Essa deve ser a pergunta mais feita em toda a história dos investimentos. Eu, pelo menos, recebo toda semana. Meus amigos educadores financeiros, consultores, coaches e analistas também. A busca pelo melhor investimento é algo muito presente em nossas vidas. Mas, o que realmente as pessoas querem saber quando fazem uma pergunta como essa?
Rentabilidade, Liquidez e Risco
Em geral, elas querem a estrutura “maior, maior, menor”, ou seja, o investimento com maior rentabilidade, maior liquidez e menor risco. Tudo junto. Simples assim! Como se fosse possível… Para elas, a resposta ideal seria algo como: “invista tudo em tal coisa e em x anos você estará milionário”.
Se você, meu amigo leitor, já investiu ou investe, já deve ter passado por isso. Seja uma autocobrança pelo melhor investimento, seja uma indagação dos seus amigos, colegas e familiares. Por isso, eu gostaria de dedicar algumas linhas a refletir sobre o que está por trás dessa pergunta.
O que ela nos diz?
Eu consigo pensar em algumas verdades implícitas na pergunta. Por exemplo, é muito provável que a pessoa não queira estudar. Conhecer os tipos de investimento, suas estruturas, seus riscos e seus valores mínimos, quando há. Tudo isso demanda estudo e, cá entre nós, a maioria das pessoas não tem paciência para isso.
Tenha paciência
Ainda na linha da paciência, muita gente não quer pensar. Pensar dá trabalho, cansa. Pode chegar a ser algo desconfortável. Esse caso afeta não somente os leigos como também quem já conhece os investimentos. Às vezes entrou aquele dinheirinho a mais e você pode gastar um tempão até finalmente decidir em que vai investir. Preguiça de pensar. Sei como é, já passei por isso.
Fórmula Mágica
Outra verdade escondida é o desejo em conhecer a fórmula mágica do enriquecimento. Não seria muito bom se “investir” significasse “coloca seu dinheiro aqui e vai dar tudo certo”? Penso que para quem não investe, o universo dos investimentos é tão grande e complexo que parece uma grande caixa preta onde você coloca o dinheiro e sai mais dinheiro do outro lado. Se fosse assim, provavelmente poderíamos responder com tranquilidade “invista nisso”, já que “isso” é uma coisa só, uma caixa preta.
Consigo pensar em mais uma verdade. As pessoas não querem saber de investimento e sim do resultado. Sendo assim, para elas seria ótimo entregar todo o dinheiro na mão de alguém que decide as coisas para ela e, no final, devolve com lucro. Creio que seja essa mesma mentalidade que leva as pessoas a confiarem cegamente, no início, nos seus gerentes de banco e, depois, nos gurus da internet.
Nesse caso, o que eu posso te dizer é que você tem todo direito de querer alguém para cuidar das suas finanças, mas não agora. Primeiro você precisa conhecer e fazer por si próprio. Depois, com mais dinheiro, você paga alguém para fazer por você. E, conhecendo do assunto, você poderá extrair o melhor dessa pessoa.
Sensação de Incapacidade
Por fim, a sensação de incapacidade. Misture tudo isso e você chega a um sentimento. Incapacidade. É tanto investimento, tanta coisa para considerar, tantos gurus falando coisas diferentes. “Meu Deus! O que eu vou fazer?” Em última instância, as pessoas não se sentem capazes e esse sentimento anula toda a força de vontade que teriam em começar a descobrir um novo mundo.
Sobre isso, deixa eu te dizer uma coisa. Lembre-se de onde você estava 10 anos atrás. O que você fazia? O que você sonhava? Lembre-se de todos os caminhos que você teve que percorrer para chegar até aqui. Lembre-se de todas as vitórias e de todas as derrotas.
Agora, reflita. Se você soubesse, há 10 anos, que para chegar aonde você está hoje, você teria que passar por tudo isso, você faria de boa ou teria medo?
Provavelmente, medo, incapacidade, talvez você até travaria. Pois é. É assim que funciona. Você vai dando os passos, vai descobrindo novos caminhos, vai vencendo as barreiras. Não tem segredo. Se investimento dá medo, vai com medo mesmo. Logo isso passa. Te garanto que os frutos desse plantio valem a pena.
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Agora, vamos responder a pergunta?
Para isso, vou ter que te devolver pelo menos quatro perguntas, cada uma com vários desdobramentos. Anote aí.
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Qual é o seu objetivo?
Para que você quer esse dinheiro? É uma reserva de emergência? É para trocar de carro? É para comprar uma casa? É para viajar? É para atingir a liberdade financeira?
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Qual é o seu prazo?
Em quanto tempo você quer atingir esse objetivo? Dois anos para trocar de carro? Quinze para comprar a casa? Um para viajar? Trinta para ser livre financeiramente?
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Qual é o seu capital?
Quanto dinheiro você tem hoje? Pretende investir periodicamente? A cada quanto tempo? Qual valor?
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Qual é a sua tolerância ao risco?
Quão desesperado você ficaria se seus investimentos se desvalorizassem 10 ou 20% em pouco tempo? O que você faria? Pode tolerar períodos negativos visando uma rentabilidade maior em um prazo mais longo?
Essas são algumas perguntas que, se respondidas com seriedade, vão reduzir aquele universo gigantesco de investimentos para algo bem mais palpável. Te garanto. A partir daí, podemos escolher uma ou mais classes de ativos que terão uma rentabilidade adequada.
Conclusão
Na verdade, fica muito mais fácil até responder qual é o melhor investimento. Dado o seu objetivo, o seu prazo, o seu capital e a sua tolerância ao risco, o mais indicado é tal. Isso acontece porque, até conhecer tudo isso, não é possível dizer o que é melhor. Ações de boas empresas costumam render mais que a Renda Fixa no longo prazo, mas se o seu objetivo é de usar o dinheiro em um ou dois anos, investir em ações pode ser um fiasco.
E a última coisa que você espera ao fazer a pergunta tema desse artigo é um fiasco.
E você? Já passou por uma situação dessas? O que você respondeu? Conte-nos aqui embaixo nos comentários!
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Abraços,
Lucas Mauricio