Fase de uma empresa na Bolsa de Valores: Em qual fase investir?
Quando estamos de fora do mercado e olhamos as ações dentro do Home Broker de uma corretora, a sensação que dá é de confusão. Um monte de letrinhas e números na tela, hora subindo, hora descendo, hora verde, hora vermelho. A impressão que dá é essa mesmo: algo virtual, impalpável, que sobe e desce aleatoriamente, por isso, devemos ficar longe. Será um cassino? Não sei quanto a você, mas é assim que muita gente se sente e pensa sobre a Bolsa.
O que são os códigos na Bolsa de Valores?
A verdade é que o mercado de ações está longe disso. É necessário mudar essa mentalidade de cassino, aposta, bingo, jogo de azar.
É importante que entendamos que cada código presente na Bolsa representa uma empresa física, real, com pessoas trabalhando, pagando fornecedores, conquistando clientes, gerando valor, tendo lucro, alugando espaços, tomando empréstimos. Penso que essa sensação de realidade aumenta a segurança em se fazer um investimento no mercado de renda variável.
Mais do que isso, cada código representa uma empresa que está inserida em um setor que pode ter grande ou pequena importância no cenário local, nacional e até internacional.
Cada um desses setores tem a sua dinâmica específica: maior ou menor dependência do dólar, das commodities, da política. Indo mais a fundo ainda, podemos entender qual é a sua situação frente às concorrentes, se é que tem concorrentes. Será que esse código é líder de mercado? Está perdendo espaço para os concorrentes? Está nascendo agora?
Fases das empresas
E em relação ao seu cenário estritamente interno? Esse código está em qual fase de sua vida: nascimento, crescimento, consolidação, falência,reestruturação? Na minha opinião, olhar para um código colorido no Home Broker significa levar tudo isso em conta. Será que você tinha essa visão?
Por ora, vamos deixar de lado todos os fatores macro e microeconômicos e vamos focar na empresa em si. Há diversas fases ou etapas que uma empresa deve passar, conforme eu mencionei anteriormente. Vamos falar um pouco de cada uma delas.
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Nascimento
É quando uma pessoa ou um grupo de pessoas têm uma ideia para resolver um problema, testa em cenários reais, valida no mercado e decide investir tempo e capital, abrindo uma empresa. Essa fase é marcada por muito investimento, geralmente do bolso dos próprios sócios ou até de investidores externos. O fluxo de caixa é negativo, ou seja, mais dinheiro é gasto do que gerado.
Crescimento
O crescimento acontece quando a empresa já está dando resultado, já atingiu o break-even point, ou seja, quando a empresa deixou de dar prejuízo e passou a dar lucro. No entanto, nessa etapa, ainda é cedo para distribuir os lucros para os sócios e investidores. É importante reinvestir a grande maioria a fim de gerar tração e crescimento no negócio. Nessa fase é notável o crescimento do lucro ano após ano e, com isso, o valor da empresa também cresce.
Consolidação
É a fase em que a empresa já é grande, conhecida, referência no seu mercado. Geralmente são empresas que já atingiram a maturidade total do seu negócio e não têm mais para onde crescer. Não tendo o que fazer com o dinheiro, elas distribuem para os sócios e investidores. Outra coisa comum a ser feita nessa etapa são grandes aquisições, que endossam a liderança da empresa e tendem a aumentar o lucro no longo prazo.
Falência
É o que não esperamos nem desejamos para nenhuma empresa. Acontece quando as dívidas e outros passivos atingem níveis em que não é mais possível reverter. O resultado é péssimo, tanto para a empresa quanto para a sociedade. Fornecedores deixarão de ser pagos, pessoas perderão empregos, clientes ficarão sem seus produtos e serviços. Todo o mercado sente.
Reestruturação
Uma fase que pode impedir ou reverter uma falência. Em geral, é marcada por um forte choque de gestão. Custos são cortados e o foco aumentado. Empresas nessa fase deixam tudo que não é importante no segundo plano e partem com tudo para tornar seu negócio mais rentável.
Em qual investir?
Ao investir em um código, uma ação, é importante saber duas coisas: qual é o objetivo desse investimento e em qual fase da vida essa empresa está. O motivo é simples: saber se a sua expectativa está adequada ao que o investimento poderá te oferecer. Essa regra vale para qualquer investimento. Por exemplo, seria muito estranho você esperar multiplicação de capital investindo em uma empresa consolidada, ou esperar pagamento de dividendos investindo em uma empresa em reestruturação.
Via de regra, se você quer multiplicação do seu patrimônio, você deve procurar por empresas em nascimento, reestruturação ou crescimento, sendo as primeiras mais arriscadas e com maior possibilidade de retorno, enquanto as últimas são mais seguras, porém com menor possibilidade de retorno. Pense assim: o que é mais seguro, investir no Google hoje ou quando ele surgiu dentro de uma garagem com dois sócios programadores? Obviamente, agora. Mas, qual dessas situações daria o maior retorno? Obviamente, nos tempos de garagem.
Caso Google
História triste: dizem que o Google deveria ter 3 sócios, 2 programadores e 1 investidor. Porém, ao contar para o seu pai que investiria 5 mil dólares na ideia dos seus 2 amigos programadores, este o desencorajou fortemente. Por isso, ele acabou não investindo. Esse homem hoje deveria ser dono de 1/3 do Google. Será que ele está arrependido?
Concluindo
Por outro lado, se você quer renda nos seus investimentos, você deve focar em uma fase da empresa, te recomendo a fase de consolidação. O motivo você já sabe: elas não têm mais o que fazer com o dinheiro, por isso, estão dispostas a pagar dividendos gordos para seus acionistas.
Em que momento você está? Quer multiplicar o patrimônio ou viver de renda? Conte para a gente aqui nos comentários.
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Abraços,
Lucas Mauricio
Revisão de texto: Marciel Montalvane