Crises acontecem.
Essa é uma das certezas que temos na vida. Entretanto, a maioria das pessoas agem como se a vida fosse um eterno mar de rosas, afinal, se está tudo bem agora, sempre estará tudo bem. Certo? Não.
A verdade é que temos dificuldade em fazer esse tipo de previsão. Quando tudo está bem, não conseguimos vislumbrar uma situação em que as coisas mudem. Do mesmo modo, quando tudo está mal, não conseguimos enxergar uma luz no fim do túnel.
O ano de 2020 até agora é uma prova perfeita do que eu estou falando. Até janeiro tudo estava indo bem. A partir de fevereiro/março, as coisas desandaram e agora estamos vivendo o cenário oposto: não conseguimos enxergar quando isso irá acabar.
Felizmente, na maior parte do tempo, estamos em um cenário positivo. A economia cresce, o desemprego diminui, a bolsa sobe e por aí vai. Mas isso cria esse viés em nossa mente de que se tudo está bem, então não preciso me preocupar. Com isso, a maioria das pessoas fazem o que querem, quando querem. Não que isso seja errado, mas assim como tudo nessa vida, esse grau de liberdade também tem o seu tempo.
E nós precisamos nos acostumar com isso.
Nós, brasileiros, especialmente das gerações mais recentes, temos a tendência a querer tudo antes da hora. E eu me incluo nessa estatística. Queremos ser promovidos logo após sermos contratados. Queremos comprar uma casa e/ou um carro antes de termos patrimônio suficiente para bancá-los. A velocidade com que as coisas acontecem em nossa sociedade, aliado à facilidade no acesso ao crédito criam essas distorções.
Elas são extremamente danosas. Nunca estamos satisfeitos com o nosso momento de vida atual e, muitas vezes, usamos o consumo como válvula de escape. Com isso, acabamos juntando um monte de tralha que não precisamos, ou adotamos um estilo de vida acima das nossas capacidades, enquanto a formação de poupança é deixada de lado.
É quando chega a crise. No momento em que estamos menos preparados. Quando acabamos de financiar uma casa ou um carro. Quando fazemos aquela viagem que iremos pagar pelos próximos 12 meses.
Para piorar, em muitos casos vem o desemprego. Sem reserva e sem fonte de renda, as perspectivas são trágicas.
Li recentemente uma matéria que mostrava que 51% dos entrevistados afirmam ter perdido renda e estarem contingenciando gastos durante a atual crise. Os mais afetados são os trabalhadores com 50 anos ou mais (52%), com ensino superior completo (48%) e que residem nos estados do Sudeste (38%).
Alguns entrevistados tiveram que adaptar seus serviços à nova situação. Já outros que não têm essa flexibilidade se veem com a renda zerada neste período.
Uma das entrevistadas chegou a falar que “nunca tivemos poupança, não sobra dinheiro para isso. Saímos cortando os gastos”. Não sei o que vocês pensam quanto a isso, mas se na crise ela consegue cortar gastos, isso significa que fora da crise ela deveria conseguir também. É uma questão de prioridade. Talvez formar poupança nunca tenha sido uma prioridade na vida dela.
Com isso, volto ao que escrevi no início do artigo. Os tempos bons nos dão a impressão de que tudo ficará bem para sempre, logo não nos preparamos para os tempos maus.
A pesquisa mostra o que algumas pessoas estão fazendo para sobreviverem na crise e eu posso garantir que, se elas estivessem fazendo há alguns anos o que estão fazendo agora, elas não estariam em uma situação tão ruim. Afinal, teriam formado poupança, uma reserva de emergência para ser utilizada.
A frase que eu mais gosto para momentos assim é: imprevistos são não imprevisíveis. Ou seja, por mais que você não saiba quando uma crise ou um problema grave vai chegar, você tem certeza de que um dia ele chega. A questão é o quão preparado você estará para isso.
Se você não estava preparado para essa crise, não é agora que você vai começar. No entanto, os hábitos que você desenvolver agora podem ser extremamente benéficos no longo prazo. Este é o momento para você cortar tudo aquilo que não é importante e que não faz sentido. Mantenha isso em mente. Quando tudo voltar ao normal, que cedo ou tarde vai acontecer, você será capaz de poupar e formar essa reserva.
Eu sempre recomendo que a reserva tenha de 6 a 12 meses de gastos médios mensais. Por exemplo, se seu custo de vida é de R$ 2.000 mensais, sua reserva deveria ter de R$ 12.000 a R$ 24.000. Imagine ter uma poupança dessas. Te traria tranquilidade?
Conte-nos aqui nos comentários o que mudou para você nesse período de crise.
Para ter acesso ao artigo da pesquisa mencionada aqui, acesse: https://investnews.com.br/economia/coronavirus-ja-afeta-o-bolso-de-metade-dos-brasileiros/
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Lucas Mauricio
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