Olá, pessoal. Tudo bem com vocês?
Como vocês devem saber, na semana passada o Dica Internacional completou 1 ano de existência. Como vocês também devem saber, eu sou o responsável pela carteira de Stocks do Dica Internacional.
Em 1 ano de carteira de stocks, tivemos uma rentabilidade de 38%, contra 32% do S&P 500 e 29% do URTH, ETF que mantém exposição em empresas de todo o mundo, e que acredito até ser um comparável melhor do que propriamente o S&P 500, que basicamente só possui empresas americanas.
Fonte: Dica de Hoje e Morningstar
Hoje, então, quero falar de uma empresa que nos ajudou muito a ter essa rentabilidade, e foi nosso principal destaque nesse primeiro ano. Estamos falando da Albemarle (ALB), que rendeu 144% em apenas 1 ano. Um desempenho realmente fantástico.
Fonte: Google
Para quem não conhece, a Albemarle é a maior produtora de lítio do mundo, produto que será essencial na fabricação de baterias de veículos elétricos. E é justamente por causa disso que nós colocamos ela na carteira e, mesmo que essa demanda ainda demore para acontecer, é por isso que ela teve toda essa rentabilidade nesses últimos 12 meses.
Como você já deve ter ouvido falar, o mercado sempre antecipa e nesse caso, não foi diferente.
Antes de falar um pouco mais sobre a empresa, quero contar como foi que colocamos ela na carteira, e isso eu ainda não contei em lugar nenhum.
Para contextualizar, como a carteira foi lançada em agosto de 2020, desde março/abril de 2020 eu já estava 100% focado em selecionar as empresas para compor a carteira de stocks, que é a carteira em que eu poderia colocar basicamente qualquer empresa do mundo.
A ideia sempre foi selecionar aproximadamente 10 empresas, para não termos uma concentração muito grande em nenhuma e ter também alguma margem para acrescentar outras companhias sem ficar muito diversificado.
Lembro que no esboço inicial, a Albemarle não estava, e estava sim a SQM (Sociedad Quimica Minera), também uma das maiores produtoras de lítio, mas que possui um foco grande em outros produtos, como Iodo, Potássio, nutrição vegetal e etc.
Ela, diferentemente da Albemarle que é americana, é chilena e por isso também tinha um desconto maior.
Porém, em uma das conversas entre eu e o Daniel Nigri, decidimos focar ainda mais no lítio, já que era uma tese muito forte e, por mais que a verdadeira demanda ainda estivesse longe, seria um case de longo prazo com muito potencial de retorno.
Por isso, entramos ainda mais a fundo no mercado de lítio em geral e em todas as empresas que compõem este mercado, e por mais que a SQM seja também uma empresa de grande qualidade, tem uma boa diferença para a Albemarle, sendo essa uma companhia mais preparada para surfar toda essa demanda futura pelo lítio.
Para ficar mais claro, a Albemarle, fundada em 1994, possui 50% do seu lucro operacional oriundos do lítio, enquanto que 30% vem do bromo e 20% de catalisadores. Isso é o que acontece atualmente. No futuro, essa diferença irá aumentar bastante.
Assim como a SQM, ela também possui operações no Chile (com concessão superior a 2035), na Austrália e nos Estados Unidos. Em 2019 a empresa produziu 85 mil toneladas métricas de lítio e para esse ano, é esperado que a produção praticamente dobre.
Geograficamente, sua receita também é diversificada, com grande participação dos Estados Unidos, China, Coreia e Japão. A Europa (impulsionada pela Alemanha), com grandes investimentos em carros elétricos, também deve ganhar participação mais relevante.
No mercado de lítio, países como Austrália, Chile e Argentina são os grandes produtores, enquanto que na parte de baterias para veículos elétricos, o grande destaque é a China.
Para ficar mais claro o potencial deste mercado, segundo relatório da Roskill (empresa britânica de consultoria e pesquisa de minérios), o crescimento da demanda de lítio deve crescer mais de 19,7% ao ano até 2030.
As baterias automotivas, por si só, devem ter um crescimento de demanda superior a 28% ao ano até 2030, respondendo por mais de 75% da demanda total de lítio até 2030.
A empresa londrina Ocean Wall também fez relatório, no fim do ano passado, mostrando que a demanda por lítio em 2030 pode ser de 2 milhões de toneladas métricas, um grande salto em relação às 0,3 milhão de toneladas por ano vendidas atualmente.
Além disso, vemos cada vez mais governos, em todo o mundo, incentivando o uso de materiais mais sustentáveis, estando o lítio incluído nessa demanda. A eleição do Biden nos Estados Unidos, no fim do ano passado, acelerou esse movimento também por lá.
Por todos esses motivos, colocamos a Albemarle na nossa carteira no ano passado e seguimos com ela até o momento, já que ainda achamos que esse crescimento ainda não está totalmente precificado.
Como estamos na semana de aniversário da carteira internacional, estamos disponibilizando a assinatura anual com um desconto de R$ 200 só para essa semana. Por isso, não perca mais tempo e internacionalize agora seus investimentos. Clique aqui e se inscreva.
Abraços e bons investimentos,
Raphael Rocha.