capital em COE (algo em torno de 5% a 15%).
Já as que estão acostumadas com a volatilidade da renda variável o COE é um produto que ajuda na diversificação ao propiciar operações complexas com custo reduzido.
Como funciona?
O Certificado de Operações Estruturadas envolve características de renda fixa e variável. Por isso tem em sua estrutura operações com derivativos, e investimentos composto por diferentes ativos.
COE com e sem capital protegido
No COE com capital protegido há a devolução do valor inicialmente aplicado.
No sem capital protegido o investimento não conta com essa garantia, e o investidor pode perder uma parte ou até todo capital investido.
Por isso peça a seu assessor de investimento para deixar bem claro qual dos dois está sendo oferecido.
Tem cobertura do FGC?
Não. COE não tem cobertura do Fundo Garantidor de Crédito, caso a instituição financeira quebre. Apenas Caderneta de Poupança, CDB, LCIs e LCAs têm. O FGC é formado por contribuições mensais dos bancos e, desde o fim de 2017, garante o ressarcimento do valor total de até R$ 1 milhão por CPF e cobertura de R$ 250 mil por instituição financeira emissora do título.
Conclusão
Existem Operações Estruturadas que são formadas no mercado direto, combinando algumas estruturas, mas sem ser um “certificado”, são montadas com ativos disponíveis no mercado e com liquidez em bolsa, ou seja, da mesma forma que o COE, você pode investir em operações que você desenvolve através das opções
O importante é que investidores pessoas física estão cada vez mais informados e acompanhando de perto seus investimentos.
Por: Marcelo Rabinovici
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