Devido ao cenário eleitoral, parece que não teremos nada em duas semanas.
Desde o jantar entre Guedes e Maia, equipe econômica x establish político, a principal decisão foi não votar nada controverso na semana anterior, como também na próxima, podendo se estender para mais.
Por quê?
A meta é não produzir marolas antes da eleição de 15 de novembro. Por essa razão, é grande a chance de que os formato finais, vejam que não falo aprovação final, do Renda Cidadã e da reforma tributária (que vai desonerar empresas) fiquem para a 2ª quinzena de novembro.
Problema: o tempo não para
No entanto, temos um problema, já que depois de 15 de novembro quase não há prazo para votação de emendas constitucionais. E temos o agravante de que por volta de 15 de dezembro o Congresso fecha as portas.
Isso pode acabar afetando a bolsa quanto ao cenário interno no Brasil, já que essa indefinição pode refletir em um comportamento da bolsa andar de lado até a apresentação de tais projetos.
Vamos falar sobre a reforma tributária?
Algumas casas confirmavam a previsão de tal reforma ser votada o quanto antes.
No entanto, cobrindo os bastidores de Brasília, o que eu posso afirmar é que COM CERTEZA a reforma tributária irá ficar para no mínimo depois das eleições municipais.
De acordo com o senador Roberto Rocha, presidente da Comissão Mista da Reforma Tributária, o prazo do colegiado deve ser prorrogado para depois das eleições.
Cabe mencionar que o relator da proposta, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), negocia a extensão com os presidentes da Câmara e do Senado.
O senador Roberto Rocha também afirmou ainda que mesmo aprovada no colegiado em novembro, é muito baixa a probabilidade de uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) ter o trâmite concluído em tão pouco tempo. Lembrando também que o ano no Legislativo acaba em meados de dezembro.
Para evitar mais desgastes, a equipe econômica não fala em público, e a outra prioridade do Planalto, que balançou bem a bolsa, o Renda Cidadã, também deverá ficar.
Ao que tudo indica, a formatação do programa social Renda Cidadã só será conhecida e divulgada depois de 15 de novembro, data do 1º turno.
Essa decisão de esperar até a eleição tem o objetivo de frear o desgaste da relação entre o governo e o mercado, que a cada dia enxerga uma possibilidade de haver decisão de furar a regra de teto de gastos.
Todavia, em 2020, por causa da pandemia de coronavírus, o governo e o Congresso fizeram o chamado Orçamento de Guerra, que autorizou excepcionalmente haver gastos além do teto que termina em dezembro.
Entre esses gastos, tivemos o auxílio emergencial (5 parcelas de R$ 600 e até outras 4 parcelas de R$ 300), também conhecido como coronavoucher, que acabou fazendo crescer a popularidade do presidente Jair Bolsonaro, chegando ao melhor patamar em todo o mandato.
Nesse sentido, temos o presidente e os políticos que formam a base do governo no Congresso querendo criar um programa perene de auxílio aos mais pobres.
O grande problema para o mercado é que esse debate sobre como financiar esse chamado Renda Cidadã (já foi Renda Brasil) deixa os investidores e os mercados nervosos.
Estamos acompanhando cada vez mais a bolsa brasileira oscilando e o real é uma das moedas que mais se desvalorizou no mundo frente ao dólar em 2020.
Agora, sobretudo até as eleições municipais, teremos um período de indefinição, o que pode refletir em mais aversão aos riscos da bolsa brasileira e também desvalorização do real.
E ao que tudo indica, esse cenário pode continuar influenciando a bolsa até final de dezembro, com a possibilidade de furo no teto de gastos aumentar.
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