O Federal Reserve dos EUA precisará comprar mais títulos à medida que um excesso de oferta de títulos do Tesouro aumenta os rendimentos, disse Ray Dalio, fundador da Bridgewater Associates na Wall Street Week, evento com os maiores investidores de Wall Street.
A verdade é que o recente estímulo fiscal anunciado pelo governo Biden resultará em mais vendas de títulos para financiar os gastos e poderá agravar o problema de oferta e demanda pelos títulos, que exercerá pressão de alta sobre as taxas.
Também é importante dizer que o mundo inteiro está muito sobrecarregado em títulos e eles estão efetivamente rendendo menos 1 ponto base em termos reais, o que é muito ruim.
“E não só pode não haver demanda suficiente, mas é possível que comecemos a ver a venda desses títulos”, disse ele. “Essa situação é de baixa para o dólar.”
O presidente do Fed, Jerome Powell, disse na semana passada que a política monetária atual é apropriada e não há razão para recuar contra um aumento nos rendimentos do Tesouro no mês passado.
Ray Dalio, fundador da Bridgewater Associates , disse que o aumento da inflação pode forçar o Federal Reserve a aumentar as taxas antes do previsto.
“Pense na economia como um indivíduo e seu pulso está caindo”, disse Dalio em uma entrevista com David Westin, na Bloomberg TV. “Quando o pulso está caindo, os médicos vêm correndo com o estimulante e injetam o estimulante. Agora que a economia está se recuperando, as pressões inflacionárias estão se recuperando”.
Dalio também disse que espera que as condições econômicas e a inflação se ajustem mais rápido do que os mercados ou o Fed estão esperando.
O presidente do Fed, Jerome Powell, enfatizou na quarta-feira que o banco central não aumentará as taxas de juros até que a economia dos EUA mostre evidências tangíveis de que se recuperou totalmente da Covid-19.
No entanto, Dalio também disse em um post que os ativos nos países desenvolvidos com moeda de reserva terão desempenho inferior ao dos mercados emergentes asiáticos, incluindo a China, acrescentando que os títulos chineses por investidores internacionais estão subindo rapidamente.
E o que isso pode significar para o Brasil?
Desde julho de 2015, a taxa Selic não subia, mas tivemos o aumento de 0,75% e o já anunciado aumento para o próximo Copom, de 0,75%. Ou seja, na prática, tivemos um aumento de 3%.
E por que os juros subiram?
Oficialmente é para segurar a inflação.
Talvez, você tenha se perguntado: mas em plena pandemia?
Na prática é um pouco diferente. A taxa Selic em alta ajuda segurar o dólar, que tem sido um grande vilão nos últimos 12 meses. O problema é que os juros altos asfixiam mais quem não tem dinheiro e quem produz.
Voltando para o Copom, podemos dizer que tivemos o mais difícil dos últimos tempos.
Principalmente, porque como dito no início desse artigo, no âmbito internacional: o pacote de estímulos fiscais nos Estados Unidos vem proporcionando uma recomposição dos prêmios de inflação na curva, antecipando um movimento do Fed de aumento do yield americano.
Isso se traduz inicialmente em dificuldade para países emergentes e, consequentemente, acelerou uma alta de commodities e alta do dólar.
Paralelamente, no Brasil tivemos o agravamento da crise fiscal muito por causa da pandemia.
Sendo assim, temos uma situação de commodities para cima e que não está sendo atenuada por uma depreciação cambial. Pelo contrário, podemos dizer que até o aumento da Selic, o câmbio estava pressionando para cima e, com isso, a situação inflacionária se agravou.
Dessa maneira, com inflação no Brasil, alta das commodities e uma atividade econômica mais fraca, agravada pela a segunda onda da pandemia, o Copom teve que agir para segurar a inflação.
Efetivamente, mesmo com esse aumento da taxa Selic, os analistas acreditam que isso não afetará tanto o câmbio, visto que o cenário fiscal é a principal variável, e uma verdade irrefutável é que a segunda onda vai apertar a pressão por novos gastos.
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