Pesquisar

O que os resgates dos fundos de ações podem te dizer?

Somente no ano de 2022, mais de R$ 51 bilhões foram resgatados dos fundos de investimento em ações. Um número bastante expressivo. Em paralelo, quase R$ 130 bilhões foram captados por fundos de renda fixa. Novamente, um número bastante expressivo.

A princípio, pode parecer que não, mas estes números estão diretamente ligados com o momento que vivemos na bolsa de valores.

Olhando em retrospectiva: guerras, pandemia, alta das commodities, alta do dólar, todos esses e outros fatores contribuíram para que nos últimos meses a inflação, assim como os juros brasileiros, permanecessem em alta.

Se você é um investidor que já se aprofundou um pouco nos estudos sobre a bolsa de valores, deve saber que a subida dos juros são extremamente prejudiciais para ativos de risco, dentre eles, as ações.

Isso acontece, pois os juros futuros fazem parte do método de Valuation utilizado por investidores para encontrar o preço justo das ações de uma empresa. Através do Fluxo de Caixa Descontado (FCD), analistas projetam o fluxo de caixa de um negócio e o trazem a valores presentes. Só que para trazê-lo a valor presente, é preciso implementar uma taxa de desconto (WACC), a qual está diretamente interligada com as taxas de juros.

Sendo assim, quando os juros do país sobem, o desconto desse método de Valuation fica maior e, portanto, o preço justo achado, é menor. Em outras palavras, juros altos tendem a fazer as ações caírem.

Entendido isso, pense no seguinte.

Se você é um investidor de longo prazo e observa que as ações de empresas que você gosta estão sendo negociadas por preços menores, o que você faz? Compra, certo?

Bom, se você pensa assim, parabéns. Você faz parte da minoria dos investidores.

Normalmente, quando as ações começam a cair ou a bolsa de valores passa a andar de lado, a reação da maioria dos investidores é fugir e buscar outras opções de investimento. Coloque-se no lugar de um indivíduo que está, hoje, vendo seu patrimônio se desvalorizar e que não entende o que está acontecendo. O raciocínio desta pessoa tende a ser:

“Estou perdendo dinheiro investindo em ações, esse mercado só anda de lado ou cai. Ouvi falar que as taxas de juros subiram e, atualmente, temos alternativas na renda fixa pagando 13,65% ao ano ou até mais. Já sei, vou tirar meu capital das ações e colocá-lo na renda fixa, assim ganho dinheiro pelo menos…”

Esse costuma ser o racional por trás dos números que comentei no início deste texto. Investidores que não compreendem o funcionamento do mercado de ações estão muito inclinados a tomar esse tipo de decisão em situações como a atual.

É claro, investir em um mercado de baixa ou de lado, não é fácil, principalmente, quando a renda fixa te oferece retornos maiores que 1% ao mês a um risco baixíssimo. Por outro lado, é justamente nessas fases do ciclo (juros altos e ações em baixa) que conseguimos comprar ações de boas empresas a um preço muito atrativo.

Adicionalmente, vale pontuar que quando a tendência de alta dos juros e inflação se encerra e os dados apontam para queda de ambos, nessas horas, os investidores que se posicionaram durante a parte desfavorável do ciclo tendem a ganhar bastante dinheiro.

Fez sentido?

Grande abraço e bons investimentos,

João Pedro Mello

O atributo alt desta imagem está vazio. O nome do arquivo é unnamed-22.jpg

Veja as possibilidades de planos

Tenha acesso aos melhores relatórios escritos por nossos experientes analistas

Pagina de Planos

Pesquisar

ASSINATURAS

CURSOS

INSTITUCIONAL

LEGAL