Indicadores de Rentabilidade
Quando compramos um ativo nos tornamos sócios daquela empresa. Estamos investindo nosso dinheiro no negócio, portanto é nossa obrigação conhecer a saúde financeira,/ liquidez, a estrutura de capital / endividamento e a situação econômica/ rentabilidade. Para medir o desempenho das organizações precisamos analisar esses números, isso porque investir certo é o ponto fundamental para o negócio crescer com consistência e não ser apenas mais uma empresa que alcança o sucesso, mas não consegue mantê-lo.
Isso é análise de demonstrações financeiras onde vamos constatar a capacidade da empresa em gerar caixa, e honrar suas dívidas, assim teremos um cenário aproximado que nos fornecerá informações que serão parâmetros para investir, não investir, investir quando a situação melhorar ou sair do ativo porque o risco ultrapassa seu limite.
Exatamente isso caro leitor, ativos/empresas são negócios, ou seja, dinâmicos, modificam sua situação financeira influenciada por diversos fatores, como já abordamos outras vezes indicadores macro.
Antes de iniciar os conceitos, se ainda houver alguma dúvida em relação a importância destes índices lembre-se que eles tem uma enorme influência sobre a cotação/múltiplos ( tão largamente falados nos fóruns, sem muitas vezes o devido entendimento) bem como o acesso ao mercado de crédito. Se isso não for motivo suficiente então é preço rever seus conceitos sobre análise de fundamentos.
Situações que Interferem nos Resultados
Quando uma empresa tem um custo de perda com avarias no estoque ou na distribuição, ou quando tem uma ociosidade na produção devido a um mercado em baixa sem demanda e mesmo assim decide fabricar a capacidade efetiva aumentando estoques provocando um custo maior ainda de perda a LP (varejo e suas coleções encalhadas, pátios de montadoras lotados em 2015, etc.).
Contrário se aplicaria a uma planta que tem demanda com alta variação, podendo assim usar produção empurrada (onde ainda não existe pedido) mantendo estoques que possam atender essa variação de demanda e assim preservar mercados (sistemistas), setor automotivo. Para entender melhor os cálculos de capacidade capacidade produtiva exemplos.
Ou seja: muita atenção aos estoques, e qual indicador eu uso para entender essa situação, para compreender melhor a estratégia e a realidade financeira para que ela ocorra na prática?
Ou podemos considerar que cada setor tem um tempo de ciclo específico, logo o ciclo operacional demanda mais informações para uma conclusão com margem de segurança adequada.
Quando se fala em indústria, além da sazonalidade o impacto também se refere às demandas dos insumos principais (agro/ commodities) e ao nível de controle que a empresa tem sobre isso ( caso das indústrias que mantém um contrato fechado com o fornecedor , o que permite proteção no preço ) e na indústria o peso do insumo é um dos componentes que mais afetam o custo do produto, afetando diretamente a margem e por consequência o lucro.
Isso quer dizer que quando se altera conjuntura de preços controlados pelo mercado por oferta e demanda o ciclo de indústrias que tem como insumo o agro ele fica mais curto e a empresa reverte mais rápido. No caso de indústria de projetos longos como a weg , já no balanço se percebe a diferença dos registros por competência e por caixa, ou seja, eu posso ter registros de competência mas que irão gerar caixa quando o projeto for finalizado , o que pode levar mais de um exercício contábil. Então como perceber essas nuances?
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Calculando os Índices
1- Índice de Liquidez:
Liquidez corrente: curto prazo AC e PC. Quando existe mais dinheiro em bens e direitos a curto prazo em relação as obrigações a curto prazo ( circulante no balanço patrimonial), quanto maior o índice maior a capacidade de giro
ILC= Ativo Circulante
Passivo CirculanteExemplo= 589.693,00= 1,20
489.587,00Liquidez Seca – desconsiderando estoques, principalmente quando se trata de MP/insumos, quanto maior melhor.
ILS= Ativo Circulante – Estoque
Passivo Circulante2- Índices de Atividade:
Prazo médio de estocagem: prazo médio de renovação
IGE= Estoque x Período do CPV
CPVPrazo médio de recebimento: muito importante para avaliar métodos de cobrança e estratégia logística.
IPMR= Contas a receber
Vendas diárias (média) /360Prazo médio de pagamento:
IPMR= Contas a pagar
Compras (médias)/360Giro do Ativo Total: mede eficiência da logística para gerar venda
GAT= Vendas
Ativo Total3- Índices de Endividamento:
Índice de endividamento Geral– quanto maior o índice mais dinheiro de terceiros
IEG= Passivo Exígivel Total
Patrimônio LíquidoÍndice de Cobertura de Juros: quanto maior melhor a capacidade de pagamento
ICJ= Geração de Caixa Ebitda
Despesas FinanceirasEndividamento Oneroso: quanto do capital esta comprometido com a dívida ( tudo que tenha custo financeiro)
EO= dívida onerosa total
Patrimônio Líquido
Grau de Aplicação Financeira em relação ao PL
GAF= Disponibilidades
Patrimônio LiquidoEndividamento Oneroso Líquido: usado em empresa que faz arbitragem
EOL= dívida onerosa total – disponibilidades
Patrimônio Líquido
Cobertura da Dívida:
CD= Dívida Líquida
Geração de caixa (ebitda)
4- Índices de Rentabilidade:Margem de Lucro Bruto: quanto maior melhor, é nessa busca que as empresas aumentam seus preços de venda e/ou diminuem seus custos
MLB= Lucro bruto
Receita de VendasMargem de Lucro Operacional: Lucro descontados os custos e despesas dos produtos menos as despesas/receitas financeiras
MLO= Lucro Operacional
Receita de VendasMargem de Lucro Líquido: preço de venda , descontados custos, despesas, juros, e considerando receita e despesa financeiras.
MLL= Lucro Líquido
Receita de VendasRetorno sobre investimento: retorno do investimento, quanto maior melhor, indica a eficiência operacional
ROI= Lucro Gerado pelos ativos ( operacional)
investimento médioRentabilidade do Patrimônio Líquido: retorno sobre capital investido, excelente métrica para comparação.
ROE= Lucro Líquido
Patrimônio Líquido Médio
Concluindo
Estes são apenas alguns indicadores fundamentais para analisar o resultado de uma empresa, são ferramentas que permitem obter os dados e apartir deles será possível de fato efetuar uma análise e obter uma informação confiável para investir. É como fazer exames de sangue antes de uma cirurgia, os exames são as análises e a cirurgia é a compra do ativo, só fazemos quando temos certeza de que existem menos riscos de morte do que de sucesso no procedimento. “Embelezar o interior pela total sinceridade embeleza o exterior sem cirurgia”.
Assim abandonamos aquele velho hábito de “querer encaixar um círculo num quadrado pela força bruta”, ou seja, se os indicadores não mostrarem um cenário no mínimo seguro ou otimista o risco fica a critério de cada investidor.
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Abraços e bons investimentos,
Patricia Rossari