Diante da forte volatilidade nos preços e taxas, as negociações dos papéis do Tesouro Direto foram suspensas por volta das 11h35 desta quinta-feira (5). Com isso, investidores podem apenas adquirir títulos como o Tesouro Selic.
A suspensão temporária ocorre para evitar que o investidor feche transações que não refletem corretamente as condições do mercado de títulos públicos.
O mercado segue repercutindo as decisões de política monetária anunciadas ontem (4) no Brasil e nos Estados Unidos. Como era amplamente esperado, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, elevou a Selic em 1 ponto percentual para 12,75%.
A grande novidade está na frase inserida pelo colegiado no comunicado divulgado após o fim da reunião, “contratando” um novo ajuste no próximo encontro, só que desta vez de menor magnitude. O mercado, no entanto, está dividido sobre até onde a Selic deve ir em um ambiente em que as dinâmicas inflacionárias seguem bastante presentes.
Já nos Estados Unidos, a postura mais dovish (menos inclinada ao aperto monetário) do discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), ao descartar uma subida de juros de 0,75 ponto percentual, animou os mercados na véspera. O dia também é de mais divulgações de pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos.
Antes da suspensão no Tesouro Direto, os retornos oferecidos pelos títulos públicos operavam em queda no início desta quinta-feira (5). O recuo era maior entre os papéis atrelados à inflação. O Tesouro IPCA+ 2026, por exemplo, oferecia um juro real de 5,37%, às 9h20, uma queda de 12 pontos-base (0,12 ponto percentual) em relação ao valor visto na sessão anterior.
Já entre os prefixados, o maior juro era pago pelo Tesouro Prefixado 2029, no valor de 12,29%, às 9h20. Tal percentual está abaixo dos 12,34% registrados na véspera (4).
O movimento visto no Tesouro Direto foi diferente do registrado no mercado de juros futuros, em que as taxas subiam fortemente no começo da manhã.
Veja as possibilidades de planos