Esse texto é uma mensagem a todos aqueles mensageiros do apocalipse que na época das eleições influenciaram sua audiência a vender todos os ativos da bolsa brasileira para comprar dólar ou renda fixa.
É indubitável que no final de 2022, a política tomou conta das redes sociais e o Brasil inteiro só falava sobre as eleições presidenciais. Nesse período, foi instaurado um medo gigante em muitos investidores de renda variável.
Era comum ver, diariamente, influenciadores defendendo que caso o Lula voltasse ao poder a bolsa derreteria, o real se desvalorizar, a inflação subiria muito, os juros também e por aí vai…
Ao contrário do que era dito, sempre tentamos mostrar por aqui uma visão mais racional do assunto. Inclusive, resgatando dados históricos, era possível observar que nos anos 2000 também haviam mensageiros do apocalipse estimulando a fuga de capital da bolsa brasileira.
Entretanto, aos que se recordam, vão saber que de 2003-2008 nossa bolsa de valores subiu muito e quem estava comprado ganhou bastante dinheiro. Nesses 5 anos de forte alta, um dos grandes balizadores foi o ciclo das commodities, o qual beneficiou diretamente muitas das maiores empresas brasileiras.
Ou seja, o consenso dos mensageiros do apocalipse estava completamente enganado. Afinal, quem puxou a alta das ações foi, em grande parte, o ciclo das commodities e não o presidente.
Ok, você pode dizer que este é só um exemplo e que deveríamos analisar uma janela maior. Vamos lá:
O gráfico acima, retirado do site Clube dos Poupadores, mostra como o Ibovespa se comportou ao longo do tempo e os respectivos nomes que ocuparam a presidência durante esse longo período.
Perceba que embora os nomes mudem, o índice acumula uma significativa valorização. Aliás, quando o Ibovespa completou 50 anos, o Economatica realizou um estudo que mostrava que nos 50 anos de história do índice a valorização acumulada em dólares é de 22.638% ou 11,74% em média por ano.
Sendo assim, sabendo de todos os presidentes que já passaram pelo país, será que o mercado realmente se importa com política?
Agora, para finalizar, mais um exemplo. Só que desta vez, do mercado americano:
Não preciso explicar novamente, né? Independente dos presidentes, o índice S&P 500 subiu expressivamente.
Qual a conclusão? O mercado não se importa com política. O mercado se importa com empresas boas e baratas, taxas de juros e crescimento econômico.
Aos mensageiros do apocalipse da época das eleições:
Ibovespa: +7,61% 1S23
Dólar: -9,3% 1S23
Grande abraço, João Pedro Mello
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