Em um primeiro momento, o Brasil está se isolando, porque havia uma relação especial com o presidente Trump, sendo mais uma aliança política e ideológica do que em termos comerciais, visto que não melhorou a balança comercial. Ao contrário de todos os presidentes dos EUA desde Harry Truman, Trump nunca visitou o Brasil.
Nesse mesmo período, as relações com a União Europeia ficaram mais fracas onde o acordo chegou a ser anunciado, mas depois parou a negociação, e isso em grande parte por conta de razões ambientais e políticas protecionistas europeias.
Quando olhamos para a América do Sul, que nos interessa muito, o Brasil também encontra-se mais distante dos demais países, não exercendo qualquer tipo de liderança.
As relações Brasil-China pioraram e Bolsonaro possuía o mesmo posicionamento ideológico de Trump e também regularmente criticava a China – o parceiro comercial mais importante do Brasil.
Desde a vitória de Biden no sábado, o Brasil também encontra-se mais isolado. Até na manhã de segunda-feira, Bolsonaro ainda não havia se juntado aos líderes mundiais para parabenizar o presidente eleito Joe Biden.
Essa tendência pode se reverter?
Bolsonaro é agora órfão de Trump nas Américas, e sua política pode enfrentar desafios na ausência do alfa provocador do hemisfério norte, mas já mostrava que uma eventual derrota de Trump era possível:
“Não sou a pessoa mais importante no Brasil, assim como Trump não é a pessoa mais importante do mundo”. “Ninguém é mais importante do que Deus.”
Biden percebeu na campanha que Trump falhou em cumprir as expectativas de Bolsonaro de um relacionamento especial. Ele apontou o Brasil como um vilão ambiental durante a campanha presidencial, emitindo um aviso inequívoco: ou o Brasil aceita a ajuda dos EUA para conter a destruição na Amazônia ou enfrentará sanções por não fazê-lo.
No primeiro momento, o Brasil pode sair perdendo, principalmente o agronegócio, mas a derrota de Trump também pode ser a deixa para as relações internacionais do Brasil se tornarem mais pragmáticas, assim como alguns diplomatas já aconselhavam.
Na verdade, o maior beneficiado no Brasil foi o maior beneficiado das lutas que Trump escolheu com aliados e competidores internacionais. Os produtores de soja conquistaram uma fatia extra do mercado chinês enquanto Washington disputava comércio com Pequim. Em um primeiro momento, um dos setores mais dinâmicos do Brasil corre o risco de se tornar uma das maiores vítimas da inação climática.
O Brasil pode ter muito a ganhar com Biden, começando com a chance de inverter a narrativa sobre o meio ambiente. Pode ser uma grande oportunidade para mostrar ao mundo o que demandas internacionais vêm alegando que não estávamos fazendo.
Pode ser também uma grande oportunidade para o agronegócio, já que os consumidores globais vêm insistindo em produtos mais verdes. Assim, as oportunidades surgem. A Marfrig Global Foods S.A., um dos maiores frigoríficos brasileiros, lançou um rótulo de “carbono neutro”, comprometendo-se a evitar a comercialização de gado criado em terras desmatadas e a plantar árvores para compensar o metano do pasto.
Para concluir, a presidência de Biden inevitavelmente será ruim em um primeiro momento para o Brasil, mas também deve aumentar o diálogo e intensificar o envolvimento diplomático, principalmente porque Biden possui interesse no 5G.
Sendo assim, uma diplomacia mais pragmática Brasília pode alavancar o comércio exterior e a economia em vantagem nacional.
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Raphael Rocha.
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