A China impulsionou a injeção de dinheiro de curto prazo no sistema financeiro em um sinal de que está tentando acalmar os nervos do mercado desgastados pela preocupação com as necessidades de financiamento.
As operações do PBoC ainda têm que empurrar as taxas do mercado monetário para baixo.
Programa de credito chinês
O Banco do Povo da China (PBoC, o BC chinês) retomou seu programa de crédito suplementar (PSL, pela sigla em inglês), depois de suspendê-lo por dois anos e meio, em mais uma sinalização dos esforços de Pequim para sustentar a economia doméstica.
O PBoC emitiu 108,2 bilhões de yuans (US$ 15,2 milhões) líquidos por meio do PSL ao China Development Bank, Export-Import Bank of China e Agricultural Development Bank of China em setembro, segundo comunicado do BC chinês divulgado no fim de semana.
Trata-se do primeiro empréstimo liberado pelo PSL desde fevereiro de 2020, que traz o montante de crédito pendente a 2,65 trilhões de yuans.
O PBoC lançou o PSL em 2014 para fornecer recursos aos bancos citados acima, como parte de um programa de renovação de áreas carentes, que ajudou a reverter uma crise imobiliária na época, mas também criou mais bolhas no mercado.
O BC chinês não especificou o propósito dos novos recursos, mas a liberação veio após o Conselho Estatal, como é conhecido o gabinete chinês, pedir que os bancos voltados a políticas direcionem mais fundos para projeto de infraestrutura, num momento em que a segunda
maior economia do mundo ainda enfrenta os impactos de medidas tomadas para combater a covid-19 e de uma nova desaceleração do setor imobiliário.
O gabinete chinês já havia anunciado, em junho, um plano de financiamento de 800 bilhões de yuans para os três bancos de políticas apoiarem projetos de infraestrutura, que foi seguido posteriormente por duas parcelas adicionais de 300 bilhões de yuans em fundos extraordinários liberados em julho em agosto.
Setor Imobiliário
A China anunciou medida para apoiar o setor imobiliário, com foco especificamente no “apoio a moradores para melhorar suas condições de habitação. Em comunicado, o Ministério das Finanças e a Administração Estatal de Anúncios de Taxação informam que, a partir de outubro deste ano e até 31 de dezembro de 2023, quem vender sua residência e comprar outra no mercado dentro de um ano após a venda receberá um desconto no imposto pago.
Entre os benefícios, se a casa comprada tiver valor igual ou maior do que a anterior, o imposto de renda individual pago será devolvido.
Em outro comunicado, o Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) e a Comissão Regulatória Bancária e de Seguros da China anunciaram um “ajuste diferencial” nas políticas de crédito imobiliário.
Os governos de cidades definidas poderão decidir se mantêm, reduzem ou cancelam o limite mais baixo dos juros sobre hipotecas para primeiras residências recentemente emitidas, até o fim de 2022.
Aumento de liquidez no sistema bancário
Existe liquidez abundante no sistema bancário do país e que a recente crise de liquidez no mercado de crédito interbancário diminuiu. Trata-se da mais recente tentativa das autoridades de tranquilizar o nervosismo dos mercados.
A falta de crédito interbancário se espalhou para o mercado de ações, deixando os investidores nervosos e provocando quedas fortes.
O regulador vai continuar a pedir aos bancos que mantenham o controle sobre as plataformas de crédito para os governos locais.
Muitos economistas e analistas temem que boa parte desse dinheiro tenha sido investida em projetos dispendiosos e inúteis, o que pode levar ao aumento de créditos podres no sistema bancário.
O regulador bancário também pediu aos bancos comerciais que fortaleçam a fiscalização de produtos de gestão de riquezas – investimentos que oferecem apenas parte da garantia de um depósito, mas fornece retornos mais altos – e melhore a transparência das vendas desses produtos.
Novos empréstimos bancários na China quase dobram em setembro ante agosto
Novos empréstimos de bancos na China atingiram 2,47 trilhões de yuans (US$ 344,8 bilhões) em setembro, quase dobrando em relação ao montante de 1,25 trilhão de yuans em agosto. O número do mês passado superou a mediana de projeções de economistas coletadas pelo The Wall Street Journal, de 1,84 trilhão de yuans.
O financiamento social total, uma medida ampla de crédito que inclui empréstimos não bancários, ficou em 3,53 trilhões de yuans em setembro, também acima dos 2,43 trilhões de yuans em agosto, de acordo com o Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês).
O M2, medida mais ampla de oferta de dinheiro na China, subiu 12,1% na comparação anual do mês passado.
Empréstimos bancários ganharam força na China por conta de determinação do governo, que quer dar suporte à economia local em desaceleração. A queda prolongada do setor imobiliário e as rigorosas restrições da covid-19 reduziram a demanda doméstica.
Espero que tenham gostado do assunto e até a próxima.
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