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Eu pensei que o almoço era grátis: Mas, chegou a conta!

Olá leitor(a)! Hoje nosso assunto é sobre aqueles investidores que formam o seguinte grupo: patrimônio menor do que quando entraram no mundo da renda variável. E então alguns devem estar pensando: que assunto insignificante, não tem nenhuma importância, é bobagem, eu sou muito bom com investimentos, nunca vai acontecer comigo.

Pois bem. Que bom que você não faz parte do grupo acima citado, mas veja que o fato de que não és parte dele não exclui a existência do mesmo. E convenhamos, poucos admitem seus erros ou, quando o fazem, jogam a culpa em um terceiro pelo ocorrido, como se o dinheiro e a responsabilidade não fossem do próprio investidor.  Geralmente nesses casos o investidor se pergunta:

Por que entrei no mundo da renda variável? Até meu cunhado avisou: não invista em bolsa, ela só́ enriquece os banqueiros.

Não existe

Claro que nessa fase já entramos no terrível cenário das discussões com o cônjuge. Sim, pois todos sabemos que o dinheiro é um dos principais fatores que causam desentendimentos entre casais, e não podemos nunca esquecer das amizades desfeitas, afinal, tudo começou por culpa do amigo que te indicou aquele investimento “sem erro” e “seguro” em renda variável. Claro que é fundamental escrever um depoimento no Instagram, fazer um thread no Twitter, para falar de quem recomendou o ativo, dizendo que é muito injusto, que o mundo não é cor-de-rosa, que ninguém é confiável. (ironia)

Frases usadas nesses momentos:

  1. “Disseram” que não havia risco; a live foi feita para enganar o investidor; não tive culpa.
  2. Eu não tenho sorte, por isso não dei certo na renda variável. Sou azarado!
  3. Mas eu fiz tudo certo, mercado é que está errado. Fui injustiçado!

Almoço de graça

Antes de sentir no bolso, a maioria acredita que é invencível, que nasceu pra isso, um prodígio nunca visto, o divisor de águas, ou então que aprender ao menos o básico é desnecessário, basta comprar na baixa e vender na alta. Qual a dificuldade desse processo, não é? Ou então começa operando índice: é “batata”, não tem “erro”, simples, básico e, obviamente, não demanda maior entendimento das causas para montar a operação, basta comprar e vender.

Não existe isso de risco sistemático e não sistemático (ironia), grau de risco. Uma invenção de quem não quer que você ganhe dinheiro e então dificulta a “teoria” (mais ironia). Vamos usar o exemplo mais básico para contextualizar:

Digamos que você tenha duas ações como opção de compra. O ativo 1 tem um potencial de retorno de 40% em um ano e o ativo 2 um potencial de 15%. Logo, a lógica do investidor “sabido” é: todo mundo vai investir no ativo 1, afinal, quem seria ridiculamente ruim a ponto de trocar um retorno de 40% por apenas 15%? É simples assim.

O primeiro passo para a excelência em perder dinheiro com investimentos, sem sombra de dúvidas, é acreditar que investir em renda variável consiste apenas em comprar um ativo “turnaround” e esperar “dar certo”, famoso “compro o ativo e deposito nele todas as minhas esperanças”, afinal, todos estão dizendo que “tem tudo para dar certo”. Compra e diz: seja o que Deus quiser! Desconsiderar questões básicas, como os riscos desses grandes projetos de “ruptura”, ou seja, se o projeto apresenta risco maior, natural que o retorno exigido pelo investidor seja maior, afinal, o custo do capital será maior que a taxa livre de risco. Portanto, a taxa de desconto será superior à livre de risco, e isso faz com que o preço justo dos ativos mude. Porém, as variáveis do resultado acontecer ou não continuarão sendo as de execução desse projeto que está precificando a melhora do ativo, ou seja, o custo de capital de um investimento é dependente do risco desse investimento e, por sua vez, esse risco tem relação direta com condições mercadológicas e de gestão.

Só entendendo isso já fica claro que não existe certeza, mas projeções. Porém, definitivamente não é uma questão de sorte. O investimento de “expectativa”, repleto de insegurança, é a base para a redução do patrimônio. O ingrediente final? A oscilação da cotação, a temida volatilidade.

O dinheiro dos tolos é o património dos espertos.

Denis Diderot

PS: Conversa de hoje é especial para os que mandam mensagens relembrando trechos da nossa série 1+1. Muito obrigada a todos.

Patrícia Rossari – Especialista em Gestão/Logística

Daniel Nigri – Analista CNPI

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