Fique atento a esses três indicadores.
Se você não pode medir, não pode gerenciar.
Peter Drucker
Você tem algum ativo industrial em sua carteira de investimentos, ou tem interesse em investir seu dinheiro em indústria de transformação? Se a resposta é sim, minha função aqui hoje é lembrar que precisamos identificar as variáveis importantes que são responsáveis pela geração de valor do negócio, não apenas ouvir a parte bonita da história, mas entender como ela ocorre na prática.
Contextualizando – fugir das frases prontas, como por exemplo: “A empresa implementou o omnichannel.”, trocando-as por: “Como estamos promovendo rentabilidade financeira para o negócio através de um nível de serviço logístico adequado?”
Eu explico: omnichannel se transformou em palavra “obrigatória” em divulgações, como se não encontrar essa palavra fosse um pecado imperdoável. Porém, veja que existem informações de processo que são tão ou mais importantes na análise de geração ou destruição de valor, afinal, estamos falando coisas básicas, como o nível de eficiência na gestão dos ativos fixos, do capital de giro, da gestão de custos e obviamente de tudo isso promovendo a otimização do atendimento ao cliente. Mas veja que se o processo que antecede a maravilha que é o omnichannel não funcionar, a empresa estará apenas aperfeiçoando um sistema deficitário, e caso você não lembre:
Omnichannel é a estratégia de conexão de todos os canais de venda disponibilizados. Eles estão interligados, ou seja, você não depende apenas de uma plataforma, ou da loja física, pode unir ambas, fazendo pedido pelo aplicativo depois de vê-lo na loja, ou então o próprio vendedor faz o pedido pelo app e você receberá em casa o produto que sairá do CD, ou então retirá-lo no mesmo dia na loja de outro bairro ou cidade.
Porém, se a empresa não for eficiente na gestão dos estoques, não existir controle adequado no CD (centro de distribuição) ou então o processo produtivo possuir gargalos que aumentem muito o tempo do produto em estoque, não importa a propaganda que se faça do omnichannel, o resultado não será positivo. Dito isso, vamos falar agora sobre os três indicadores citados no título da nossa conversa:
Índice de Atividade:
Nada além de identificar qual o tempo que a empresa leva para que o recurso dispensado na compra com o fornecedor (MP e insumos) até que o cliente execute o pagamento. E por que isso é importante? Porque estamos falando de giro de estoque, ou seja, o nível de estoque sempre estará relacionado com a estratégia e a capacidade da gestão de identificar o custo de oportunidade em diferentes cenários, mas isso deve estar em consonância com as contas a receber dos clientes, caso contrário, geralmente estaremos falando de altos estoques, que geram custos excessivos e um problema na colocação dos mesmos no mercado.
Portanto, o índice de atividade indica os prazos médios de estoque de recebimento do que já foi faturado, sendo que o primeiro utiliza como denominador o CPV (custo do produto vendido) e o segundo usa a Receita Bruta, e obviamente que quanto menores forem esses prazos, mais eficiente é o processo da empresa.
Não podemos nos esquecer do prazo médio de pagamento, que tem como denominador a conta Compras, ou seja, a situação financeira da empresa. O ciclo econômico do negócio é variável definitiva na análise de negócio, não apenas a aquisição de mais uma star-up para reduzir o tempo de entrega, e sim compreender se a empresa não acaba em muitas ocasiões financiando a própria venda sem ganhar nada com isso, pelo contrário.
E aqui entra o segundo indicador que a empresa precisa manter e melhorar o número sempre: o tempo de permanência. Ou seja, otimização de fluxo é palavra de ordem, afinal estamos falando de desperdício de tempo, e aqui entra em cena a melhoria contínua dos processos, buscando aperfeiçoamento no intuito de reduzir tarefas que não agreguem valor, ou então aplicar melhoramentos nos processos com o objetivo de ficar com o menor tempo possível de material parado em linha, enxugar o processo. Caso o tempo de permanência do produto não for eficiente, indica que o custo é excessivo e exige maior repasse ao preço final, ou então recuo da margem se a empresa assumir o custo, isso considerando que exista controle nesse tempo de permanência, afinal, um dos maiores problemas que as empresas enfrentam é justamente a acuracidade dos estoques, sejam eles com alto ou baixo giro.
E o terceiro indicador é justamente o que reflete uma das premissas mais perseguidas pelos gestores nos últimos anos (FIIs de logística sentiram isso nos negócios): é a análise do nível de estrutura, ou seja, o que é mais eficiente manter? O que devemos desinvestir no estilo Sale & Leaseback? O que podemos centralizar e o que já existe de infraestrutura disponível que pode ser usada para mais de uma função?
Essa medição é um indicador de extrema importância para que os custos da estrutura não acabem minando a margem apenas porque a empresa quer que o omnichannel funcione, ou seja, a gestão precisa comparar o custo orçado com o real para identificar as falhas e promover as melhorias, pois não se engane, é desse círculo de melhoria contínua que surgem os melhores negócios, os que as pessoas costumam precificar com força e otimismo. Entender que custo não é apenas a compra da matéria-prima, insumos ou produto acabado, e sim a união deles com custo de devolução, retrabalhos e o custo dos pedidos que a empresa não consegue atender, seja por falhas no estoque ou na distribuição.
Resumindo: a empresa precisa gerenciar com eficiência o estoque, mantendo um equilíbrio, sem precisar “gastar” caixa desnecessário que comprometa o giro, mas sem aumentar muito o risco caso ocorra algum problema. O estoque deve ser gerenciado de acordo com a necessidade/projeção/demanda, assim reduz o risco da variável preço, e aqui vamos relembrar que a matéria-prima é um dos custos mais elevados da cadeia produtiva, junto com o transporte.
Enfim, ao ler o release ou ouvir o webcast, lembre-se que a informação gerencial precisa ser:
- Confiável: dados aceitos/aprovados/auditados
- Fornecida em tempo hábil: prazos aceitáveis para comparações
- Relevante: possui impacto nas contas
- Comparáveis: seja com resultados reais ou projeções
Então:
- Preste atenção nos dados relevantes
- Cuidado com excesso de dados e informações que tentam desviar do problema
- Análise qualitativa do projeto vai ajudar a entender o resultado
Importante destacar que na pandemia vimos empresas antecipando abastecimento, indústrias aumentando a venda para distribuidores, vimos alguns negócios com dificuldades devido aos gargalos na cadeia, substituição de insumos/produtos, outras com estratégias de custo de oportunidade em estoques, visto que parte das projeções de venda já não se cumprirão, pelo menos ao longo do ano. Vimos jogos de escassez, falta de insumos e MP e, por consequência, falta de produto na ponta final, além de em alguns casos colocação de estoque a preços menores para suprir caixa, e também os ajustes de PMP e PMR que afetaram o capital de giro. A questão aqui é: será pontual, a empresa precisa reorganizar e seguir em frente com o menor impacto possível. Portanto, fique de olho.
A gestão precisa sempre estar atenta às projeções de demanda, com verificação de onde estão os pontos fracos de consumo para antecipá-los, seja através de KPIs mais inteligentes, ou de qualquer tipo de dados que possam ser coletados e que deem à gestão a informação para que ela produza o produto certo, na cor certa, no modelo certo, com a qualidade contratada, entregue no local correto e pelo preço que o mercado aceita pagar. Ou seja, a informação de entrada define os demais processos de produção, e nesse caminho os custos podem ser maiores ou maiores, dependendo do quão eficiente é o abastecimento, o custo de oportunidade dos estoques e a relação com o ciclo econômico que vai dar as cartas em relação ao capital de giro.
Texto do quadro:
Tanto o CPV, CMV ou CSV não consideram os custos dos produtos que permanecem em estoque ou dos serviços que ainda estão sendo executados; consideram somente o que já foi vendido ou, no caso dos serviços, os prestados.
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