Panorama Semanal do setor de Petróleo e Gás natural (9 a 15 agosto/2020)
(Por: Leo Bittencourt)
– Importações de petróleo da China sobem 25% em julho:
As importações de petróleo bruto da China em julho aumentaram 25% em relação a 2019, com as compras massivas feitas enquanto os preços despencaram em abril e resultado de alguns embarques atrasados nos portos que em junho finalmente foram liberados da alfândega.
A China é o país que mais importa petróleo bruto no mundo, em julho, adquiriu 51,29 milhões de toneladas da commodity, o equivalente a 12,08 milhões de barris por dia (bpd). O resultado é superior aos 9,66 milhões de bpd importados em julho de 2019, mas abaixo do recorde anterior de 12,94 milhões de bpd estabelecido em junho/2020. Essas importações recordes têm prejudicado os principais portos do país, causando congestionamentos, com navios-tanque enfileirados por semanas para descarregar suas cargas. (Fonte: Reuters)
– Saudi Aramco tem queda de 73,3% no seu lucro no 2º trimestre:
A gigante estatal petroleira da Arábia Saudita “Saudi Aramco” anunciou que seu lucro líquido desabou 73,3% no 2T20, para US$ 6,6 bilhões, em comparação com 2T19, quando foi de US$ 24,7 bilhões. No acumulado do 6M20, seu lucro líquido caiu pela metade e alcançou US$ 23,2 bilhões frente ao 6M19. A queda está relacionada com a redução da demanda e dos preços do petróleo por conta da pandemia do novo coronavírus.
Apesar do impacto na economia global e dos desafios no setor de energia, a Aramco anunciou uma distribuição de dividendos da ordem de US$ 18,75 bilhões referentes ao segundo trimestre, em comparação com os US$ 13,4 bilhões para o mesmo período de 2019. O CEO da Saudi Aramco, Amin H. Nasser, afirmou que a companhia segue em curso seu programa de otimização e eficiência e, sua estratégia de crescimento e diversificação no longo prazo. Nesse sentido, cita a conclusão da aquisição histórica de 70% de participação na petroquímica Saudi Basic Industries Co. (Sabic), por US$ 69 bilhões. (Fonte: Agência Estado) (Eu conto a história da fundação da Saudi Aramco no livro Ouro Negro).
– Petrobras bate recorde de vendas de Diesel S-10 em julho:
A Petrobras comercializou 1,78 milhão m³ em julho, valor 12,7% acima do recorde anterior ocorrido em julho de 2019, quando as vendas atingiram 1,58 milhão m³. O recorde de vendas do Diesel S-10 no mercado brasileiro reflete as rápidas ações comerciais implementadas pela companhia com o objetivo de mitigar os efeitos da pandemia sobre a demanda de combustíveis e o direcionamento do mercado para o produto com mais baixo teor de enxofre, em substituição ao Diesel S-500. A Petrobras também informou que a refinaria de Paulínia (Replan), localizada no estado de São Paulo, bateu o recorde de produção de Diesel S-10 pelo segundo mês consecutivo. Em julho, a refinaria atingiu a marca de 350 mil m³, valor 22% superior ao recorde de junho, quando a produção havia sido de 287 mil m³. (Fonte: Site de RI da Petrobras)
– Companhia de Gás Natural do Amazonas e Eneva assinam contrato de compra e venda para viabilizar o gás do Campo de Azulão:
A concessionária pública Cigás (Companhia de Gás Natural do Amazonas) e a empresa Eneva firmaram contrato de compra e venda do gás natural, nesta quarta, 12, que será produzido no interior do Amazonas a partir de 2021. O gás produzido no Campo de Azulão, localizado em Silves, a 204 quilômetros em linha reta da capital, será direcionado para a geração de energia térmica em Boa Vista (Roraima), na Usina Termelétrica Jaguatirica II, operada pela Eneva.
O Campo de Azulão será o primeiro a produzir gás natural na Bacia do Amazonas. Todas as demais operações de extração de gás e petróleo no estado do Amazonas são provenientes da bacia do Urucu, comandadas atualmente pela Petrobras, mas cujo anúncio de processo de venda foi feito pela petroleira brasileira há algumas semanas e a própria Eneva se habilitou para o processo de venda. O Campo de Azulão foi descoberto na década de 1990 pela Petrobras, mas nunca produziu. Adquirido pela Eneva em 2018, o Campo de Azulão passou a ser desenvolvido e tem previsão para entregar as primeiras produções já em 2021. (Fonte: Amazonas Atual)
– Agência Internacional de Energia reduz previsão de demanda de petróleo para 2020 e 2021:
A Agência Internacional de Energia (IEA) reduziu suas previsões de demanda global de petróleo pela primeira vez em vários meses nesta quinta-feira, 13, uma vez que o número de infecções por Covid-19 permanece alto, enfraquecendo o setor de aviação. No relatório mensal, a IEA disse que agora vê a demanda global de petróleo para 2020 em 91,1 milhões de barris por dia, refletindo uma queda de 8,1 milhões de barris por dia ano a ano. Esta previsão revisada é 140.000 barris por dia abaixo da projeção anterior da IEA. A agência também revisou para baixo sua estimativa de demanda global de petróleo para 2021 em 240.000 barris por dia para 97,1 milhões de barris por dia, com a demanda de combustível de aviação identificada como a “principal fraqueza”. No início deste ano, o Diretor Executivo da IEA, Fatih Birol, disse a repórteres que 2020 pode vir a representar o pior ano da história dos mercados de petróleo. (Fonte: ADVFN)
– Estoques de Petróleo no EUA:
Na última quarta-feira (dia 12/agosto) foram divulgados os números dos estoques semanais de petróleo bruto dos EUA pela agência “Energy Information Administration (EIA)”. Na semana passada foi registrada uma queda nos estoques de -4,5 milhões de barris de petróleo bruto. Os analistas previam uma queda média de -2,8 milhões de barris. Na divulgação da semana anterior, as reservas já haviam caído -7,3 milhões de barris. A divulgação destes dados fez elevar os preços do petróleo em cerca de 2% no meio da semana (no mesmo dia 12), mas os preços mais altos não se sustentaram e perderam a força no decorrer da semana. (Fonte: Valor Online)
– Número de sondas americanas em atividades:
Ontem foi divulgado a contagem do número de sondas de perfuração em atividade nos EUA divulgado pela empresa de serviços de energia Baker Hughes. A contagem desta semana registrou um total de 172 sondas de perfuração em atividades, representando uma queda de 4 sondas em relação à semana passada, no menor nível desde julho de 2005. Definitivamente as 180 sondas de julho não era o “piso” para a queda da produção americana. Vamos ficar de olho! (Fonte: EUA – Contagem de Sondas Baker Hughes – Investing.com)
– Panorama Semanal do preço do Barril do Petróleo:
Os contratos futuros do petróleo recuaram no pregão de sexta por temores de que a demanda possa se recuperar de forma mais lenta que o esperado dos “lockdowns” relacionados à pandemia de Covid-19, enquanto a crescente oferta da commodity também ofusca o otimismo gerado pela queda nos estoques de petróleo e combustíveis. Os contratos futuros do Brent para o mês de outubro terminaram o dia com uma ligeira queda de -0,02%, encerrando o dia negociados a US$ 44,95 o barril na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres. Os preços do WTI para o mês de setembro também caíram -0,02%, a US$ 42,23 o barril na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex).
No início da semana, os preços foram impulsionados por dados do governo dos EUA, que indicaram um recuo nos estoques de petróleo, gasolina e produtos refinados no país na semana anterior, em momento em que as refinarias aumentam a produção e a demanda avança. No acumulado semanal, a referência global Brent subiu 1,24% e a referência americana WTI subiu 2,45%. (Fonte: Investing.com)
Até a próxima semana!
Abraços
Leo Bittencourt
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