Promessas não aumentam Patrimônio

Promessas não aumentam Patrimônio

“Três coisas em demasia e três coisas em falta são perniciosas aos homens: falar muito e saber pouco; gastar muito e possuir pouco; estimar-se muito e valer pouco.”

Miguel de Cervantes

As redes sociais são um grande apoio quando são utilizadas com bom senso, mas podem ser muito prejudiciais, principalmente quando se trata de pessoas que não tem controle emocional em relação às finanças. Vou explicar melhor:

O investidor compra um ativo que foi indicado pela sua casa de análise. Logo, a lógica é que algum analista credenciado e capacitado estudou o negócio e entendeu que recomendá-lo dentro daquela carteira (dividendos, agressiva, trading, etc.) era uma boa estratégia. Então o investidor compra o ativo, mas ao conversar nos grupos de WhatsApp, fica exposto aos inúmeros “especialistas” sobre o dinheiro alheio, e especialistas em qualquer atividade de negócio.

 

E então surge a perigosa combinação: 

  • Investidor inseguro 
  • Muitos “especialistas” que afirmam inúmeras teorias diferentes sobre o ativo/negócio.

 

Resultado provável: 

Aumenta a possibilidade de prejuízo.

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Exemplo que está ocorrendo com alguns ativos atualmente: 

  • O investidor compra o ativo, influenciado pelo grupo/mídias distintas, que por sua vez alegam que compraram porque o mesmo estava/está “barato”, e a cada queda aumentam a proporção na carteira, sem perceber que o tal de “barato” na Bolsa não está ligado ao fato de quanto mais próximo de zero, maior a oportunidade. 

Veja:

 

Dois ativos do mesmo setor:

 

Ativo A: R$ 18,00

 

Ativo B: R$ 2,00

 

Estar barato, aqui, não significa medir pelo preço unicamente e fazer a comparação (preço) com seu concorrente mais próximo.

Não compre a ação que custa menos (avaliando somente o preço da cotação sem relação com fundamentos). Isso não é “barato”, não é essencialmente “a oportunidade”.

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Uma empresa existe para gerar resultados. Se eles são bons, a cotação acompanha a evolução dessa geração de riqueza (lucro), mas lembre-se ao avaliar um ativo que o papel (release) aceita tudo, mas na prática as coisas são diferentes. É preciso gerenciar os processos de maneira eficaz e isso requer planejamento e ação na mesma medida. Todas as partes envolvidas precisam estar integradas e conscientes das necessidades, metas e objetivos do negócio, afinal, o crescimento exige um desenvolvimento da política interna, gerenciamento das prioridades, além de uma estrutura adequada e viável, conhecer os riscos e reconhecer as oportunidades.

Uma das principais dificuldades dos investidores é compreender que a relação entre valor e preço precisa ser compreendida na essência do negócio que gera o valor. Use o seguinte exemplo: como cliente, a tendência é que você pague por aquilo que compra, mas também pela sensação obtida com a compra do produto/serviço (seja qual for o gatilho de compra: necessidade primária, substituição, status, custo/benefício, etc.).

 

Não é diferente nos investimentos.

No mercado de ações você não paga o preço justo do ativo necessariamente, existe um valor atribuído, acrescenta-se ao preço um ágio, ou seja, você paga para ser sócio daquele negócio mais do que ele vale hoje, já que na negociação entram outras variáveis para determinar se o valor será diferente, maior ou menor que o preço atual, seja por projeção de crescimento, confiança do mercado – High Quality, mercado consumidor em evidência, melhores resultados que a maioria da concorrência ou, então, monopólio.

Mas atenção: você não consegue concluir isso, ou ao menos não deveria, apenas considerando que:

a maioria do grupo (do qual você faz parte) acha que é venda, que vale centavos (cuidado, a maioria que fala isso sequer tem o ativo em carteira)

a maioria do grupo acha que é compra, pois custava R$ 24,00 e agora custa R$ 6,00

 a maioria do grupo viu um post na rede social e lá dizia que é a nova ruptura do mercado, então é compra certa, sem risco (como se isso fosse possível em renda variável / negócios)

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Risco

O risco sempre existirá, por isso diversificamos em diferentes modalidades de investimentos.

Sabemos que as empresas nem sempre conseguem entregar resultados positivos e podem ficar obsoletas ao longo do tempo, por isso é preciso gerenciar sua carteira e compreender que investir com base nos fundamentos não é só olhar para o passado, e sim entender que os mercados mudam, que os carros elétricos irão chegar, que a indústria 4.0 vai afetar os resultados dos negócios, que o agronegócio é essencial para nosso mercado, mas que tudo são projeções, e nelas não tem espaço para a certeza e o ego de acreditar de sabe-se tudo sobre tudo.

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E mesmo fazendo tudo isso, o risco existe. Imagine então fazer apenas com base nos achismos – as probabilidades das coisas não saírem conforme o planejado são grandes. 

Um dos maiores problemas quando se fala em investimentos é o desconhecimento, pelas razões óbvias (que não cabem aqui, pois são de ordem social/cultural, etc.), mas é também pela ausência da vontade em aprender. As pessoas têm medo do risco na renda variável, então não investem, mas ficam eufóricas quando alguém diz que existe uma chance de multiplicar o patrimônio, estilo MGLU3, ou o fulminante interesse na MILLS, por exemplo. Ou seja, por mais que existam gatilhos, eles devem ser analisados juntamente com os riscos, principalmente se sua intenção é expor uma grande parte do seu capital nesse investimento.

Conclusão

A promessa era a Copa, agora é a capacidade não utilizada de parte do negócio (infraestrutura), mas que responde por menor percentual na receita, porém com indicativos de retomada, ou seja, mercado vê nova promessa e você deve primeiro entender do que se trata essa possibilidade e depois decidir se vale o risco/retorno.

Eu acredito que o investidor só entende o risco depois de uma perda. Antes de sentir no bolso, a maioria acredita que é invencível, que nasceu pra isso, que é um prodígio, acerta todas as baixas e altas, opera índice sem entender o que faz… mas ganha, usa conta margem, e por aí vai.

Não estou dizendo que é difícil; estou dizendo que, como tudo na vida, é preciso saber o que estamos fazendo.

“A ignorância no mercado de capitais gera prejuízos, e isso não é uma questão de opinião. Se você ignora informações sobre o que está fazendo, irá perder dinheiro. E recuperar é sempre mais difícil do que perder, pois não é somente dinheiro perdido, são tempo e confiança”

Daniel Nigri com apoio da Patrícia Rossari

O analista Daniel Nigri CNPI1810 é o responsável pelas informações perante a ICVM 598

As informações não constituem recomendação de compra ou venda de qualquer ativo

 

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