Disseram que o amor pelo dinheiro é a raiz de todos os males. O mesmo se pode dizer da falta de dinheiro.
Samuel Butler
Infelizmente ainda existe uma crença de que as mulheres não tem perfil para investir, muito menos em renda variável. Sim, pode parecer irreal para você que tem um pouco de bom senso, veja que não é necessário muito dele (bom senso), para constatar o óbvio.
Outro comportamento que é muito frequente, trata-se de pessoas que não enxergam a utilidade/necessidade de compartilhar com a esposa os investimentos efetuados, e existem algumas mulheres (assim como uma grande quantidade de homens) que não veem a mínima necessidade de fazer parte, de estar a par dos investimentos, da rentabilidade e dos riscos das aplicações do patrimônio familiar.
Já ouvi muitas pessoas falarem que tomam conta dos investimentos sozinhas e que se algo acontecer com elas, as esposas simplesmente não saberiam o que fazer, outros já mantem um “passo a passo” para que a esposa saiba como proceder em caso de necessidade.
Mas não tem nada de errado nisso! Concorda?
Algumas pessoas simplesmente não gostam do mundo dos investimentos, não gostam da ideia de ter que estar a par de coisas como: onde o dinheiro está investido, quanto ele rende, quais os riscos, etc.
Minha resposta: Não tem nada de errado, enquanto tudo estiver dando certo!
Não gostar não significa que não precisamos fazer, isso se chama vida adulta. Existem coisas necessárias que devem ser feitas, ou então pagas para que alguém faça por você, com todos os riscos que isso inclui.
Essa é a diferença entre gostar e precisar fazer, e ter essa consciência evita muitos problemas em relação ao dinheiro.
A quantidade de pessoas que acreditam que tudo se resolve por mágica aumenta na mesma proporção da falta de necessidade real em precisar resolver alguma coisa. Explico melhor: você não acredita ser necessário fazer enquanto tem alguém que pode fazer por ti.
Eu ouço com frequência relatos sobre essa dinâmica familiar e o dinheiro, alguns usam pérolas como:
- É cultural, deixa assim
- mulheres não são tão boas em matemática quanto os homens
- mulher gasta demais, não sobra para investir e se souber que tem dinheiro guardado vai querer gastar
- mulher é muito sentimental, não sabe lidar com dinheiro
Então vamos lá:
- em um casamento as finanças precisam ser discutidas da mesma forma que se discute o destino das férias, não deve ser um assunto ignorado e proibido pois acaba em briga.
- Seu cônjuge irá entender se você explicar! Tente!
- muitas pessoas dizem que não gostam de falar ou de investir em renda variável simplesmente porque foram ensinadas a pensar assim.
- gênero não influência na capacidade de investir, ou entender o investimento
- a maioria dos investidores é homem por outros motivos… que não cabem no assunto de hoje.
Dependência Financeira
É fato que muitas mulheres ainda são muito dependentes em relação a dinheiro dos maridos, seja porque não tem renda pois optaram por não trabalhar após o casamento, ou abdicaram da carreira para cuidar dos filhos e isso acaba gerando uma dependência prejudicial à dinâmica do casal (isso não é regra, mas está longe de ser exceção, vamos deixar o discurso bonito de lado e ver a realidade como ela é, aqui não é instagram).
Por isso é muito importante que exista o compartilhamento dessas informações, que os investimentos feitos sejam em comum acordo e que você deixe claro o que está fazendo com o dinheiro, quais os objetivos e os prazos, e convenhamos isso não é difícil.
Muitas esposas tem renda porém preferem deixar o dinheiro na mão dos maridos que entendem mais de investimentos, ou simplesmente porque não gostam do assunto, mas isso não é motivo para não saber onde está investido, como funciona o investimento, quais os riscos e como ela pode acessar esse dinheiro quando precisar.
Eu não compactuo com essa dinâmica familiar de que apenas um dos cônjuges “toma conta” do dinheiro pois o outro não tem “interesse”, isso para mim não é algo eficiente ou lógico, e geralmente o casal se dá conta disso nos momentos mais traumáticos: no divórcio ou na ausência de quem tomava conta do dinheiro (falecimento).
Conversar sobre finanças com a família deveria ser uma rotina, algo natural e incentivado e não um assunto chato que todos evitam.
Não subestime a capacidade do seu cônjuge em entender algo, em ser capaz de contribuir com uma estratégia de investimentos que se adeque ao perfil e a necessidade de sua família. Ele/ela pode não gostar ou não querer aprender, mas é indispensável que ele saiba o suficiente e isso é possível desde que ambas as partes sejam maduras e conscientes da importância que o investimento tem na liberdade e na independência financeira da família.
O dinheiro nunca significou muito para mim, mas a independência (conseguida com ele), muito.
Coco Chanel
Veja as possibilidades de planos