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O PIB que não desapontou em 2020

O Produto Interno Bruto do agronegócio brasileiro, divulgado pela Cepea- Esalq/USP, em parceria CNA, cresceu 1,26% em julho, o que significa que são sete meses de alta em 2020. No ano são 6,75% acumulado.

Em 2020, até o momento de registro apontado (julho/2020), o PIB da agroindústria foi o segmento mais impactado com a pandemia: a queda foi de 0,37% no acumulado; em julho o registrado foi de +0,34%. Os segmentos de Agrosserviços e de Insumos no acumulado foram de: 6% e 2,4%. Em julho, os números foram 1,03% e 0,55%, respectivamente, e o segmento primário alcançou 18,46% no acumulado e 2,95% em julho.

Ramos do agronegócio:

O PIB do ramo agrícola aumentou 1,21% em julho desse ano – a alta acumulada até o mês é de 4,3%. O PIB do no ramo pecuário aumentou 1,39% em julho e 12,25% no acumulado.

No agrícola, a agroindústria é a mais pressionada no acumulado, porém apresentou leve recuperação em julho: 0,12%, mas de janeiro a julho o registro é de -3,92%.  No mês de julho, os números aumentaram para:

  • Os insumos, em 0,6% (acumulado 2,13%).
  • O primário aumentou 3,73% (acumulado 24,47%), com os preços médios ponderados das culturas acompanhadas pelas entidades, aumentando 16,37% em 2020, o que afeta empresas como SLC, São Martinho, Cosan, e indiretamente RUMO, Santos Brasil, etc.
  • No Agrosserviços foram 0,86% de aumento (acumulado 1,69%).

Segundo o relatório, o crescimento esperado real no faturamento anual para o segmento primário agrícola é de 20,21%.

Já sabemos os motivos desses números do primário, eles não mudaram:

  1. A safra de grãos aumentou o volume; logo, com demanda aquecida, toda ela é escoada, ou seja, existe faturamento.
  2. O mercado internacional precisava repor os estoques. As exportações rumo à China seguem liderando, com Europa em segundo lugar.
  3. A rentabilidade aumentou não só pelo volume, mas também devido à competitividade dos nossos preços (desvalorização do real frente ao dólar).
  4. Aqui o programa de renda na pandemia garantiu o consumo, que é essencial (alimentação), o que afetou diretamente alguns produtos do agro.

OBS: as entidades também destacam que devido às safras bem-sucedidas, principalmente de milho e soja, houve um cenário favorável em rentabilidade, fazendo com que as compras de insumos para as próximas safras fiquem aquecidas (por isso os aumentos nessa unidade medida). O mesmo ocorre com as rações, que viram seu faturamento em 2020 aumentar 7,47%, devido ao aumento dos preços em 3,43%, lembrando que isso interfere diretamente no custo de empresas como BEEF3, por exemplo, ou BRFS3, afinal, se o custo do grão aumenta, a ração aumenta também.

Fonte: https://www.cnabrasil.org.br/boletins/pib-do-agronegocio-avanca-1-26-em-julho

O relatório também aponta que no ramo pecuário todos os segmentos cresceram no mês de julho. Acompanhe:

  • Insumos aumentaram 0,44% (acumulado ano 2020 de 2,97).
  • Primário cresceu 1,61% (acumulado ano 2020 de 8,86%), alta de 12,93% nos preços em 2020, com destaque especial para boi gordo, ovos e suínos (projeção de crescimento do faturamento anual de 22,33% e de 13,17% nos preços), porém com previsão de recuo de produção em média de 1,52%, causado pelo boi gordo. Aqui temos relação direta com investimentos como Marfrig, Minerva, Brfs, JBS.
  • Agroindústria aumentou 1,16% (acumulado ano 2020 de 12%).

Fonte: https://www.cnabrasil.org.br/boletins/pib-do-agronegocio-avanca-1-26-em-julho

  • Agrosserviços crescendo 1,47% (acumulado ano 2020 de 15,13%).

Aqui a variável responsável pelo desempenho é o preço mais alto das proteínas, e em julho a cadeia pecuária teve um alto desempenho de preços. A projeção de crescimento do faturamento anual do segmento é de 11,21%, segundo o relatório.

Lembrando que em setembro/2020 a balança comercial apresentou superávit de US$ 6,164 bilhões – foram US$ 18,459 bilhões exportados e US$ 12,296 bilhões importados, sendo este o melhor resultado do saldo comercial para o mês de setembro. E no acumulado do ano foram registrados US$ 156,78 bilhões de exportações e nas importações foram US$ 114,336 bilhões, sendo que a agropecuária aumentou as exportações em 3,2% e a indústria extrativa em 9,2%.

Em setembro, os campeões foram:

  1. Açúcar (escrevemos sobre São Martinho na semana passada SMTO3);
  2. Milho;
  3. Carne suína.

Na indústria extrativa, a variável preço está impactando, visto que os mesmos subiram 25% na comparação com 2019, por isso o percentual aumentou tanto.

Os negócios e seus resultados são fruto de uma gama de variáveis, mas a principal continua sendo demanda e gestão. Demanda porque é preciso vender para faturar e gestão porque os custos precisam ser gerenciados com eficiência, o hedge, os contratos preservando parte da produção com preços maiores em cenários com incertezas, gestão da dívida, utilização eficiente dos recursos de custeio, etc. Portanto, é importante analisar os cases usando informações do setor, para avaliar as condições de mercado e unir com as informações de estratégia do negócio que pretende investir.

Olho no cenário micro e macro.

“A primeira lição da economia é a escassez: nunca há o suficiente de coisa nenhuma para satisfazer a todos que desejam possuí-la. A primeira lição da política é ignorar a primeira lição da economia.”

Thomas Sowell

Daniel Nigri com apoio de Patrícia Rossari Especialista em Gestão de Negócios-Logístic

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