Seguindo a série de apresentação de ações internacionais, vamos falar hoje da Nike, a maior empresa de calçados e roupas esportivas do mundo, fundada em 1964 e que tem sua sede em Beaverton, no Oregon, Estados Unidos.
Antes de nos aprofundarmos sobre a empresa em um contexto geral, vale a pena ressaltar que em fevereiro desse ano, o Grupo SBF, controlador da Centauro, anunciou a compra das operações da Nike no Brasil por R$ 900 milhões, pelo período de 10 anos.
Negócio da companhia.
Dito isso, vamos agora entender todo o negócio da companhia.
As principais atividades da Nike são o design, desenvolvimento e marketing e comercialização de calçados, vestuário, equipamentos e acessórios esportivos em todo o mundo. A companhia possui 6 categorias principais de produtos, são elas: running, basquete, a marca Jordan, futebol, training e sportswear.
Há ainda produtos para crianças e para outros esportes, como futebol americano, beisebol, críquete, golfe, lacrosse, skate, tênis, vôlei, wrestling e outras atividades.
Além disso, a companhia fornece também calçados, roupas e acessórios esportivos e casuais através das marcas Jumpman, Converse, Chuck Taylor, All Star, One Star, Star Chevron, Jack Purcell e Hurley.
Ela ainda terceiriza sua produção para mais de 400 fábricas em mais de 40 países. Com isso, praticamente todos os produtos são fabricados por outras empresas. Quase todos os calçados e roupas são produzidos fora dos Estados Unidos, enquanto os equipamentos são feitos tanto nos Estados Unidos quanto no exterior.
A empresa também licencia contratos que permitem que outras empresas fabriquem e vendam roupas, dispositivos digitais e outros equipamentos para atividades esportivas com a marca Nike.
Tanto na linha de calçados quanto no vestuário, as categorias mais vendidas são: sportswear, running e Jordan.
Mercados
Vamos entrar agora nos mercados em que a Nike está presente.
No mercado norte-americano, em 2019, as marcas Nike e Converse corresponderam a aproximadamente 41% da receita total, em comparação com 42% e 46% no ano de 2018 e 2017, respectivamente. A companhia conta com 6 importantes centros de distribuição no país, sendo 4 em Memphis e 2 em Indiana, além de alguns menores espalhados pelos Estados Unidos.
Há de se ressaltar que os três maiores clientes nos Estados Unidos responderam por aproximadamente 24% das vendas no país, apontando para uma maior concentração e importância para esses consumidores.
Em relação ao mercado internacional, as vendas da marca Nike e da Converse representaram aproximadamente 59% da receita total, em comparação com 58% e 54% para os anos de 2018 e 2017, respectivamente.
A Nike possui 67 centros de distribuição fora dos Estados Unidos e os três maiores clientes da companhia no mercado internacional representaram aproximadamente 14% do total de vendas fora dos EUA.
A quantidade é grande, mas agora listarei os países em que as filiais e subsidiárias internacionais da Nike estão localizadas: África do Sul, Alemanha, Argentina, Austrália, Áustria, Bélgica, Bermudas, Brasil, Canadá, Chile, China, Cingapura, Coreia do Sul, Croácia, Dinamarca, Emirados Árabes Unidos, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Filipinas, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Hong Kong, Hungria, Índia, Indonésia, Irlanda, Israel, Itália, Japão, Macau, Malásia, México, Nova Zelândia, Noruega, Panamá, Polônia, Portugal, Reino Unido, República Tcheca, Rússia, Sri Lanka, Suécia, Suíça, Taiwan, Tailândia, Turquia, Uruguai e Vietnã.
Mesmo que você não conhecesse a Nike, com todos os dados acima, você possivelmente já imaginaria que estamos falando de uma empresa de marca muito forte e conhecida em todo o mundo.
Além de ter marca forte e ser mundialmente conhecida, a Nike tem outras diversas vantagens competitivas que a colocam entre as marcas mais queridas de todo o mundo. Vamos abaixo citar algumas dessas vantagens.
A companhia investe grandes quantias em pesquisa e desenvolvimento para que seus calçados, roupas e equipamentos esportivos sejam fabricados de modo que ajudem a melhorar o desempenho dos consumidores, a reduzir lesões e aumentar o conforto.
A Nike conta com uma equipe própria de especialistas nas áreas de biomecânica, química, fisiologia, engenharia, design e sustentabilidade, além de comitê de pesquisa e conselho consultivo composto por atletas, treinadores, gerentes de equipamentos, ortopedistas, podólogos e outros especialistas que testam e avaliam os materiais e produtos.
Outra vantagem, como já citado rapidamente, é a quantidade de fornecedores. São 112 fábricas que fornecem calçados para a Nike, localizadas em 12 países, tendo maior participação as da China, Vietnã e Indonésia. No vestuário a quantidade é maior ainda, são 334 fábricas localizadas em 36 países, sendo a maioria na China, Vietnã e Tailândia.
Em 2017 a Nike anunciou uma mudança no seu modelo de negócio, focando mais no consumidor. Isso acontece através de investimentos em sua rede direta ao cliente e também reduzindo sua exposição a varejistas indiferenciados enquanto aumenta a distribuição através de um pequeno número de varejistas, como a Nordstrom, Dick’s Sporting Goods e Foot Locker, que fazem com que a Nike tenha uma relação mais próxima com os clientes.
Esse realinhamento é conduzido pela sua estratégia triple double, que consiste em dobrar a inovação, a velocidade e as conexões diretas com os consumidores. O triple double também reduz pela metade o tempo de criação de produtos, aumentam a participação dos aplicativos e melhora a seleção das principais franquias.
Falando nos aplicativos, a Nike está investindo forte nesses serviços digitais. O app NikePlus têm mais de 100 milhões de membros, enquanto os aplicativos Training Club e Run Club são os maiores em suas áreas nos EUA e na Europa. Ainda tem o SNKRS para colecionadores de calçados, que tem vários milhões de membros.
Outro ponto positivo para a empresa são os grandes investimentos em esportes do governo chinês. Com toda sua capacidade de distribuição, a Nike deve se beneficiar, na medida em que mais pessoas na China, Índia e ainda em outros países emergentes tenham maior poder de compra e acesso aos produtos e internet. Podemos observar isso com a compra de diversos jogadores do futebol brasileiro por clubes da China recentemente.
Além de todas essas vantagens, a Nike conta com um marketing muito forte, principalmente através de atletas patrocinados, que usam seus milhões de seguidores nas redes sociais para impulsionar a marca.
Apenas para ilustrar o parágrafo acima, podemos citar alguns exemplos de atletas patrocinados, como Cristiano Ronaldo, Neymar, Lebron James, Rafael Nadal e ainda o ex-atleta Michael Jordan, que dá o nome à marca Jordan, que se fosse uma organização independente, seria a terceira maior empresa de calçados dos Estados Unidos, atrás apenas da própria Nike e da Adidas.
A empresa faz ainda um trabalho parecido com Lebron James, que assinou um contrato em 2015, que lhe renderá US$ 30 milhões por ano até 2048, quando ele terá 64 anos.
Vamos agora para uma das partes mais importantes quando conhecemos uma empresa, saber alguns dos riscos que estão presentes no negócio.
Podemos começar citando os riscos que não só a Nike possui, mas todas as grandes empresas, que são as incertezas em relação às vendas no exterior, em que possíveis mudanças no comércio e no ambiente externo, como por exemplo, maiores taxações, instabilidades políticas e restrições comerciais podem causar impactos negativos na companhia.
Vale ressaltar que ultimamente houve um aumento do protecionismo em todo o mundo, o que acarreta maiores custos na produção, diminuindo as vendas e rentabilidade da Nike. Como podemos perceber, o acordo comercial entre os Estados Unidos e a China é importantíssimo para a companhia.
Indo agora para o aspecto de competição, podemos citar que empresas como Adidas, Anta, Asics, Puma e Under Armour são algumas das principais concorrentes da Nike, fazendo com que os segmentos de calçados, roupas e equipamentos esportivos sejam altamente competitivos, demandando grandes investimentos em tecnologia para que os produtos não fiquem obsoletos.
Essa concorrência pode ser até considerada boa, pois de certa forma pressiona a Nike a continuar investindo em inovação e melhores experiências para seus clientes, mantendo e melhorando cada vez mais a qualidade dos seus produtos.
Essa então foi a segunda apresentação de ações estrangeiras aqui no Dica de Hoje Research. Nas próximas semanas apresentaremos mais companhias.
E aí, o que você acha de investir na Nike?
Em breve teremos análise completa da Nike e também lançaremos nossa carteira explorando ações internacionais. Iremos trazer uma abordagem completa e ainda não vista no Brasil.
Não perca!
Abraços e Bons investimentos,
Raphael Rocha
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