Petrobras,uma empresa de energia de novo? – Apresentação do Plano Estratégico 2040 e Planode Negócios e Gestão 2019-2023 da Petrobras
Leo Bittencourt(06/dezembro/2018)
Fala Pessoal! Bittencourt na área!
No dia 5/dezembro/2018, a Petrobras divulgou para o mercado o seu Plano Estratégico 2040 e o Plano de Negócios e Gestão 2019-2023. Você pode baixar o documento na íntegra clicando neste link! Nesses planos a empresa deixa bem claro quais são as suas estratégias para os próximos 5 anos bem como a sua visão de futuro. Vamos conversar um pouco sobre o que foi divulgado!
Plano Estratégico 2040:
No plano apresentado, a Petrobras deixou claro estar ciente das necessidades e a evolução dos hábitos da sociedade, que buscará cada vez mais diversificação nas fontes e usos da energia. A empresa levou em consideração as tendências listadas abaixo em todos os seus cenários:
Com base nestas tendências a Petrobras reafirmou seus valores:
O interessante foi observar que o foco em óleo e gás presente na visão do plano anterior deu lugar a uma visão de ser uma empresa integrada de energia. Apesar disto, a empresa entende que o setor óleo e gás vai permanecer sendo por muitos anos a sua fonte principal de receitas e negócios, e no horizonte até 2040 dará mais espaço para outras fontes de energia. No gráfico divulgado abaixo, em todos os três cenários previstos pela empresa, o petróleo até 2040 continuará sendo a principal fonte de energia:
As estratégias da Petrobras foram ajustadas, definindo o foco de suas ações por segmento de negócio, tendo em vista a transição para uma economia de baixo carbono, os riscos relativos à concentração geográfica e de commodity. Vamos detalhar a seguir a estratégia de cada setor:
[feature_box style=”1″ only_advanced=”There%20are%20no%20title%20options%20for%20the%20choosen%20style” alignment=”center”]O item “Parcerias e desinvestimentos” dos planos anteriores deu lugar para “Gestão ativa do portfólio”, mostrando que a empresa vai estar ativamente monitorando a rentabilidade de seus ativos. Abaixo estamos apresentando os ativos que estão em fase de desinvestimento:
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A Petrobras entende a importância que o gás natural vai ter no mundo nesta transição para o baixo carbono onde, por exemplo, as usinas termoelétricas estão saindo do carvão para o gás natural. Com isto mapeado, a empresa acredita que participar do negócio global de GNL é importantíssimo para o seu futuro. O seu plano é sair da situação atual de produtor/vendedor doméstico e importador de GNL (“gás natural liquefeito”) para uma posição de player global, contribuindo assim para redução da sua concentração geográfica de atuação apenas no Brasil e concentração forte apenas na commodity Petróleo (hoje 80% da sua receita vêm do Petróleo e 20% vem do gás natural).
É importante destacarmos que a empresa citou a integração da Petroquímica com as atividades de produção de óleo e gás natural, indo na mesma linha que o mercado mundial, onde grandes petroleiras estão fazendo este movimento. Além disso, no segundo item, a empresa deixou clara a sua saída em alguns negócios (fertilizantes, distribuição de GLP e biodiesel).
A Petrobras confirmou seu desejo de atuar no setor de energias renováveis com foco em eólica e solar no Brasil, com possíveis participações em leilões de energia solar, entrada gradual no mercado de geração solar distribuída e projetos em eólica offshore (“no mar”) para próxima década. Com este intuito foramcelebradas parcerias com Equinor(estatal norueguesa – antiga StatOil) para negócios no segmento de energia eólica offshore e com a Total (empresa francesa) no segmento de energias renováveis (solar e eólica onshore (“na terra”)).
– Plano de Negócios e Gestão 2019-2023:
O Plano de Negócios e Gestão (“PNG”), integrado ao Plano Estratégico, detalha o planejamento operacional da Petrobras para os próximos cinco anos. O plano manteve o foco em segurança, bem como o planejamento financeiro e a busca pela rentabilidade dos seus negócios.
Antes de falarmos do plano atual seria interessante apresentarmos um histórico dos planos (PNG) anteriores:
Com destaque para a redução de Dívida Líquida/EBITDA que no 3T16 estava com 4,1 e fechou o 3T18 com 2,7, sendo que a meta para o final de 2018 é 2,5.
No quadro abaixo a empresa divulgou seus destaques de 2015 até 3T18:
Agora voltamos a falar sobre o PNG 2019-2023! O novo plano trouxe uma novidade, que é a inclusão da nova métrica de topo: Retorno sobre o capital empregado (ROCE), que busca garantir a rentabilidade da empresa. Os diretores afirmaram que este indicativo vai ser uma forma de interagir com mercado e stakeholders, pois a empresa vai explicitar melhor como ela pretende rentabilizar.
Além da métrica ROCE, a Petrobras manteve as métricas de segurança e de redução da dívida, que orientam as estratégias da empresa:
Segundo a empresa para as entregas do Plano, foram consideradas as seguintes premissas:
A carteira de investimentos do PNG 2019-2023 soma US$84,1 bilhões e foi construída tendo em vista três motores centrais de geração de valor para a empresa:
Esta divisão em motores também foi uma novidade neste plano. Cada motor engloba seus setores de atuação, como mostramos a seguir:
–Força Motriz: são ativos centrais (ocore) que geram o maior caixa para empresa e que vão receber o maior capital investido. Neste item fazem parte: a área de“Exploração e Produção” que continua como o mais importante motor de geração de valor, permanecendo o foco no desenvolvimento da produção em águas profundas, notadamente nas áreas do pré-sal; e também o setor de “Refino, Transporte e Comercialização” que continuarão atuando de forma integrada ao E&P,mas com um novo modelo de participação da Petrobras, considerando parceria com outras empresas, e no caso da petroquímica, uma melhor exploração do seu potencial de integração com o refino.
–Força para Evoluir: engloba os projetos de “Gás e Energia” e “Petroquímicas”, apresentando uma necessidade de alavancar competências e habilidades para atuação nestes setores.
–Movimento para o Futuro: engloba os projetos de “Energia Renováveis” como um novo motor de geração de valor com foco no futuro sustentável da empresa.Indicando que a Petrobras está atenta a tudo que estar ao seu redor.
Vamos detalhar melhor alguns itens do PNG:
– Investimentos em Exploração e Produção 2019-2023:
É importante observarmos a retomada dos investimentos em atividades exploratórias, que foram reduzidos nos últimos dois planos. Por exemplo, no PNG anterior (2018-2022),os investimentos exploratórios ficaram na faixa de US$ 6,7 bilhões e no novo plano passa a ser em torno de US$ 10,8 bilhões.
– Curva de produção crescente:
Segundo a empresa, em 2019, o crescimento da produção de óleo será de 10% no Brasil e de 7% na produção total, em virtude da entrada em operação de 5 novos sistemas em 2018 e mais 3 em 2019. Ao longo do Plano, está prevista a entrada em operação de 13 novos sistemas. Para o período entre 2020 e 2023, a produção total de óleo e gás natural terá um crescimento médio de 5% ao ano.
– Valor do setor Exploração e Produção:
Podemos destacar na figura anterior que a Petrobras está prevendo que a contínua eficiência de custos e o custo de extração no pré-sal inferior a US$ 7/boe(“barril de óleo equivalente”) conduzirão o custo de extração médio para níveis inferiores a US$ 10/boe a partir de 2020.
– Reposicionamento em Refino:
O Plano prevê o reposicionamento em refino, por meio de parcerias nos clusters Nordeste (composto por 2 refinarias RLAM e RNEST, 770km de oleodutos e 5 terminais) e Sul (composto por 2 refinarias REFAP e REPAR, 736km de oleodutos e 7 terminais), que representam 40% da capacidade de refino instalada no Brasil, permitindo o compartilhamento dos riscos do negócio e o estabelecimento de um setor mais dinâmico, competitivo e eficiente, além de geração de liquidez para a empresa.
– Fontes e usos dos recursos financeiros:
Através da disciplina de custos, redução da dívida e compromisso com a rentabilidade, a Petrobras estima uma geração de fluxo de caixa livre robusta no período do PNG. A empresa dará continuidade aos projetos de desinvestimentos já anunciados e continuará com parcerias e desinvestimentos orientados pela gestão ativa de portfólio, com potencial de entrada de caixa no período do Plano de US$ 26,9 bilhões. Essas iniciativas,associadas a uma geração operacional de caixa estimada em US$ 114,2 bilhões, após dividendos, impostos e contingências, permitirão à Petrobras realizar seus investimentos e reduzir seu endividamento, sem necessidade de novas captações líquidas no horizonte do PNG (muito importante esta última informação!!).
É importante observamos que esta estimativa de geração operacional de caixa estimada de US$ 114,2 bilhões é menor do foi que apresentada no PNG anterior (US$141 bilhões). Os diretores explicaram na teleconferência que esta geração já considera uma política de dividendos e também os impactos nas receitas causadas pelos desinvestimentos.
Agora para finalizar não poderia deixar de fora a contribuição estimada da Petrobras para a sociedade:
– CONCLUSÃO:
Eu, pessoalmente, gostei bastante do novo plano apresentado pela Petrobras, o fato de se apresentar novamente como uma empresa integrada de energia é bastante interessante! Na minha opinião, ela nunca deveria ter deixado de ser uma empresa de energia! (Quem não se lembra daquele antigo jingle “O Desafio é a nossa energia!”). Afirmo que a empresa está certíssima em não ficar de fora desta evolução das energias eólicas e solar no Brasil.
Além deste posicionamento, achei muito bom a empresa estar dando uma importância maior para o Gás Natural, visto que o mundo vai demandar de muito gás, principalmente vindo da China. Gostei também da sinalização da empresa em querer integrar a Petroquímica com atividades de Refino e produção de óleo/gás, seguindo exatamente o que se passa no mundo. Inclusive eu escrevi sobre isso neste outro artigo, clique aqui.
Quer dizer, tudo indica que a Petrobras está no caminho certo, tocou em alguns assuntos bem importantes no seu plano, mas como não temos o controle do futuro,só nos resta acompanharmos de perto e ver se a empresa vai conseguir cumprir oque está planejando!
Até a próxima pessoal,
Leo Bittencourt
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