Um pouco de história
Nassim Taleb ficou conhecido por A Lógica do Cisne Negro, bestseller de 2007 sobre o impacto dos acontecimentos incomuns. O livro apareceu num momento fortuito, trazendo a seguinte explicação para os esquemas financeiros que falharam de maneira catastrófica no episódio do estouro da bolha de imóveis nos Estados Unidos e na Europa. Intermediários financeiros tiram proveito diariamente de oportunidades de lucros prováveis, mas relativamente pequenos. Para isso empregam grandes capitais – que correm risco em situações imprevistas pelos simplórios modelos “value at risk“. Os operadores dos esquemas não vestem a camisa: quando o imprevisto acontece, os prejuízos potencialmente enormes ficam com os investidores ou com o contribuinte.
Prever o improvável é difícil. Somos influenciados pelo que acontece, não pelo que deixou de acontecer. Por acaso você assistiu o filme sobre a diligente tripulação que desviou um transatlântico de um enorme iceberg? Nem eu. A estratégia de investimento de Taleb é arriscar quantias pequenas, nunca quantias grandes – evitar a exposição ao imprevisível, mesmo deixando de aproveitar todas as possibilidades de ganho. As aventuras especulativas terminam com eventos imprevisíveis.
Conhecer um pouco mais da expressão
Skin in the game significa participar daquilo que você recomenda às outras pessoas, ao se envolver intimamente com o produto, por exemplo, porque você acredita nele de fato. Ao fazer isso, você prova que realmente confia naquilo que recomenda, porque você tem a pele em risco. Ou seja: você tem skin in the game.
Para Taleb, eventos imprevisíveis e incertezas são elementos que trazem, ao mesmo tempo, consequências boas e ruins.
Essa linha de pensamento conquistou investidores como Warren Buffett e contribuiu para que Taleb identificasse oportunidades no mercado e arriscasse sua própria pele.
No mercado de investimentos, diz-se que ele refez sua fortuna, já que veio de uma família com bom poder aquisitivo, no crash de 1987, também conhecido como segunda-feira negra, que marcou uma queda de 22,61% do Índice Dow Jones, formado pelas principais empresas americanas.
Ele também obteve bons desempenhos nos investimentos em outros momentos incertos, como na bolha da bolsa americana com as empresas ponto com, no início dos anos 2000.
Mas o que significa Skin in the game?
A expressão Skin in the game pode ser traduzida, de forma literal, como “pele em jogo” que, em contexto, poderia ser entendida como “arriscar a própria pele” e, em uma versão mais brasileira, “dar a cara a tapa”.
A expressão é particularmente comum em negócios, finanças e jogos de azar e também é usado na política.
Conceito de Skin in The Game:
O conceito foi desenvolvido no livro homônimo de Nassim Taleb, no qual o autor fala: “se você não corre riscos pela sua opinião, você não é nada. O quanto você realmente ‘acredita’ em alguma coisa pode se manifestar somente por meio do que você está disposto a arriscar por ela”.
Portanto, segundo o próprio Taleb, trata-se do quanto você acredita em um projeto e se é o suficiente para arriscar algo valioso para você nele.
No mercado financeiro, refere-se principalmente à coerência entre o que se fala e o que se faz.
Por exemplo, como espera que outras pessoas tenham coragem de investir em algo se você mesmo não confia o suficiente em determinada corporação ou projeto?
Dessa forma, o Skin in the game consiste, principalmente, em arriscar, mas não de forma cega e ilógica, mas considerando as informações disponíveis, filtrando o conteúdo e racionalizando as variáveis para fazer investimentos e apostas mais certeiros.
A vida como ela é:
Reflexos simples do cotidiano são ótimas soluções para entender o skin in the game.
Quer ver? Responda essas perguntas:
- Você levaria seu animal de estimação a um veterinário que não cuida dos próprios animais?
- Você comeria em um restaurante onde o chef não oferece as refeições para os seus filhos?
- Você matricularia seu filho em um colégio cujo diretor tem os próprios filhos matriculados em outra instituição?
- Você investiria seu patrimônio em um fundo ou corretora cujos gestores aplicam o próprio patrimônio em outras empresas?
Como adotar o Skin in the game na prática?
Antes de um investimento é importante considerar muitas informações disponíveis sobre o negócio de interesse.
Uma das ponderações é se os gestores – e até mesmo os colaboradores – têm ações da companhia, afinal, um bom medidor da confiabilidade de um negócio é se as pessoas que trabalham lá confiam nele – arriscando a própria pele.
Taleb estrutura seu argumento sobre a expressão Skin in the game em quatro pilares:
- confiabilidade do conhecimento, conseguindo filtrar o que faz sentido no discurso da corporação e o que é apenas cosmético para vender;
- simetria da vida, na qual você deve se comprometer com alguns riscos se almeja as recompensas;
- informações compartilhadas, para que você entenda que algumas informações são divulgadas e outras não, sendo capaz de considerar isso na sua análise;
- racionalidade, conseguindo processar as informações prévias para uma decisão mais embasada e justificada.
Assim, o termo Skin in the game é aplicável nos dois lados da balança, tanto por gestores e empreendedores que devem mostrar que confiam naquilo se arriscando em prol de algo, como também investidores, que podem seguir esses passos para ponderar sobre riscos e oportunidades e determinar o nível de confiança das escolhas que faz.
O objetivo, no final das contas, é colocar em evidência o papel da análise e racionalidade para a tomada de decisão no mercado financeiro.
Conclusão
“skin in the game“, que desafia a forma como tomamos decisões e assumimos responsabilidades em diferentes áreas da vida. Essa abordagem oferece uma nova perspectiva sobre a importância da responsabilidade pessoal e da experiência prática, fornecendo uma nova lição para os leitores.
Lições importantes
Leve em conta a consequência de suas decisões
Muitas vezes as pessoas tomam decisões sem levar em conta as consequências reais para elas mesmas, pois não têm nada a perder.
Colocar a pele em risco traz resultados
As pessoas que colocam a própria pele em jogo são mais propensas a se preocupar com as consequências de suas ações.
Com a pele em risco, você analisa melhora as situações
Quanto mais você tiver a perder, mais cuidado você terá ao tomar decisões.
Prepare-se para situações difíceis
Aqueles que não arriscam a própria pele geralmente estão menos preparados para enfrentar situações difíceis.
Espero que tenham gostado e até a proxima
Marcelo Rabinovici
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