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Petróleo recua; IEA destaca impacto da ômicron sobre a demanda

Os preços do petróleo caíram terça-feira depois que a Agência Internacional de Energia reduziu sua previsão para a demanda de petróleo no primeiro trimestre de 2022, afirmando que a nova variante ômicron do coronavírus irá afetar a recuperação global.

Às 13:15 (horário de Brasília), os contratos futuros do Petróleo WTI, cotado em Nova York e referência de preços nos EUA, eram negociados com baixa de 1,33% a US$ 70,34 por barril, enquanto os contratos do Brent, cotado em Londres e referência mundial de preço, apresentavam queda de 1,36% a US$ 73,43.

Os mercados globais do petróleo retornaram a um excedente e enfrentam um excesso de oferta ainda maior no início do próximo ano, com o impacto da variante ômicron sobre as viagens internacionais, afirmou a Agência Internacional de Energia, reduzindo as suas previsões para a demanda global de petróleo no primeiro trimestre em 600.000 barris por dia.

“Espera-se que o aumento dos novos casos de Covid-19 desacelere temporariamente, ao invés de sustentar, a recuperação da procura de petróleo em curso”, afirmou a agência sediada em Paris.

Isto contrasta com o ponto de vista da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, já que a OPEP divulgou um relatório no início desta semana no qual eleva sua previsão de demanda mundial de petróleo para o primeiro trimestre de 2022.

Muitos países da Europa já introduziram novas restrições à mobilidade, sendo que o Primeiro-Ministro do Reino Unido, Boris Johnson, alertou para uma “maré” dos casos da ômicron que está por vir.

Além disso, a China confirmou o seu primeiro caso da variante ômicron e, dada a política de tolerância zero do país e a elevada transmissibilidade da variante, isso poderia resultar no fechamento de fábricas e locais de trabalho no maior importador mundial de petróleo bruto.

Na terça-feira, o Banco Asiático de Desenvolvimento reduziu as suas previsões de crescimento para o desenvolvimento da Ásia para este ano e para o próximo, refletindo os riscos e a incerteza trazidos pela variante.

Afastados da situação da demanda, os fornecimentos estão sendo retomados em todo o mundo, desde o aumento atual da OPEP+ e vendas de reservas estratégicas até produção recorde nos EUA, Canadá e Brasil no próximo ano, acrescentou a AIE.

Uma imagem da situação do fornecimento nos EUA deve ser divulgada hoje às 16:30h, já que o American Petroleum Institute agendou a liberação de dados sobre os estoques de petróleo dos EUA.

O órgão setorial registou um consumo de 3,1 milhões de barris na semana passada, uma queda maior do que o esperado, em comparação com o consumo de 747.000 barris registrado pela API na semana anterior.

Além disso, os preços ao produtor nos EUA aumentaram 0,8% no mês de novembro, representando ganho anual de 9,6%, maior aumento desde novembro de 2010 e registrado na sequência do aumento de 8,8% em outubro.

Isto apoia a opinião de que a inflação deverá permanecer elevada por um longo período, pressionando uma ação rápida por parte do Federal Reserve, que conclui sua reunião de dois dias sobre a definição da política monetária na quarta-feira.

Isto poderia resultar em um dólar mais firme, afetando os preços do petróleo, pois a commodity ficaria mais cara para os compradores em outras moedas.

Fonte: Investing

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