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IOCHPE-MAXION: Resultados 2T19

IOCHPE-MAXION (código Bovespa: MYPK3)

 

RESUMÃO – Resultados 2T19:

(Data de divulgação: 7/agosto/2019)

(Dados retirados do site de RI: http://www.iochpe.com.br)

 

– Estratégia da empresa:

A Iochpe-Maxion é uma companhia global, líder mundial na produção de rodas automotivas e um dos principais produtores de componentes estruturais automotivos nas Américas. Possui 31 unidades fabris, localizadas em 14 países, e cerca de 15 mil funcionários.

A empresa busca constantemente fornecer soluções inovadoras nas áreas em que atua, utilizando macrotendências globais para direcionar o desenvolvimento de novos produtos, processos e tecnologias de forma independente ou em cooperação com seus parceiros estratégicos. A empresa opera por meio de duas divisões: “Maxion Wheels” e “Maxion Structural Components”.

Na “Maxion Wheels”, produzem e comercializam rodas de aço para veículos leves, comerciais, máquinas agrícolas e rodas de alumínio para veículos leves. Na “Maxion Structural Components”, produzem longarinas, travessas e chassis montados para veículos comerciais e conjuntos estruturais para veículos leves.

Adicionalmente, por meio da “Amsted-Maxion” (negócio em conjunto), também produzem rodas e fundidos ferroviários, fundidos industriais e vagões de carga, mas de acordo com fato relevante, no dia 01/agosto/2019, a empresa celebrou contrato de compra e venda de ações com os sócios AmstedRail Brasil e Greenbrier do Brasil, para alienação de 18,25% de sua participação societária na “Amsted-Maxion”, por US$ 5 milhões.

Após a conclusão desta operação, a participação da empresa na “Amsted-Maxion” será reduzida de 37,75% para 19,5%, em linha com a estratégia de concentrar sua atuação no setor automotivo.

 

– Composição Acionária:

 

acionistas-Maxion

 

– Destaques Operacionais e Financeiros:

 

– Mercado de atuação:

 É importante destacarmos alguns dados do mercado de atuação da Iochpe-Maxion. No comparativo entre 2T19 e 2T18, a produção brasileira de veículos leves apresentou um crescimento de 5,2% e de veículos comerciais (“pesados”) um crescimento de 16,1%. A produção de veículos na Europa apresentou uma queda de 7,4% e a produção de veículos comerciais (“pesados”) no NAFTA (bloco econômico formado pelos EUA, Canadá e México) apresentou crescimento de 7,8%. OBS.: A tabela abaixo apresenta o total de unidades produzidas.

 

nafta-europa

 

– Receita Operacional Líquida:

No 2T19, a Receita Operacional Líquida consolidada da Iochpe-Maxion alcançou R$ 2.667,3 milhões e R$ 5.135,5 milhões no 1S19, um crescimento de 11,2% em relação ao 2T18 e de 13,0% em relação ao 1S18.

 

O resultado no 2T19 foi influenciado positivamente pelo crescimento da produção de veículos comerciais no NAFTA e do volume de rodas de alumínio naquele mercado, por conta do aumento de capacidade realizado na fábrica do México. O desempenho na Europa foi impactado de forma negativa pela queda na produção de veículos leves, devido a mudanças nos testes de emissões e a desaceleração nas vendas de veículos na região. Na América do Sul, a receita operacional líquida apresentou um crescimento de 27,7% no 2T19 em relação ao 2T18, apesar da queda das exportações de veículos do Brasil. E na Ásia, apresentou no 2T19 uma queda de 0,6% em relação ao 2T18, desconsiderando os efeitos da variação cambial, devido principalmente à queda na produção de veículos na Índia, a qual impactou a produção de rodas de aço na região.

 

A variação cambial (valorização do dólar no trimestre) afetou de forma positiva a receita consolidada da Iochpe-Maxion em R$ 95,9 milhões no 2T19 e em R$ 278,9 milhões no 1S19. Desconsiderando este efeito, a Receita Operacional Líquida consolidada teria apresentado um crescimento de 7,2% no 2T19 e um crescimento de 6,9% no 1S19.

 

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– Custo dos Produtos Vendidos:

No 2T19, o Custo dos Produtos Vendidos atingiu R$ 2.330,8 milhões e R$ 4.500,6 milhões no 1S19, um crescimento de 13,1% em relação ao 2T18 e de 15,1% em relação ao 1S18. Este aumento é explicado principalmente pela queda da produção de veículos na Europa e pelo aumento do preço das matérias-primas nas Américas.

 

– Lucro Bruto:

A Iochpe-Maxion apresentou um Lucro Bruto de R$ 336,6 milhões no 2T19 e de R$ 634,9 milhões no 1S19, o que representou uma redução de 0,4% em relação ao 2T18 e um crescimento de 0,4% em relação ao 1S18. A participação em relação à receita operacional líquida diminuiu de 14,1% no 2T18 para 12,6% no 2T19 e de 13,9% no 1S18 para 12,4% no 1S19.

 

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– Resultado de Equivalência Patrimonial:

O Resultado de Equivalência Patrimonial atingiu um valor negativo de R$ 3,8 milhões no 2T19 e de R$ 11,5 milhões no 1S19, uma melhora em relação ao resultado negativo de R$ 8,3 milhões no 2T18 e uma piora em relação ao valor negativo de R$ 5,7 milhões no 1S18.

 

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– EBITDA (Geração de Caixa Bruta):

O EBITDA da Iochpe-Maxion atingiu R$ 304,2 milhões no 2T19 e R$ 546,9 milhões no 1S19, um crescimento de 10,5% em relação ao 2T18 e de 8,8% em relação ao 1S18. A participação em relação à receita operacional líquida consolidada diminuiu de 11,5% no 2T18 para 11,4% no 2T19 e de 11,1% no 1S18 para 10,6% no 1S19.

 

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– Resultado Financeiro:

O Resultado Financeiro foi negativo em R$ 49,7 milhões no 2T19 e em R$ 127,5 milhões no 1S19, uma redução de 23,4% em relação ao 2T18 e de 1,5% em relação ao 1S18. Esta redução é explicada pela redução nas despesas com juros sobre financiamento, resultante das renegociações de dívida da Iochpe-Maxion.

 

– Lucro Líquido:

No 2T19 a Iochpe-Maxion apresentou um Lucro Líquido de R$ 110,4 milhões e de R$ 173,5 milhões no 1S19, um aumento de 150,1% em relação ao Lucro Líquido de R$ 44,1 milhões no 2T18 e aumento de 456,5% em relação ao R$ 31,2 milhões do 1S18. É importante destacarmos que este lucro foi influenciado pelo fato de que empresa reconheceu, no 2T19, a dedutibilidade sobre despesa financeira no montante de R$ 40,1 milhões, referente à conversibilidade das debêntures de 6º emissão. Desconsiderando este efeito, o lucro líquido teria sido de R$ 70,3 milhões no 2T19, um crescimento de 59,2% em relação ao 2T18.

 

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-Investimentos:

Os investimentos no desenvolvimento de novos produtos, na ampliação da capacidade produtiva e na manutenção e modernização do parque industrial atingiram o montante de R$ 114,1 milhões no 2T19 e R$ 228,3 milhões no 1S19, um total maior que os valores registrados no 2T18 (R$ 99,1 milhões) e no 1S18 (R$ 168,2 milhões).

 

A variação nos investimentos no 2T19 e no 1S19 é relacionada principalmente à construção de uma nova linha de estampados para veículos comercias no México e de uma nova fábrica de rodas de alumínio na Índia. Segundo os dados apresentados pelo CEO na teleconferência, esta nova fábrica na Índia já começa a produzir de forma gradual no segundo semestre de 2019 e com mais força em 2020. Além disso, o CEO informou que iniciaram, em junho/2019, a construção de uma nova fábrica na China, com previsão para início de produção em 2021, e também começaram a expansão da capacidade da fábrica na Tailândia, com previsão para aumento da capacidade a partir de 2020.

 

– Liquidez e Endividamento:

A disponibilidade financeira consolidada ao final do 2T19 era de R$ 353,0 milhões, sendo 10,0% em Reais e 90,0% em outras moedas. O endividamento bancário bruto consolidado atingiu, ao final do 2T19, o montante de R$ 2.993,6 milhões, um crescimento de 5,3% em relação ao 2T18. O endividamento bancário líquido consolidado atingiu R$ 2.640,5 milhões no final do 2T19, um crescimento de 4,4% em relação ao montante de R$ 2.530,1 milhões atingido no final do 2T18. A alavancagem financeira (endividamento líquido/EBITDA dos últimos 12meses) foi reduzida de 2,75x no final do 2T18 para 2,40x no final do 2T19.

 

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Conclusão sobre os resultados:

Existem alguns pontos importantes a serem ditos quando analisamos a MYPK3. O primeiro ponto é a venda de 18,25% da empresa Amsted-Maxion, reduzindo, assim, a participação da companhia quase que pela metade. O dinheiro que entrará em Caixa para a Iochpe é pequeno, apenas US$ 5 milhões pela venda dessa participação. No entanto, o impacto nos resultados pode ser relevante.

Vimos anteriormente, no resultado de Equivalência Patrimonial, que a Iochpe-Maxion tem tido prejuízos constantemente nesta participação. A Amsted-Maxion foi responsável por um resultado de equivalência patrimonial negativo superior a R$ 9 milhões no primeiro semestre de 2019. Nos próximos trimestres, o lucro pode inclusive aumentar, cerca de R$ 3 milhões por trimestre com essa venda.

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O segundo ponto importante a se tratar sobre a Iochpe-Maxion é que ela é uma companhia global que segue realizando investimentos em aumento da capacidade de produção. As vendas na América Latina, que incluem principalmente o Brasil, tendem a ser mais relevantes nos próximos anos com a recuperação da economia nacional.

Enquanto isso, a receita pode ser beneficiada com a alta do dólar, apesar de uma possível queda na demanda no exterior. Na imagem abaixo, vemos que a participação da Europa caiu de 38,1% para 32,3%, enquanto a participação na América do Sul subiu de 24,1% para 27,7%. Eu não me surpreenderia se em alguns anos essa participação da América do Sul subisse para 35% a 40%, ancorada no crescimento interno.

 

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O terceiro ponto tem relação à queda da Margem Bruta. A Receita Líquida teve um acréscimo de 11,2% e o Lucro Bruto caiu 0,4% na comparação 2T2019 x 2T2018. Analisando o ITR (Informações Trimestrais) da empresa, vemos que a alta do dólar fez disparar o preço em reais das matérias-primas, principalmente aço e alumínio. No primeiro semestre de 2019, a matéria-prima foi responsável por R$ 2,74 bilhões dos R$ 3,9 bilhões do Custo do Produto Vendido.

Aí vamos para o quarto ponto. A companhia não sentiu tanto o impacto do aumento de custos porque as suas despesas administrativas ficaram estáveis frente ao primeiro semestre de 2018, apesar dos honorários da Administração terem sido elevados no período, de R$ 6,4 milhões para R$ 7,7 milhões.

E por fim, a companhia apresentou lucro líquido de R$ 70 milhões no trimestre, desconsiderando efeitos não recorrentes. A imagem abaixo mostra como a Iochpe-Maxion está em seu melhor momento em termos de lucro líquido e, além disso, com uma grande geração de Caixa operacional.

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Abraços e Bons Investimentos!

 

            Daniel Nigri(analista CNPI)

            Com a ajuda de Leo Bittencourt

 

 

 

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Elaborado pelo analista independente Daniel Isaac Nigri, CNPI 1810, este relatório é de uso exclusivo de seu destinatário.

Este estudo é baseado em informações disponíveis ao público nos próprios sites de RI das empresas analisadas ou comparadas, consideradas confiáveis na data de publicação.

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Este relatório não representa oferta de negociação de valores mobiliários ou outros instrumentos financeiros.

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O analista Daniel Isaac Nigri CNPI é o responsável principal pelo conteúdo do relatório e pelo cumprimento da Instrução ICVM 598.

 

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