Antigamente, quando eu investia mais no Brasil, minha carteira era formada por muitas empresas boas pagadoras de dividendos. Provavelmente 70% da minha carteira eram formados por essas companhias.
Um problema que derivava disso era que eu não conseguia diversificar os setores dessas empresas, já que no Brasil os dividendos ainda ficam muito restritos aos setores financeiro e de energia. Claro que existem exceções, mas esses dois setores concentram bastante os dividendos consistentes de grandes empresas.
No exterior, essa dinâmica já é diferente. Por mais que, no geral, os dividendos sejam menores se comparado ao Brasil, nós conseguimos investir em empresas que crescem seus dividendos por muito tempo, o que traz uma enorme previsibilidade para nós investidores. Além disso, conseguimos também investir em diversos setores diferentes.
Tem uma nomenclatura, muito usada lá fora, para apontar as empresas que crescem seus dividendos por pelo menos 25 anos: são as chamadas dividends aristocrats. Atualmente, são 65 companhias internacionais que estão dentro deste termo, que inclui ainda estar no índice S&P 500 e cumprir alguns requisitos de liquidez.
Com isso, conseguimos fazer, com alto grau de consistência, uma carteira que nos permite receber dividendos todos os meses, de empresas que crescem seus proventos todos os anos. Ficou confuso?
Vou explicar:
Muitas empresas do exterior pagam seus dividendos de forma trimestral. Por isso, conseguimos montar uma carteira que nos possibilita ter dividendos todos os meses, até com poucos ativos.
Vamos ver isso de uma forma prática.
Supondo que eu quero montar uma carteira de empresas dividends aristocrats, com 12 ativos e diversificada setorialmente, resolvi escolher os seguintes papéis:
- Abbvie
- AT&T
- Cardinal Health
- Chevron
- Colgate-Palmolive
- Exxon Mobil
- Franklin Resources
- IBM
- Kimberly-Clark
- Leggett & Platt
- People’s United Financial
- Walgreens Boots Alliance
Nessa carteira, receberemos dividendos de 4 empresas em todos os meses do ano. Seguem abaixo os meses em que cada empresa dessa carteira paga seus proventos:
Elaborado pela equipe Dica de Hoje Research
Que todas essas empresas pagam dividendos crescentes há pelo menos 25 anos, nós já sabemos. Mas agora vamos ver o tempo exato de cada uma delas, além, é claro, do dividend yield, que possui um máximo de quase 7%:
Podemos ver ainda que essa carteira também está bem diversificada em relação aos segmentos, contando com varejistas, companhias relacionadas à saúde, à higiene pessoal, de produtos para a casa, do setor de óleo e gás, de telecomunicações e do setor financeiro. Vemos, inclusive, que não possui nenhuma empresa do setor elétrico, o que pode “casar” ainda melhor com as empresas boas pagadoras de dividendos do Brasil da sua carteira.
Vemos também que os dividend yields variam bastante, tendo apenas uma companhia pagando menos de 3%. Claro que no Brasil, em algumas situações, você consegue ter dividendos maiores que esse, mas lembre-se que aqui estamos falando de dividendos em dólar e o risco, principalmente do país, é muito menor.
Todas essas empresas já passaram por diversas crises que tivemos na história do mundo, e mesmo assim continuaram pagando bons valores em dividendos. Isso mostra uma resiliência muito grande.
Entretanto, essa carteira é apenas ilustrativa, e não indica uma recomendação de investimentos. Todas as recomendações eu faço dentro do Dica Internacional, que possui ao todo 5 carteiras de investimentos no exterior. Para ter acesso, é só clicar aqui.
Abraços e bons investimentos,
Raphael Rocha.
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