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Por que mesmo com as passagens aéreas mais caras as aéreas seguem no prejuízo?

Se você tem o costume de viajar ou conhece alguém que tenha, deve ter notado que o preço das passagens aéreas subiu bastante ao longo dos últimos meses. No entanto, mesmo com a forte alta, as companhias aéreas não conseguem dar lucro.

Diante disso, você deve imaginar o seguinte: “o setor aéreo tem uma demanda elevada, seja para frete ou para pessoas se transportarem, por que será que as companhias só dão prejuízo?”

Bom, a resposta é, ao mesmo tempo, simples e complexa. Podemos resumi-la em dois pontos principais: altos custos e poder de barganha de clientes.

Primeiramente, vamos falar dos custos.

Apesar do serviço de transporte aéreo ser caro, esse preço é justificável. O custo para manter a operação de uma companhia aérea é altíssimo, observe essa tabela retirada da DRE da Azul SA do 1T22:

É possível notar que, somente em custos operacionais, a empresa precisou gastar cerca de R$ 3,3 bilhões no trimestre. Com destaque para os combustíveis que, em meio à alta do barril de petróleo, tiveram um grande peso nas contas da companhia.

Além disso, sabendo que o setor aéreo também é naturalmente bastante alavancado, ao averiguarmos o resultado financeiro da Azul SA, percebemos a presença de ainda mais custos:

No mais, unindo esses dois pontos e colocando-os junto com a receita líquida apurada pela empresa, entenderemos o porquê dos péssimos resultados apresentados:

Tendo em vista todo o exposto, especialmente a tabela acima, você deve assimilar que por mais que a empresa tenha subido o preço das passagens e quase dobrado a sua receita líquida em doze meses, ainda assim, os custos subiram mais e a Azul SA continuou registrando prejuízos.

Essa é a explicação. É por isso que, por mais que as passagens aéreas estejam mais caras, as companhias aéreas não conseguem sair do lugar. O reajuste no preço das passagens, inclusive, é o mínimo que elas podem fazer para tentar diminuir – ligeiramente – seus prejuízos e seguirem operando.

Por fim, vale a pena comentarmos sobre o poder de barganha da clientela. Esse poder consiste na força que o cliente tem de pressionar uma empresa pelos seus preços. Ao se tratar de transporte aéreo, normalmente, as pessoas não costumam ter uma grande preferência pelo serviço de uma companhia, mas pelo preço ofertado por elas.

Se você deseja ir do Rio de Janeiro para Porto Alegre e o preço da Gol é 50% mais barato que o da Azul, você pode até gostar da Azul, mas você fará o trajeto com a Gol. Concorda?

Isso ocorre porque o serviço é praticamente o mesmo! Não há uma grande diferenciação. Sendo assim, o preço se torna o fator crucial para a tomada de decisão do cliente. E, por que isso não é interessante para as empresas de aviação?

Porque elas entram na chamada guerra de preços e essa guerra é sangrenta. Depois de já ter se deparado com todos os altos custos que essas companhias aéreas precisam encarar, imagine ter que lutar para cobrar ainda mais barato nas passagens aéreas para não perder clientes e participação de mercado? Complicado demais, não é?

Enfim, esse é o recado. Antes de investir em companhias aéreas, lembre sempre de avaliar esses pontos.

Grande abraço e bons investimentos,

João Pedro Mello Silva

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