O que é o G20?
G-20 (abreviatura para Grupo dos 20) é um grupo formado pelos ministros de finanças e chefes dos bancos centrais das 19 maiores economias mais a União Europeia, que, juntos, representam 90% do PIB mundial, 80% do comércio mundial e dois terços da população mundial.
O G-20 estuda, analisa e promove a discussão entre os países mais ricos e os emergentes sobre questões políticas relacionadas com a promoção da estabilidade financeira internacional e encaminha as questões que estão além das responsabilidades de cada país.
Neste fim de semana, líderes mundiais participaram da cúpula do grupo, organizada pela Arábia Saudita, e neste ano o debate foi acerca da união dos países integrantes para o combate da pandemia e sobre medidas de proteção ambiental.
Pandemia e preocupação ambiental
Para o grupo, a pandemia revelou “as fraquezas profundas e generalizadas nos sistemas de saúde de todo o mundo” e em um documento publicado há o anúncio que durante a semana o grupo se reunirá novamente para tratar de assuntos relacionados à pandemia, chamados de “desafios mais urgentes dos nossos tempos”.
Neste documento publicado, os líderes do G-20 afirmam que injetaram mais de US$ 11 trilhões, cerca de R$ 60 trilhões, para proteger a economia, em escala global.
Outra declaração que merece nota é que os países devem buscar medidas que se atentem para “um futuro inclusivo, resiliente e sustentável para todos” e mencionaram que as questões ambientais estão entre “os desafios mais urgentes” da atualidade.
A liderança do G-20 menciona que está dirigindo uma “abordagem ambiciosa” para a economia de carbono circular, a fim de administrar emissões de gases que colaboram com o efeito estufa.
No que diz respeito a medicamentos e vacinas, o Grupo dos 20 prometeu “não poupar esforços para garantir que seu acesso esteja disponível e seja equitativo para todas as pessoas, com os compromissos dos membros de incentivar a inovação”, como também, “Reconhecemos o papel da imunização extensiva como um bem público global.”
Claramente a preocupação ambiental já foi uma sinalização do G-20 a Joe Biden que terão que trabalhar em torno de um Senado relutante, mas eles têm mais alcance internacional.
A equipe de Biden já afirmou para a Europa, para a China e para os grandes mercados emergentes que apoiará um plano do G-20 com quatro elementos básicos:
- uma expansão do alívio da dívida existente e apoio fiscal, com destaque para o aumento de US$ 1 trilhão;
- um compromisso político conjunto com os gastos expansionistas;
- compromissos firmes de meio ambiente para investimentos ligados à recuperação e meio ambiente ;
- e comércio global aberto e baseado em regras.
TRUMP
A Bloomberg descreveu a atuação de Trump no G-20 como a de quem estava tentando provar que um pato manco ainda pode quebrar coisas.
O presidente dos EUA não disse nada sobre o compartilhamento de vacinas fabricadas pelo país com outras nações. Mais tarde, ele disse a seus colegas que qualquer americano que desejasse a vacina poderá obtê-la, e destacou as produtoras norte-americanas Pfizer e Moderna , cujas ações estão na bolsa americana.
Trump elogiou a liderança americana, reivindicando o crédito pelo que ele disse ser uma luta eficiente contra o vírus e sucesso em impulsionar a economia do país. Mas ele não disse nada sobre a concessão de acesso às vacinas americanas para o resto do mundo.
Alívio da dívida
Das economias mais resilientes às mais frágeis, existe uma enorme incerteza. A produção global foi atingida por US$ 12 trilhões e a recuperação parece incerta.
O Federal Reserve dos EUA continua a agir como uma âncora global de fato, e o banco central da China tem um conjunto cada vez maior de superávits para investir.
No entanto, uma segunda rodada de financiamento de estímulo nos EUA permanece em dúvida e, em economias menores, as preocupações com dívidas e déficits já estão causando uma retração prematura.
Um novo relatório do FMI observa que em economias onde os saldos fiscais caíram mais de 10% do PIB este ano, eles devem melhorar em mais de 5% do PIB em 2021.
Os líderes do G-20 também reconheceram a falta de participação de bancos credores privados no plano de alívio da dívida do grupo, conhecido como Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida, e os “encorajará fortemente” a se tornarem credores bilaterais oficiais, de acordo com o esboço do comunicado. Eles também planejam encorajar os bancos multilaterais de desenvolvimento a fazer mais para apoiar a iniciativa, que no mês passado foi estendida até junho.
Os governos reconheceram que devem se preocupar com as dívidas e facilitar o pagamento. Além da iniciativa, podem ser necessários, caso a caso, dada a escala da crise, analisar as “vulnerabilidades significativas da dívida e perspectiva de deterioração” em muitos países de baixa renda.
Na última década, a China e os credores comerciais privados se tornaram os maiores credores de países em desenvolvimento, muitos dos quais estão agora se recuperando da pandemia. A China é o maior credor oficial do mundo e devia quase 60% da dívida bilateral que as nações mais pobres deveriam pagar este ano.
Brasil no G-20
Neste domingo, 2º dia da conferência do G-20, o presidente Jair Bolsonaro defendeu a política ambiental brasileira e falou acerca da guerra de narrativas:
“O Brasil recebe ataques injustificados de outras nações e trabalharemos sempre para manter esse elevado nível de preservação”.
Internacionalmente, também chamou atenção que no 1º dia de encontro da cúpula, Bolsonaro fez referência ao assassinato de João Alberto, 40 anos,, que foi espancado na noite de 19 de novembro.
Disse que, para ele, não existe “uma cor de pele melhor do que as outras” e afirmou ser daltônico por não fazer essa distinção de cores.
Também no sábado (23.nov), Bolsonaro twittou 1 vídeo da página oficial do G-20, em que se falava sobre a condução de medidas contra a pandemia no Brasil. Na gravação, o presidente declara que “o tempo vem provando que estávamos certos”.
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