trilhões de reais, informou o Tesouro Nacional nesta quarta-feira, ressaltando que o período foi marcado por aumento da aversão ao risco diante de pressões inflacionárias e a guerra na Ucrânia, mas observando cenário mais positivo a partir de março.
No mês passado, a dívida pública mobiliária interna teve alta de 2,30%, a 5,490 trilhões de reais.
“A curva de juros futuros doméstica ganhou nível, acompanhando os desdobramentos externos e reagindo à ata do Copom (Comitê de Política Monetária), que fez crescer as apostas do mercado quanto a novas altas na taxa Selic”, disse o Tesouro em relatório, ponderando que o risco país brasileiro caiu 1,91% no mês apesar do aumento de aversão ao risco.
O estoque da dívida pública federal aumentou 114,1 bilhões de reais em relação ao mês anterior, resultado de uma emissão líquida de 78,2 bilhões de reais e a apropriação positiva de juros de 36,1 bilhões de reais.
No ambiente de aumento de risco, o Tesouro registrou alta no custo médio das emissões dos papéis, de 8,90% ao ano em janeiro para 9,50% ao ano no mês passado. O movimento é fruto da alta pelo Banco Central da taxa básica de juros, que é usada como referência para a remuneração de títulos.
Houve moderado encurtamento do prazo médio de vencimentos da dívida pública federal para 3,86 anos no mês passado, ante 3,89 anos em janeiro. O percentual de títulos a vencer em 12 meses, por outro lado, teve leve queda de 23,76% para 23,36%.
Em relação ao perfil dos papéis, houve aumento da participação de títulos remunerados por taxa flutuante (de 38,43% para 39,11%), estabilidade na participação de títulos prefixados (26,89%) e queda na parcela de títulos atrelados à inflação (29,95% para 29,56%).
De acordo com o Tesouro, as instituições financeiras ampliaram em 78,56 bilhões de reais o estoque de títulos, mantendo a liderança entre os detentores, com 29,54% do total.
Também houve aumento de participação de fundos de investimento (mais 21,40 bilhões de reais) e fundos de previdência (mais 33,94 bilhões de reais). Os não residentes reduziram a participação em 17,7 bilhões de reais.
PERSPECTIVAS POSITIVAS
O órgão do Ministério da Economia afirma que março foi iniciado sob efeito da pressão inflacionária e do aumento das tensões envolvendo a Ucrânia, elevando a aversão ao risco nos mercados globais e provocando volatilidade, o que pressionou a curva de juros no Brasil. No entanto, essa pressão foi reduzida na segunda quinzena, beneficiada, entre outro fatores, pela valorização do real.
De acordo com o coordenador-geral substituto de Operações da Dívida Pública do Tesouro, Roberto Lobarinhas, o mercado brasileiro mostrou resiliência no período, com “reação muito boa” de juro, câmbio e indicadores de risco, apesar do conflito.
Para Lobarinhas, novas indicações do Banco Central sobre a condução da política monetária também favorecem o cenário futuro para a gestão da dívida pública.
“No final do mês, houve alívio na curva de juros pela melhora marginal no mercado externo e pela reação do mercado à sinalização do Copom a respeito do fim do ciclo de aperto monetário”, disse. “Isso foi extremamente positivo e traz perspectiva ainda mais positiva para as emissões do Tesouro daqui para frente”.
O Copom elevou a taxa de juros este mês em 1,0 ponto percentual, para 11,75% ao ano, e indicou novo aperto equivalente para maio, quando o ciclo de alta deve chegar ao fim, segundo sinalização do presidente do BC, Roberto Campos Neto.
De acordo com o Tesouro, outro ponto positivo foi o aumento da reserva de liquidez, o que facilita a gestão da dívida. O montante do colchão foi de 1,132 trilhão de reais em janeiro para 1,278 trilhão de reais no mês passado.
Fonte: Investing
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