Panorama Semanal do setor de Petróleo e Gás natural (31/janeiro a 6/fevereiro/2021)
(Por: Leo Bittencourt)
– Produção de petróleo e gás natural cresceu 52,71% de 2010 a 2020 no Brasil:
A produção de petróleo e gás natural brasileira cresceu 52,71% de 2010 a 2020, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Em 2020, foram produzidos 3,74 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d), incluindo óleo e gás, uma alta de 5,22% em relação a 2019. O volume de petróleo extraído em 2019 foi de 2,94 milhões de barris por dia (bpd), e o de gás, de 127,4 milhões de m³ por dia. Em 2020, o pré-sal respondeu por 68,61% da produção nacional, enquanto, em 2010, a participação era de 1,53%. Em contrapartida, no mesmo período, a produção terrestre saiu de 11,60% para 5,95%, e a produção marítima no pós-sal, de 86,87% para 25,44% do total do País. “A última década contou com constante aumento de produção, com exceção apenas dos anos de 2012 e 2018″, afirmou a ANP em nota. (Fonte: Reuters)
– Eneva vence 3R Petroleum na disputa pelo Polo Urucu da Petrobras:
A Eneva (código B3: ENEV3) venceu a disputa pelo Polo Urucu, na Bacia do Solimões, no Amazonas, superando a 3R Petroleum (código B3: RRRP3), que liderava a concorrência. A Petrobras comunicou a Eneva, no dia 1/fevereiro/2021, sobre o resultado com o convite para início das negociações diretas para o contrato de venda dos campos.
Em novembro, a 3R Petroleum fez a maior oferta pelo Polo Urucu, com uma proposta de mais de US$ 1 bilhão e a Eneva fez a segunda maior oferta, de cerca de US$ 600 milhões. A oferta original de US$ 1 bilhão da 3R Petroleum acompanhou condicionantes que não foram aceitas pela Petrobras, levando a reabertura da concorrência. Na nova rodada de ofertas, a Eneva aumentou seu lance por volta de 30 a 40% (US$ 780-840 milhões) e a 3R Petroleum reduziu o valor da proposta.
A Eneva é será primeira produtora privada de petróleo no estado do Amazonas. Antes desta nova aquisição, a Eneva já era operadora, com 100% de participação, dos campos de Azulão (que foi comprado diretamente da Petrobras e deve começar a produzir este ano), na Bacia do Amazonas, e de Juruá, no Solimões.
O Polo Urucu foi descoberto em 1986 e possui um dos maiores campos produtores em terra no Brasil e a maior reserva provada terrestre de petróleo e gás natural do país. Junto com os campos, a Petrobras também está ofertando as quatro unidades de processamento de gás natural (UPGNs) e estações de tratamento e compressão, tanques de petróleo e esferas de GLP. Os campos estão em área remota e possuem aeroporto, centro médico e bases de apoio logístico, todos colocados à venda. São, ao todo, sete campos – Araracanga, Arara Azul, Carapanaúba, Cupiúba, Leste do Urucu, Rio Urucu e Sudoeste Urucu –, que produzem 16,525 mil barris/dia de óleo e condensado e 14,281 milhões de m³/dia de gás natural. (Fonte: EPBR)
– Petroleira BP tem prejuízo de US$ 20 bilhões em 2020:
O grupo petroleiro britânico BP anunciou nesta terça-feira (dia 2/fevereiro) um prejuízo líquido de U$ 20,3 bilhões de dólares em 2020 devido à queda dos preços do petróleo, provocada pela pandemia do COVID-19. A empresa havia registrado lucro líquido de US$ 4 bilhões em 2019, antes da pandemia.
O grupo espera a recuperação da demanda este ano, mas prevê dificuldades no primeiro trimestre devido às novas restrições provocadas pelas variantes do vírus. Em 2020, a BP vendeu o petróleo a um preço médio de entre US$ 39 e US$ 42, contra entre US$ 57 e US$ 64 em 2019. “Nosso setor foi muito afetado pela crise de saúde. O transporte por estrada e o aéreo estão em queda, assim como a demanda de petróleo, os preços e as margens. Esperamos dias muito melhores para todos em 2021”, afirmou Bernard Looney, diretor geral da BP. (Eu explico a história da fundação da empresa BP no livro Ouro Negro) (Fonte: France Presse/G1)
– Estoques de Petróleo nos EUA:
Na última quarta-feira (dia 3/fevereiro) foram divulgados os números dos estoques semanais de petróleo bruto dos EUA pela agência “Energy Information Administration (EIA)”. Na semana passada foi registrado uma queda de 994.000 barris, em comparação com o consenso dos analistas de uma alta de 446.000 barris. O total do estoque americano fechou em 475,7 milhões de barris, o nível mais baixo desde março de 2020. Esta queda no estoque somado a uma decisão dos cortes e queima de estoques da OPEP+ ajudou a aumentar os preços do petróleo na semana.
Os estoques de destilados, que incluem diesel e óleo para aquecimento, caíram 9.000 barris na semana, contra as expectativas de uma queda de 429.000 barris. O consumo de óleo de aquecimento deve aumentar ainda mais esta semana devido a uma grande tempestade de neve no Nordeste dos EUA, sugerindo que a extração de destilados pode ser maior no próximo conjunto de dados da EIA. No entanto, os estoques de gasolina aumentaram em 4,466 milhões de barris na semana passada, em comparação com as expectativas de um aumento de 1,134 milhão de barris. “Devido aos ganhos de preço do petróleo bruto, agora é mais vantajoso em termos de custo transformar petróleo em produtos do que armazená-lo como petróleo bruto”, disse o analista do Investing.com, Barani Krishnan. (Fonte: Reuters / Investing.com)
– Número de sondas americanas em atividades:
Ontem foi divulgado, pela empresa de serviços de energia Baker Hughes, a contagem do número de sondas de perfuração em atividade nos EUA. A contagem desta semana registrou um aumento de 4 sondas em relação semana passada, chegando a um total de 299 sondas de perfuração em atividade. Na semana passada esta contagem tinha alcançado 295 sondas com aumento de 6 sondas. Desde maio de 2020 que o número de sondas não ultrapassava o total de 290. Esses dados indicam um sinal de retomada da produção americana de Shale-Oil, no entanto, ainda está bem longe de recuperar os números de antes da pandemia, quando registrava em março a faixa de 680 sondas em atividades. Vamos ficar de olho! (Fonte: EUA – Contagem de Sondas Baker Hughes – Investing.com)
– Panorama Semanal do preço do Barril do Petróleo:
Os contratos futuros de petróleo fecharam a sexta-feira em alta, influenciados pela expectativa de uma nova rodada de estímulos fiscais nos Estados Unidos, após a aprovação no Congresso americano do mecanismo de reconciliação (que permite a aprovação de pautas por maioria simples ou 51 votos), que facilita a tramitação do pacote proposto pelo governo. As perspectivas de injeções econômicas no maior consumidor mundial da commodity impulsionaram os preços.
A semana foi marcada por ganhos no mercado de petróleo, após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) informar que o acordo de corte de produção está sendo totalmente cumprido, algo que era visto com algum ceticismo.
Os contratos futuros do Brent para o mês de abril/2021, terminaram o dia com uma alta de 0,95%, encerrando o dia negociados a US$ 59,56 o barril na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres. Os preços do WTI para o mês de março/2021 apresentaram uma alta de 1,51%, sendo negociado a US$ 57,08 o barril na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex), um preço acima de US$ 57 por barril pela primeira vez em mais de um ano. No acumulado semanal, a referência global Brent apresentou um aumento de 6,19% e a referência americana WTI aumento de 8,91%. (Fonte: Reuters / Estadão Conteúdo)
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