Para onde o dólar vai? Como fica o real frente ao dólar?

 

Meus seguidores sempre me perguntam para onde o dólar vai. E como dizia Milton Firedman, “A projeção do dólar só serve para aposentar economistas”.

Aproveitando o ensejo, há sempre uma tentativa de atrelar o dólar a um fator interno. Mas a verdade é que o dólar responde muito mais a fatores externos do que internos.

A tese acima mencionada se comprova quando vemos a desvalorização do real frente ao dólar e às demais moedas no mundo, principalmente as emergentes. A desvalorização do real frente ao dólar depende da evolução do dólar americano. A verdade é que o diferencial de juros americanos x outros países aumentou nos últimos períodos, o que terminou culminando no movimento de valorização do dólar.

 

Motivo da subida do dólar

 

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Onde a subida do dólar vai parar?

Claro que fatores micro influenciam. As taxas de juros excepcionalmente baixas indicam que irão permanecer nesse patamar reduzido por no mínimo algum tempo.

Apesar da aprovação da reforma da previdência, das demais reformas a serem implementadas (como a administrativa e tributária) e dos bons fundamentos econômicos que o Brasil vem apresentando, a política cambial pode ficar descorrelacionada do movimento de retomada econômica do Brasil.

Um fato interno interessante que devemos mencionar como um dos motivos para onde a subida do dólar vai, é que com a maior liquidez apresentada neste ano no Brasil, estamos acompanhando o boom de emissão de créditos privados, como as emissões de debêntures.

Com uma liquidez maior, somada à redução da taxa de juros, as empresas aproveitaram esse movimento de emissão de debêntures para reduzir suas dívidas no exterior, acarretando, assim, a intensificação no fluxo de saída de dólares.

Voltando a falar do cenário externo, dessa vez a culpa da subida do dólar e onde ele vai o dólar vai parar com essa subida,  não está mais na desaceleração dos países emergentes, mas sim nas incertezas ao redor das próximas eleições americanas e as incertezas quanto ao desfecho da guerra comercial entre Estados Unidos e China.

Esses dois fatores estão andando de maneira correlacionada, já que a guerra comercial, iniciada em março de 2018, começou a apresentar importantes resultados de desaceleração mundial, afetando também a economia americana. Dessa maneira, com uma desaceleração da economia americana, ficaria difícil uma possível reeleição de Trump.

É importante lembrar que os americanos são bem pragmáticos e a partir do momento em que os produtos ficarem mais caros e, consequentemente, atacando o coração da economia americana, que é o bolso, nenhum político consegue se reeleger.

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Trump: EUA x China

À medida que os dados são apresentados, como a retração do varejo, Trump começa a transferir a culpa para o Banco Central americano, e começamos a ver algumas tentativas de amenização com o conflito com a China fantasiadas de um possível acordo.

Honestamente, há sinais bem claros de que Trump não irá fazer um acordo definitivo com a China, mas sim de como ele mesmo afirma: uma primeira fase.

Nessa primeira fase, os Estados Unidos se comprometeram a não taxar alguns produtos, que iria começar em dezembro, como também já reduzir algumas taxas já aplicadas a produtos chineses. Em contrapartida, a China se comprometeu a voltar a comprar mais produtos agrícolas e de aviação.

No entanto, a resiliência dos chineses em aguentarem firmes os ataques americanos, mesmo com a redução da sua exportação, tem surpreendido Donald Trump.

Essa estratégia foi amplamente reproduzida da época Reagan, em que os russos eram o grande inimigo e que a promessa de derrotá-los foi um dos motivos da popularidade do presidente nessa época.

Dessa forma, o discurso de derrotar o inimigo deve provavelmente voltar na época da eleição, já que agora, se a guerra comercial se intensificar, os dados de crescimento da economia podem ser substituídos por uma recessão imediata.

 

Reeleição Donald Trump

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Uma outra pedra no caminho de Trump seria que os democratas encontram-se mais empenhados do que nunca em tentativas de impeachment, já que a probabilidade de reeleição de Trump pelas urnas é muito forte.

Não apenas os democratas estão preocupados com a possível reeleição de Trump, mas também o próprio presidente atualmente já manifestou se sentir ameaçado pelos democratas ao ter revelados os pedidos de investigação da vida de Joe Biden.

Em outras palavras, ao que tudo indica, parece que teremos um período muito conturbado pré-reeleições americanas e, mesmo com uma possível retomada econômica do Brasil, o dólar pode sim seguir uma tendência de alta, depreciando o real.

Para amenizar uma possível disparada do dólar, devido ao fato de que o crescimento americano tem mostrado sinais de desaceleração, o Fed (Banco Central americano) encontra-se mais pressionado do que nunca em reduzir cautelosamente os juros.

A curva de juros começa a se inverter e os sinais de recessão são cada vez mais iminentes, principalmente com a compra de ativos feita de maneira grandiosa reiteradamente pelo FED.

O Fed já deu a entender que mais cortes de juros estão por vir, ressaltando que não será por que é preciso, mas como medida de precaução, afastando um possível rumor no mercado de medo de uma recessão.

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Concluindo

Mesmo com todo cenário de possível crescimento e reaquecimento da economia brasileira, preparem-se que teremos muitas turbulências pela frente e com uma forte depreciação da moeda brasileira e demais, frente ao dólar.

 

Débora Toledo

 

 

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