Panorama Semanal do setor de Petróleo e Gás natural (4 a 10/abril/2021)
(Por: Leo Bittencourt)
– Petrobras compra da BP participação em áreas de petróleo envolvidas em polêmica ambiental na Foz do Amazonas:
A Petrobras assinou acordo para comprar a participação da petroleira BP em seis blocos de petróleo que estão localizados na polêmica bacia da Foz do Amazonas, em águas ultraprofundas na Região Norte do Brasil na chamada margem equatorial. As áreas estão a 120 km do estado do Amapá. Os seis blocos haviam sido adquiridos pelo consórcio firmado entre Petrobras (30%), Total (40%) e BP (30%) na 11ª Rodada de Licitação de Blocos da Agência Nacional do Petróleo (ANP), ocorrida em 2013.
Em setembro de 2020, a Petrobras já havia assinado acordo para assumir a operação e a integralidade das participações da Total nestes contratos, que ainda está sujeito à aprovação da ANP. BP e Total vinham se queixando nos bastidores, segundo fontes, das dificuldades no licenciamento ambiental. Até hoje, ainda há discussões com o Ibama sobre as exigências para que sejam iniciadas as etapas da atividade de exploração. A área é considerada por ambientalistas uma das mais ricas em biodiversidade do planeta.
Agora, com o acordo, a Petrobras passa a deter 100% de participação nos seis blocos. A concretização da operação está sujeita ainda às aprovações dos órgãos reguladores. Segundo a estatal, o investimento na região Norte está em linha com o plano estratégico até 2025, que prevê novas frentes exploratórias fora das bacias do Sudeste. (Fonte: O Globo)
– Petrobras posterga previsão de início de produção do campo de Mero 1 para 1º tri de 2022:
A Petrobras informou que postergou a previsão de início de produção de Mero 1, do 4º trimestre de 2021 para o 1º trimestre de 2022. O FPSO Guanabara, que será instalado no campo, teve suas obras atrasadas na China devido à pandemia do covid-19. O FPSO Guanabara será instalado no campo de Mero, pertencente ao bloco de Libra, no pré-sal da bacia de Santos, com capacidade de processamento de 180 mil barris de óleo por dia.
O campo de Mero é operado pela Petrobras (40%) em parceria com a Shell Brasil Petróleo Ltda. (20%), Total E&P do Brasil Ltda. (20%), CNODC Brasil Petróleo e Gás Ltda. (10%), CNOOC Petroleum Brasil Ltda. (10%) e Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA), que exerce papel de gestora deste contrato. (Fonte: Estadão Conteúdo)
– Petroleira saudita Aramco eleva preços de petróleo para Ásia e reduz para EUA e Europa:
A Aramco, estatal petrolífera da Arábia Saudita, elevou os preços que cobrará por seu petróleo de clientes da Ásia em maio e, ao mesmo tempo, reduziu os preços para compradores dos EUA e da Europa, evidenciando a disparidade na forma como o Ocidente e a China têm lidado com a pandemia de covid-19 nas últimas semanas.
A empresa aumentou todos os seus preços para o Extremo Oriente. Já no caso dos EUA, a Aramco reduziu a maioria dos preços em US$ 0,10 por barril e, no da Europa, em US$ 0,20 por barril. A demanda chinesa por petróleo tem se mantido firme nos últimos meses, enquanto na Europa o aumento nos números de casos de covid-19 e o lento avanço das campanhas de vacinação em várias de suas principais economias levaram ao endurecimento de medidas de lockdown no continente. (Fonte: Estadão Conteúdo / Dow Jones Newswires) (Eu explico a história do início da produção de petróleo na Arábia Saudita e da fundação da Aramco no livro Ouro Negro)
– Estoques de Petróleo nos EUA:
Na última quarta-feira (7/abril) foram divulgados os números dos estoques semanais de petróleo bruto dos EUA pela agência “Energy Information Administration (EIA)”. Na semana passada, os estoques de petróleo dos EUA caíram mais do que o esperado, com registro de uma queda de 3,522 milhões de barris, em comparação com as expectativas dos analistas de uma queda de 1,436 milhão.
Os estoques de destilados, que incluem diesel e óleo de aquecimento, aumentaram 1,452 milhão de barris na semana contra as expectativas de um aumento de 486.000 barris, mostraram os dados da EIA. Os estoques de gasolina aumentaram 4,044 milhões de barris na semana passada em comparação com as expectativas de uma queda de 221.000 barris.
O refino de petróleo bruto foi de 103.000 barris. A taxa de utilização das refinarias nos EUA subiu de 83,9% na semana anterior para 84% na mais recente, abaixo da expectativa de alta a 85% dos analistas. Já a produção média diária do país cedeu 11,1 milhões de barris para 10,9 milhões de barris por dia. As exportações aumentaram, entretanto, para quase 3,5 milhões de barris diários, ante o número da semana anterior de menos de 3,2 milhões. “Parece que o aumento recente da atividade nas refinarias permitiu absorver mais petróleo, mas a demanda fraca continua pesando no mercado“, indicou Bart Melek, da TD Securities. (Fonte: Investing.com / AFP)
– Número de sondas americanas em atividades:
Ontem foi divulgado, pela empresa de serviços de energia Baker Hughes, a contagem do número de sondas de perfuração em atividade nos EUA. A contagem desta semana registrou nem aumento nem queda de sondas em relação semana passada, manteve um total de 337 sondas de perfuração em atividade. Na semana retrasada esta contagem tinha alcançado 337 sondas com aumento de 13 sondas (desde janeiro/2020 não teve um aumento semanal desta magnitude!). Esses dados indicam um sinal de retomada da produção americana de Shale-Oil, no entanto, ainda está bem longe de recuperar os números de antes da pandemia, quando registrava em março a faixa de 680 sondas em atividades. Vamos ficar de olho! (Fonte: EUA – Contagem de Sondas Baker Hughes – Investing.com)
– Panorama Semanal do preço do Barril do Petróleo:
Os preços do petróleo fecharam esta sexta-feira em queda, acumulando perdas de cerca de 2% na semana, à medida que aumentos de produção, avanços nas negociações com Irã e a imposição de novos lockdowns em alguns países ofuscaram o otimismo com uma recuperação na demanda por combustíveis.
A pressão negativa sobre as cotações tem sido exercida pela decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e seus aliados (OPEP+), de aumentar a oferta da commodity em 2 milhões de barris por dia (bpd) entre maio e julho, como comentamos no panorama da semana passada.
“A perspectiva da demanda de petróleo bruto para a Europa e os mercados emergentes ainda é confusa e, até que o otimismo retorne, os preços do petróleo podem permanecer pressionados”, disse Ed Moya, que chefia a pesquisa de mercado dos EUA para a corretora online OANDA. “O petróleo terá um ambiente de comércio instável nas próximas semanas.”
Os preços do petróleo também ficaram sob pressão depois que o Irã abriu negociações com potências globais em Viena nesta semana para encontrar uma maneira de encerrar as sanções de dois anos dos EUA ao seu petróleo impostas pelo antigo governo Trump. A Casa Branca, agora sob o governo do presidente Joseph Biden, concorda em acabar com as sanções, desde que Teerã dê provas de que seu programa nuclear não é capaz de produzir uma bomba atômica. O Irã, no entanto, está exigindo que as sanções sejam removidas antes de fazer tais concessões. O Irã disse que poderia retornar “em alguns meses” ao pico de sua produção de petróleo de quase 4 milhões de barris por dia, uma vez que as sanções fossem suspensas. Fontes familiarizadas com a produção de petróleo do país estimam atualmente sua produção em cerca de 2 milhões de barris diários. “Se mais exportações iranianas de 1-1,5 milhões bpp chegarem ao mercado na segunda metade do ano, em caso de um acerto, acreditamos que isso colocaria em risco a recuperação dos preços do petróleo“, avalia o banco alemão Commerzbank.
Os contratos futuros do Brent para o mês de junho/2021, terminaram o dia com uma queda de -0,30%, encerrando o dia negociados a US$ 63,01 o barril na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres. preços do WTI para o mês de maio/2021 apresentaram uma queda de -0,44%, sendo negociado a US$ 59,34 o barril na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex). No acumulado semanal, a referência global Brent apresentou uma queda de -2,85% e a referência americana WTI queda de -3,43%. (Fonte: Reuters / Investing.com / Estadão Conteúdo)
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