Talvez você já tenha se deparado com uma manchete parecida com essa em outros sites ou blogs. Aparentemente, vender esperança na internet funciona bastante e, inclusive, faz com que muitos até faltem com a verdade para isso. No entanto, já aviso aos leitores que não estou aqui para te vender qualquer tipo de esperança quanto a recuperação das ações AMER3.
Quem conhece o Dica de Hoje sabe que somos uma empresa transparente e que temos um compromisso sério com a verdade. Diante disso, venho aqui expressar minha mais honesta opinião sobre o caso Americanas, a qual vale tanto para os que têm ações da empresa quanto para os que pensam em adquiri-las agora.
Recentemente, a Americanas entrou em Recuperação Judicial (RJ). Para os que não são familiarizados com o termo, a RJ está um passo antes da falência. Quando uma empresa solicita a entrada em RJ, ela, basicamente, confirma que não tem capacidade de cumprir com suas obrigações e precisa renegociar suas dívidas e pendências para que não precise fechar as portas.
Qualquer pessoa que analise, superficialmente, o caso Americanas perceberá que:
- Encontraram um rombo de R$ 20 bi nas contas da empresa;
- A dívida da companhia subiu de R$ 20 bi para R$ 40 bi;
- Disseram que a empresa tinha R$ 8 bi em caixa;
- Americanas entrou em RJ com uma dívida de R$ 43 bi e um caixa de R$ 250MM (550MM foram bloqueados).
Fonte: G1, UOL e tecnoblog
Entendeu onde quero chegar? Uma inconsistência atrás da outra e total falta de transparência da empresa com seus acionistas. Como confiar em um negócio em que você não pode confiar nem nos números que são divulgados?
Reputação não se compra, se conquista.
A partir de agora, demorará bastante até que o mercado se convença de que a Americanas é uma empresa confiável. Inclusive, caso os controladores, diretoria e outros envolvidos não sejam trocados, será quase impossível.
No mais, sabemos que, no Brasil, o varejo é um setor complicadíssimo. Margens apertadas, guerra de preços, alta competitividade, fraca barreira de entrada, dentre outros pontos negativos. Dito isso, quão trabalhoso será sair de uma dívida de R$ 43 bi? E quanto tempo teremos de esperar?
Atualmente, tendo em vista toda a conjuntura desfavorável que gira em torno do negócio, acreditar em um case como esse é uma tarefa árdua. E, cuidado, a teimosia pode custar caro e o mercado não é piedoso.
Por fim, será que você precisa de uma empresa como essa na carteira? Será que não existem negócios melhores no mercado que também estão sendo negociados a múltiplos atrativos? Vale a reflexão.
Grande abraço, João Pedro Mello
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