Valor justo das empresas, por qual motivo muda tanto?

Algumas pessoas tem medo do risco na renda variável então não investem, mas ficam eufóricas quando alguém diz que existe uma chance de multiplicar o patrimônio.

 O risco sempre existirá, por isso diversificamos em diferentes tipos de empresas. Sabemos que os negócios nem sempre conseguem entregar resultados positivos, por isso é importante gerenciar a carteira e compreender que investir com base nos fundamentos não é só olhar para o passado, e sim entender que os mercados mudam, que os carros elétricos irão chegar, que a indústria 4.0 ou 5.0 vai afetar os resultados dos negócios, que o agronegócio é essencial para nosso mercado, mas que tudo são projeções.

E ainda estamos em um momento onde a volatilidade aumenta devido às incertezas causadas pelo processo político que define a política fiscal e consequentemente reflete na monetária, e claro o mercado fica sensível a cada nova notícia. O que podemos fazer então, diante desse cenário?

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Monitorar os indicadores macro e o desempenho dos negócios.

Por exemplo, a política fiscal citada acima, pode ser definida como a maneira que o governo gerencia seus gastos e os tributos (impostos) que são utilizados como uma maneira de influenciar o cenário econômico.  Ele, o governo, pode diminuir impostos, assim a população tem mais dinheiro e as empresas com impostos menores contratam e investem mais, afinal existe mais dinheiro e o consumo aumenta, ou ele pode aumentar os impostos e os gastos criando um cenário perigoso.

E a política monetária tem como objetivo gerenciar a liquidez (oferta monetária, dinheiro e crédito), além da famosa e essencial taxa de juros que pode promover aceleração do crescimento ou desaceleração, esse fator está ligado à métrica da inflação, ou seja, para conter a inflação aumentam-se os juros, e estamos nesse processo.

O paraíso seria imposto menor e redução dos gastos públicos, disso nós já sabemos Alice, mas não é a realidade.

Então, é preciso estar atento a alguns indicadores macroeconômicos que são fundamentais para projetar resultados das empresas:

  1. Taxas de Juros
  2. Inflação
  3. Política fiscal, tributos e gastos do governo.
  4. Reserva Federal e Política Monetária
  5. Balança comercial e Câmbio
  6. Desemprego e crescimento econômico

Com o aumento do custo de capital (juros) o valor justo das empresas tem a tendência de recuar porque a atividade pode gerar menos caixa futuro, pois ocorre a redução da atividade econômica. Ou seja, quando trazemos a valor presente usamos uma taxa de desconto maior, mas considerando como uma variável flexível e dinâmica se os fundamentos do negócio continuarem existindo a lógica é que alguns bons ativos podem apresentar desconto, logo se não altera seu preço justo a margem de segurança para compra do ativo será maior.

Mas não nos esqueçamos de considerar que a inflação de forma geral é prejudicial pelo fato de que muitos setores não conseguem repassar os custos para os clientes seja pela concorrência ou qualquer outro motivo ligado aos custos da cadeia de valor, além de considerar que a inflação maior interfere na conta da depreciação e logo também no imposto a recolher, empresas com grandes estoques também, pois a conta será maior enquanto o estoque não regularizar pelo novo preço, o que pode fantasiar alguns resultados.

Porém quando o cenário muda, depois do pânico, a taxa de desconto muda, e assim considerando que empresas com projeções futuras de crescimento maiores são as que na planilha tem a maior parte do retorno considerado no futuro, elas são as que mais se valorizam quando a curva de juros inverte, ou seja, quanto maior o duration na precificação maior o impacto quando a curva de juros muda de viés.

Portanto, a análise contempla a projeção de fluxos futuros e o movimento das taxas de juros.

E sabemos que as Small Caps sofrem nesse cenário, são um ótimo exemplo para demonstrar esse movimento. Afinal, empresas menores tem mais dificuldade para crescer em momentos assim, o que leva a uma precificação com muito mais risco na modelagem. Além da questão básica de menor liquidez, o que dificulta o investimento estrangeiro.

Lembrem que companhias menores geralmente precisam de mais capital para conseguir fazer investimentos significativos que justifiquem um destravamento de valor, e isso em momentos de Selic alta não é uma boa combinação (endividamentos altos+ Selic/IPCA altos= custos crescendo = exigência de margem maior = preço justo menor.

Por isso vemos um mercado desconfiado com tantas empresas que até bem pouco tempo eram vistas como grandes oportunidades de desempenho futuro.

Portanto, o que nos resta é continuar acompanhando e analisando os negócios, entendendo a operação, o mercado consumidor, as especificidades da cadeia, afinal é isso que faz o resultado do negócio acontecer.

Patrícia Rossari

Analista de Negócios

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