Negócio ou Investimento? Onde colocar seu suado dinheiro.

Essa é uma dúvida que provavelmente muitos investidores já tiveram. Afinal, o que fazer? Colocar seu suado dinheiro em um negócio ou em um investimento financeiro? Repare que não estou dizendo que um negócio não é um investimento. Aqui, estou considerando como investimento tudo o que for investimento financeiro, ou seja, no mercado de Renda Variável ou Renda Fixa.

Para tentar chegar a uma conclusão, vamos primeiro entender as características, prós e contras de cada um deles.

 

Negócio

Quando falo em negócio, eu penso em economia real, ou seja, tudo aquilo que produz valor real para a sociedade e para a economia. Penso em padaria, restaurante, cabeleireiro, academia, gráfica, cinema, fábrica, construção, isto é, qualquer tipo de comércio, indústria e serviço. Tudo o que vemos no dia-a-dia. Pense que cada um desses exemplos tem dono, funcionários, clientes, produtos, matéria-prima etc. Embutido nessas características temos os prós e os contras.

 

Os contras

Quando você abre o seu primeiro negócio, você não tem expertise. Por mais que você tenha estudado sobre o mercado em que iria atuar, nenhum planejamento sobrevive ao campo de batalha. Você não sabe se relacionar com clientes e fornecedores. Não tem experiência de liderança de funcionários. Você provavelmente vai passar por algum processo trabalhista de um funcionário que se sentiu prejudicado de alguma forma enquanto trabalhou para você.

Talvez o seu produto ou serviço não seja tão bom quanto você imaginava ou talvez o mercado ainda não esteja preparado para o que você tem a oferecer. Mesmo quando tudo vai mal, você tem que garantir o pagamento dos funcionários e fornecedores.

Você não tem hora para chegar em casa. Você se dedica integralmente ao trabalho, muitas vezes deixando a família e o descanso em segundo plano. Você talvez deixe de cuidar da sua saúde e pagará um preço por isso algum tempo depois.

Além disso, tem que lidar com toda a burocracia estatal, recolhendo os impostos corretos, na quantia e no momento corretos. Aliás, só para abrir uma empresa você vai precisar de alguns meses de idas e vindas em Cartórios, Receita Federal, Prefeitura etc.

 

Os prós

Mas, nem tudo é tão negativo assim. Afinal, se fosse, ninguém teria seu próprio negócio. Onde, afinal, estão as vantagens? A primeira é ter algo que é seu. O senso de dono faz com que você se dedique àquilo fazendo tudo para que dê certo. Existe uma certa satisfação nisso. Você sabe que você colherá tudo aquilo que você plantou e todo seu esforço trará retorno para você.

Um outro ponto é que não há limite para o retorno sobre o seu investimento. Enquanto em um emprego, por mais que você trabalhe, o seu salário vai ser mais ou menos o mesmo. Já em um investimento, se for de Renda Fixa, há um teto. Se for Renda Variável, esse limite é um pouco mais largo, mas de uma forma ou de outra, há um limite. É difícil encontrar casos de ações, por exemplo, que tenham se valorizado 100% em alguns anos. Por outro lado, há empresas em estágios iniciais que crescem 100% a cada poucos meses. Aliás, há empresas que em alguns anos chegam a valer bilhões de dólares. Me mostre um investimento que faça o mesmo.

Depois de um tempo, se você tiver planejado e executado tudo certinho, será possível contratar um diretor ou presidente que fique responsável por tocar o negócio enquanto você assume um papel de conselheiro, por exemplo, trabalhando bem menos que antes e vivendo dos dividendos da sua empresa.

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Investimento

Agora, falando de investimento, penso em investimentos financeiros, ou seja, basicamente nos mercados de Renda Fixa e Variável. Aqui, não poderia ser diferente. Há prós e contras. Vamos conversar um pouco sobre isso.

 

Contras

Os investimentos também oferecem riscos. Os principais são os riscos de mercado, de liquidez e de crédito. O risco de mercado está associado aos movimentos dos preços, das taxas de juros e do câmbio. Ou seja, ao investir, você tem algumas expectativas. Pode ser que o mercado vá contra o que você espera e, com isso, aumente o risco do seu investimento.

O risco de liquidez está associado a, dado um investimento, a facilidade de você conseguir sair dele quando precisar. Um exemplo é o investimento em imóveis. Não é tão fácil conseguir vender um imóvel. Outro exemplo são os investimentos em small caps. Pode ser que você consiga uma rentabilidade alta em pouco tempo, mas não haja ninguém para quem vender a ação.

Por fim, o risco de crédito é o risco que se corre de a instituição contratada não conseguir pagar por suas obrigações. Um exemplo acontece no investimento em debêntures. Você empresta dinheiro para uma empresa esperando que ela te devolva com juros depois de algum tempo. Se algo acontece no meio do caminho e ela fica sem dinheiro, ela pode não pagar o combinado pelo seu investimento.

 

Prós

Na minha opinião, o principal benefício do investimento é a tranquilidade. Se você tem uma carteira bem pensada, você consegue reduzir drasticamente o impacto dos riscos que eu expus acima sem perder a rentabilidade geral. Isso gera uma certa paz pois você tende a não ficar preocupado com cada movimento do mercado.

Outra característica é os investimentos te ajudam a atingir seus planos mais rapidamente. Comprar uma casa financiada pode levar 30 anos, já investindo com planejamento pode fazer comprar a mesma casa a vista em cerca de 15 anos. A aposentadoria também fica mais perto.

Já em momentos de crise no mercado de trabalho, você tem um patrimônio em que se apoiar no caso de uma demissão ou de uma doença, por exemplo.

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Afinal, o que é melhor?

 

Tem gente que nunca investiu, mas sempre teve negócios. Tem gente que nunca teve negócio, mas sempre investiu. Já outros têm negócios e investem. Por fim, há os que têm investimentos que são negócios. Vou explicar.

Todo negócio é um investimento, mas não é disso que estou falando. Há alguns meses, um Educador Financeiro conhecido como Eduardinho cunhou o termo Invesgócios para designar uma classe de investimentos que reúne o melhor dos dois mundos. Se um negócio é uma negação do ócio (neg + ócio), um invesgócio é algo que mantém o ócio. Que tal ter o retorno de um negócio com a tranquilidade de um investimento financeiro?

 

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Vamos a alguns exemplos. Um apartamento alugado no airbnb é um invesgócio quando comparado a ser dono de uma pousada. Já utilizando o airbnb, ele te facilita diversos fatores, tirando grande parte do trabalho, enquanto o rendimento se mantém atrativo.

Um outro exemplo são as vending machines, aquelas máquinas em que você pode comprar comida, bebida e até carregadores. Há um certo trabalho para repor os itens, mas é muito menor do que ser dono de uma padaria.

Uber também é exemplo. Você pode ter o carro e alugá-lo para que um motorista tire o seu sustento de lá. Mais uma vez, o seu trabalho é pequeno comparado a você mesmo ser o motorista.

Recentemente estive em uma palestra onde me foi apresentado um negócio de investimento em venda de madeira nobre. Resumidamente, você adquire o terreno e uma empresa cuida de todo o resto, desde o beneficiamento da terra, plantio e manutenção até os cortes intermediários e o final. Nesse caso específico, o rendimento líquido é de cerca de 18% ao ano ao longo de 17 anos de investimento, ou seja, mais de três vezes a Selic atual.

 

 

Conclusão

Não me sinto confortável em dizer o que é melhor: investimento ou negócio. Entretanto, sinto que os invesgócios são uma classe de investimentos pouco explorados e até pouco conhecidos e que, principalmente, no momento em que estamos podem ser alternativas extremamente atraentes de diversificação.

Você conhece ou possui algum invesgócio? O que achou desse modelo? Conte-nos aqui nos comentários.

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Abraços,

Lucas Mauricio

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