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Renda Fixa: Empresas pagadoras de dividendos são uma opção?

 

Renda Fixa

Você já deve ter ouvido que a Renda Fixa morreu, ou que a Renda Fixa é perda fixa. Estou certo?

Durante alguns anos, a Taxa Selic permaneceu acima de 10% ao ano, chegando à máxima de 14,25% ao ano, patamar no qual ficou por 1 ano e 3 meses. 1% ao mês era algo normal na Renda Fixa em 2015 e 2016. Ficamos muito mal-acostumados! Porém, já a partir do final de 2016, o Banco Central iniciou um movimento de cortes constantes na taxa básica de juros, chegando ao patamar de 6,5% ao ano em menos de um ano e meio, a menor taxa em mais de 20 anos.

Por um lado, a Selic reflete a taxa básica de juros atual. Por outro, o DI futuro reflete a expectativa futura para a taxa de juros cobrada entre instituições financeiras, sejam elas públicas ou privadas.

Apesar de estarmos falando de tempos diferentes, presente vs. futuro, as duas taxas seguiram a mesma tendência: queda! No gráfico abaixo, vemos a cotação do DI1F21, que é a expectativa dos investidores para a taxa de juros DI de 1 dia no primeiro dia útil de janeiro de 2021.

A queda é visível e notável, especialmente nos últimos doze meses. Estamos falando de quase 39% de queda. Se considerarmos o ponto mais alto, em setembro de 2018, a queda até agora atinge o patamar de 46%. Isso quer dizer que, atualmente, o mercado espera que a taxa de juros permaneça baixa por alguns anos.

 

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Figura 1 – Gráfico do DI futuro (DI1F21) nos últimos 12 meses.

 

Fixa ou Variável?

E quem sofre com isso? A Renda Fixa. Virou até alvo de piadas, como as mencionadas no início deste artigo. De fato, se tornou mais complexo obter rentabilidades elevadas na Renda Fixa. Justamente por isso, muitos investidores estão se vendo praticamente obrigados a se aventurarem no mercado de Renda Variável.

Entendo que pode ser um assunto um tanto delicado para alguns, afinal de contas, todos já ouvimos histórias de pessoas que perderam muito dinheiro na Bolsa de Valores. No entanto, entendo também que quem conseguiu essa proeza certamente não sabia o que estava fazendo.

 

Por onde começar

Se a volatilidade da Bolsa te incomoda, a minha sugestão é começar com investimentos em Fundos de Investimentos Imobiliários, os FIIs, e com ações pagadoras de bons dividendos, simplesmente porque estas classes de ativos tendem a ser mais estáveis ao longo do tempo.

Além disso, eles possuem a vantagem de produzirem renda, ou seja, de tempos em tempos você vai receber um valor na sua conta por ter esses papéis na sua carteira. No caso dos FIIs, costuma ser mensal. Já no caso das ações, a periodicidade pode ser mensal, trimestral, semestral ou anual.Por hoje, vamos focar nas empresas pagadoras de dividendos.

 

Por que são considerados ativos mais estáveis?

Para responder a essa pergunta, precisamos primeiro esclarecer o que são dividendos. Eles são, juntamente com os juros sobre capital próprio, os tipos mais comuns de proventos. Na maioria das vezes, quando você escutar alguém falar de dividendos sem mencionar os juros sobre capital próprio, a pessoa está se referindo a proventos de maneira geral.

Esses proventos são uma parte dos lucros que as empresas distribuem para os seus acionistas. Pela Lei das SA, empresas lucrativas precisam distribuir pelo menos 25% do seu lucro no período de 1 ano. Caso haja prejuízo, não há o que distribuir.

Quando falamos em empresas pagadoras de bons dividendos, temos em mente empresas que pagam bem mais que o mínimo. Algumas chegam a pagar quase todo o seu lucro, como o Itaú, que distribuiu mais de 90%em 2018.

 

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Estabilidade?

Agora, vamos à resposta de fato. Essas empresas costumam já estar consolidadas nos seus mercados. Não têm mais muito para onde crescer. Por esse motivo, elas costumam pagar bons dividendos, distribuindo grande parte do seu lucro.

Ou seja, sobra uma pequena parte para reinvestimentos na própria empresa. Por consequência, o lucro tende a não crescer muito ao longo do tempo. Se o lucro não cresce, a cotação no longo prazo tende a ser mais estável.

Por outro lado, empresas que ainda estão em fase de crescimento precisam reinvestir a maior parte do lucro para que seja possível crescer mais e lucrar mais. Com isso, a cotação tende a crescer e, com esse crescimento, vem a volatilidade. O destino, pelo menos teoricamente, de toda empresa de crescimento é se tornar uma empresa de dividendos, uma vez que ela alcance o seu máximo potencial.

 

Fique ligado

Um dos indicadores que você precisa observar é o dividendyield (DY). Ele é uma medida do valor em proventos pago por ação em um período de 12 meses, dividido pelo preço da ação. Por exemplo, se uma empresa vai distribuir R$ 1 por ação em determinado ano e sua ação custa R$ 10, então o dividendyield (DY) é de 0,1, ou seja, 10%.

Vale ressaltar que o preço por ação utilizado nesta conta é o da data-base, que varia de empresa para empresa. Por isso, é importante que você calcule o seu próprio DY, pois você pode ter comprado essa ação do exemplo por R$ 8 em vez de R$ 10.

Sendo assim, seu DY seria de 12,5%. Por outro lado, caso você tivesse comprado por R$ 12, ele seria de 8,33%. Ou seja, quanto menos você pagar por ação, maior será seu DY.

O problema é que, com a queda dos juros mencionada no início do artigo, muitos investidores já vêm migrando para a Renda Variável, fazendo com que o preço dos ativos aumente. Se você paga mais caro pela ação, seu DY será menor. Por isso, é importante que você saiba analisar e escolher as melhores ações pagadoras de bons dividendos para compor a sua carteira. Em breve você verá novidades aqui no Dica de Hoje sobre este assunto!

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Abraços,

Lucas Mauricio

 

Revisão de Texto: Marciel Montalvane

 

 

 

 

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