O principal motivo da volta do Brasil é a aprovação do projeto da reforma da presidência que já foi impopular, mas atualmente recebe o apoio de grande parcela da população que votou no novo presidente, Jair Bolsonaro, que implementou uma agenda de reformas estruturais.
Inclusive a maior parte dos brasileiros (47% contra 44%) são favoráveis a aprovação da reforma segundo pesquisa Data Folha. A pesquisa de Junho apontava que 51% dos brasileiros eram contrários e esse número inverteu neste mês.
Situação do Brasil no mercado
Após um bom tempo, de acordo com Wall Street, o Brasil passa por uma boa fase. Nos Países emergentes, o índice da bolsa brasileira é o melhor índice dos mercados emergentes, melhor do que até a China e o superando até mesmo o mercado americano. Estes índices são medidos pelo MSCI (Morgan Stanley Capital Index).
De acordo com a Forbes, no mês passado, o fundo de índice (ETF) iShares MSCI Brazil (EWZ) ganhou 7,5% contra apenas 2,24% do benchmark MSCI Emerging Markets Index (Índice de Mercados Emergentes, em português). Mesmo assim, como podemos ver na imagem abaixo, o MSCI Brazil ainda tem um retorno anualizado composto muito inferior ao dos mercados emergentes quando observamos janelas maiores como 5 anos e 10 anos, marcadas na imagem:
Nesse sentido, a BlackRock, maior empresa de gestão de ativos do mundo, recomendou que os investidores investissem no Brasil, e afirmou que o país é melhor do que qualquer outro na Ásia, devido aos efeitos da guerra comercial entre China e EUA.
Os grandes investidores ainda gostam do Brasil, apesar do complicado cenário político e do crescimento ainda baixo.
A economia brasileira
No entanto, cabe ressaltar que todo o exposto até o momento parte de expectativas de mercado, que podem, ou não se confirmar. A economia brasileira ainda está em uma lenta recuperação.
Os dados econômicos ainda são ruins, incluindo uma retração da economia no primeiro trimestre que levou a 19 quedas consecutivas da projeção do PIB para 2019. Mas a partir de agora, com a aprovação do projeto da reforma Previdenciária, os investidores não podem negligenciar os fundamentos básicos da economia.
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O que acontece daqui em diante
No momento em que a reforma da Previdência for concluída, os investidores devem esperar um momento de vendas com base na crença de que os preços das ações seguirão de acordo com o esperado, caso a economia continue lenta.
A partir disso, Wall Street passará, então, para outros itens de grande valor na lista de afazeres de Bolsonaro, como a reforma tributária e, também, cortes nas taxas de juros, que pode vir já na Reunião de Julho do Comitê de Política Monetária (COPOM).
Afinal, o mercado vive sempre de expectativas! Quando a Reforma da Previdência passar, ela vira uma certeza, então o mercado passa para a próxima incerteza indefinidamente.
Em agosto as coisas podem mudar
Então a partir de Agosto, os olhos do mundo estarão cada vez mais voltados para:
Os lucros e resultados das companhias, para a melhora da economia e crescimento do PIB, para a queda das taxas de juros, para o aumento dos investimentos na economia real, e principalmente para a Reforma tributária que promete instituir um imposto único, o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços).
Será uma reforma mais difícil que a Reforma da Previdência, pois demandará a adesão dos Estados e Municípios que deixarão de receber o ICMS e terão de receber parte do IBS. Mas, isso são “cenas dos próximos capítulos”
Engana-se quem atribuir que todo sucesso da agenda de reformas se deve apenas ao presidente Bolsonaro. Na verdade, entre os atores principais dessa retomada da economia está o ministro da Economia, Paulo Guedes, favorito em Wall Street.
Além de outro agente fundamental que é o presidente da câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, que já é apontado como o próximo candidato a presidência, algo que parecia impossível a alguns meses atrás.
Débora Toledo