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Indústria de Transformação Brasileira: A queda no Ranking Mundial

A CNI – Confederação Nacional da Indústria – divulgou relatório sobre o desempenho da indústria no mundo e demonstra o recuo da nossa indústria desde 2009. No material ela cita que:

A participação do Brasil na produção industrial mundial caiu para 1,19%, em 2019, atingindo o piso da série que começa em 1990. O desempenho das exportações da indústria brasileira no mundo também ilustra a perda de competitividade do Brasil.

Em 2018, a participação do nosso país foi de 1,24%. Até 2014 ainda figurávamos entre os dez maiores (décima posição), mas infelizmente perdemos lugar desde então, e fomos ultrapassados por México, Indonésia, Rússia, Taiwan, e nos últimos dois anos fomos deixados para traz pela Turquia e pela Espanha. Nossa posição com esses novos dados de 2019 é a décima sexta. Em 1990, nossa participação era de 2,55%, chegando ao ponto máximo em 1994, com 2,69%; em 2004 eram 2,25% e, desde 2009, estamos em queda.

No topo da lista temos os seguintes países: China 29,67%, Estados Unidos 16,31%, Japão 7,01%, Alemanha 5,42%, Índia 3,11%, Coreia do Sul 3,05%, Itália 2,03%, em seguida França, Reino Unido, Indonésia, México, Taiwan, Rússia, Espanha, Turquia e então Brasil.

Vale lembrar que em 2009 nosso PIB recuou, efeito da crise mundial de 2008, e que em 2014 e 2015 tivemos recessão (PIB negativo de 10% na indústria). Enquanto isso o mundo continuou produzindo. Essa crise era apenas nossa, e não global, logo, o mundo cresceu produção.

Em relação à nossa participação nas exportações globais da indústria de transformação, a situação não é animadora. Temos apresentado recuo nos últimos três anos (nossa participação não chega a 1%), sendo que a previsão para 2019 é de 0,82%, também o menor valor da série histórica, que iniciou em 1999. De 2015 até 2017 houve crescimento, mas desde então já perdemos metade dessa evolução acumulada, segundo relatório da CNI.

E você já deve imaginar qual o país que está em primeiro lugar nessa lista, e que apresentou um aumento de participação nessa medida, não é mesmo?

A China. A fatia do país é de 15,26% do total global. Em segundo lugar temos a gigante da indústria automotiva, Alemanha, com 9,17%. Em terceiro lugar os Estados Unidos, com 8,88%; em quarto lugar o Japão, com 4,23%; e em quinto lugar na lista dos maiores, a Coreia do Sul, com 3,73%. Seguindo a lista estão: Hong Kong, França, Itália, Países Baixos, Bélgica, Reino Unido, México, Cingapura, Taiwan e Índia (essa última com 1,90% de participação nas exportações mundiais da indústria de transformação, e o Brasil está em 30º nessa lista).

Obviamente que essa perda de resultado não se deve apenas a uma variável. Estão inclusas nessa conta a desaceleração do crescimento global, que vai existir agora em 2020 em níveis ainda maiores, devido à pandemia, e também a crise da nossa vizinha Argentina. E isso é muito importante, afinal estamos falando do país que é um dos nossos principais “clientes”, junto com os Estados Unidos, representando 28% do total que exportamos.

Em relação às consequências da pandemia nesses últimos meses, a CNI também aponta em seus relatórios que a atividade industrial do mês de julho mostrou sinais de recuperação, com números similares a meses anteriores à COVID-19, e vimos isso nos resultados de parte das empresas de capital aberto referente ao 2T2020. E segundo a Confederação, a utilização da capacidade instalada mostrou evolução, chegando a 67%, contra 62% em fevereiro de 2020; em abril esse número era de 49%.

Outro ponto apontado pela pesquisa e que já havíamos citado em outros materiais aqui da casa, inclusive nos podcasts, foi a questão dos estoques. A confederação mostra que os estoques continuam baixos, aqui citando os produtos acabados, o que é natural, visto que muitas empresas estão com dificuldade de efetuar previsões de vendas de curto prazo, devido ao fator pandemia, além da questão dos recursos mais escassos para algumas empresas e outras que optaram apenas por preservar a liquidez e não estão repondo estoques até encontrarem um novo ponto de equilíbrio. Afinal, lembrem-se que muitas empresas contabilizaram custos com ociosidade em seus demonstrativos, e em cenários adversos a regra é não gerar custos que não tenham previsibilidade aceitável de tornar-se faturamento, com margem adequada. Com exceção dos negócios que acabaram fazendo queima de estoques.

Caso você não tenha ouvido esses podcasts, acesse na área de membros/Dica Beginner/Podcast:

  • Previsão de vendas pode ser a causa da perda de rentabilidade
  • Armazenagem/estoques – impactos nos resultados

OBS: os dados citados nesse texto foram retirados dos relatórios da CNI, disponíveis no site: http://www.portaldaindustria.com.br/cni/.

Caso você esteja se perguntando quais os produtos mais exportados no ano passado, abaixo está a lista com os dados do ComexStat (http://comexstat.mdic.gov.br/pt/home):

1º Soja, 2º Petróleo, 3º Minério de ferro, 4º Celulose, 5º Milho, 6º Carne de bovino, 7º Carne de frango, 8º demais produtos manufaturados, 9º Farelo de Soja, 10º Café.

Em 2020, a indústria de transformação caiu para a 9º posição na lista, até o momento, lembrando que em 2019 o Brasil exportou no total R$ 225,4 bilhões.

Mas veja os valores, para entender que é uma questão de volume e de margem menor para o agro/extração:

Exportação brasileira: Classificação internacional de todas atividades econômicas – valores mensais

Fonte: http://www.mdic.gov.br/index.php/comercio-exterior/estatisticas-de-comercio-exterior/balanca-comercial-brasileira-acumulado-do-ano

É fato que temos um longo caminho pela frente, e alguns setores estão mais evoluídos que outros. Isso pode ser percebido nas estratégias dos cases de indústrias analisados na área de membros do site. Lembrando que é fundamental conhecer o setor para precificar o ativo, pois dessa maneira poderemos identificar as possíveis oportunidades, assim como as principais dificuldades que o negócio pode enfrentar.

O analista Daniel Nigri CNPI1810 é o responsável pelas informações perante a ICVM 598

As informações não constituem recomendação de compra ou venda de qualquer ativo

Apoio: Patrícia Rossari

Especialista em Gestão de Negócios – Logística

 

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