Resultados de TAESA do 2T19 (códigos Bovespa: TAEE11, TAEE3, TAEE4)
RESUMÃO – Resultados 2T19:
(Data de divulgação: 6/agosto/2019)
(Dados retirados do site de RI: http://ri.taesa.com.br)
– Estratégia de TAESA:
A Transmissora Aliança de Energia Elétrica S.A. (“Taesa”) é um dos maiores grupos concessionários de transmissão de energia elétrica do país com 36 concessões, 12.726 km de linhas de transmissão e uma Receita Anual Permitida de R$ 2.712 milhões (RAP – ciclo 2018-2019).
A empresa é dedicada exclusivamente à atividade de transmissão de energia elétrica, suas receitas são altamente previsíveis (receitas fixas reajustadas anualmente pela inflação) e possui um histórico consistente de pagamento de Dividendos com payout histórico na faixa de 90% (percentual do lucro líquido distribuído na forma de proventos).
No 2T19 a Taesa continuou seus esforços em projetos de greenfield e brownfield, concluiu a aquisição da participação da Eletrobrás na ETAU, Brasnorte e Transmineiras, adicionando R$ 52,6 MM a sua RAP (ciclo 2019-2020) e iniciou as obras dos empreendimentos Aimorés, Paraguaçu, Janaúba e Ivaí após as emissões das licenças de instalação (LI’s) pelos órgãos ambientais responsáveis. Ainda nesse trimestre, obteve a anuência da ANEEL para a aquisição de 51% das ações do Triângulo Mineiro Transmissora de Energia S.A. (“TMT”) e da Vale de São Bartolomeu Transmissora de Energia S.A. (“VSB”) e está trabalhando para concluir o processo de aquisição dos ativos da Âmbar Energia e assim adicionar mais de R$ 130 MM de RAP e 1.227 km de novas linhas a sua base de ativos.
– Composição Acionária:
– Destaques Operacionais e Financeiros:
– Receita Líquida IFRS:
A Receita Líquida IFRS do 2T19 foi de R$ 427,5 MM, 14,2% maior que o 2T18, devido principalmente ao aumento nos investimentos nos projetos em construção e reforços, com acréscimo na receita de construção em R$ 33,7 MM (+61,2%), e ao aumento dos índices macroeconômicos (IGP-M e IPCA) resultando no crescimento de R$ 13,5 MM (+13,4%) na receita de correção monetária.
– Custos, Despesas, Depreciação e Amortização IFRS:
No 2T19, os Custos, Despesas e Depreciação e Amortização da Taesa totalizaram R$ 114,4 MM, 32,1% maior quando comparado ao 2T18. Com destaque positivo para redução de -6,3% na linha de Pessoal e destaque negativo para o aumento de R$ 29,9 MM (+90%) na linha de Material devido ao aumento dos custos com construção, principalmente, nos empreendimentos de Miracema e Mariana e aos gastos com reforços e melhorias de algumas concessões.
– EBITDA/Margem EBITDA IFRS de TAE11:
O EBITDA IFRS no 2T19 totalizou R$ 316,3 MM com margem EBITDA de 74,0%, o que representa um aumento de 9,3% em relação ao EBITDA IFRS do 2T18, reflexo do aumento da receita de correção monetária em função dos maiores índices de inflação, menor Parcela Variável registrada nesse trimestre e aumento dos custos.
OBS: O EBITDA IFRS não é uma medida que reflete a geração de caixa operacional da empresa, uma vez que o padrão IFRS gera um descolamento entre DRE e Fluxo de Caixa.
– Resultado de Equivalência Patrimonial IFRS:
No 2T19 o Resultado de Equivalência Patrimonial IFRS totalizou R$ 96,2 MM, 26,0% maior que o registrado no 2T18. Este aumento ocorreu principalmente pelos maiores investimentos nas concessões em construção (EDTE e ESTE, que fazem parte da TBE, Ivaí, Paraguaçu e Aimorés) cujas margens de construção impactam o resultado dos empreendimentos.
– Resultado Financeiro Líquido:
A despesa financeira líquida IFRS totalizou R$ 71,6 MM no 2T19, 30,9% maior em relação ao 2T18. O aumento de 92,1% nas “Receitas Financeiras” ocorreu em razão do maior volume médio de caixa aplicado, da maior rentabilidade alcançada nas aplicações e da menor distribuição de dividendos no 1S19 quando comparado ao 1S18. O aumento de 37,3% dos “Juros incorridos” foi devido ao maior volume de dívida entre os períodos comparados. O aumento de 22,9% na linha de “Variações monetárias” ocorreu basicamente devido ao aumento da dívida compensando a queda do IPCA entre os períodos comparados.
– Lucro Líquido IFRS:
O Lucro Líquido IFRS totalizou R$ 307,4 MM no 2T19 versus R$ 276,2 MM no 2T18, um aumento anual de R$ 31,2 MM (+11,3%). Vale destacar ainda o aumento de 92,6% do lucro líquido quando comparado ao 1T19, explicado basicamente pela retomada dos índices IGP-M e IPCA, entre o 2T19 e o 1T19, que impactaram tanto a receita de correção monetária quanto a linha de equivalência patrimonial. No 1S19 o Lucro Líquido IFRS somou R$ 467,0 MM, 8,0% menor na comparação com o 1S18.
– Endividamento:
No 2T19, a Dívida Bruta da Taesa totalizou R$ 4.690,8 MM, um aumento de 31,4% em relação ao registrado no 1T19. O caixa ficou em R$ 2.195,3 MM, maior em 82,8% contra o 1T19, resultando em uma dívida líquida de R$ 2.495,5 MM, com um crescimento de 5,3% no trimestre.
Este aumento na dívida líquida neste período foi influenciado basicamente pelo pagamento de dividendos e JCP realizados no trimestre, compensado em parte pela geração de caixa operacional. Já o aumento da dívida bruta em IPCA é explicado pela 2ª série da 6ª emissão da Taesa no valor de R$ 210 MM e a variação da dívida bruta em CDI é decorrente da 1ª série da 6ª emissão de debêntures da Taesa no valor de R$ 850 MM. Considerando a dívida líquida proporcional das empresas controladas em conjunto e coligadas, a relação dívida líquida sobre EBITDA ficou em 1,8x no 2T19, ligeiramente acima ao registrado no 1T19 (1,7x).
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– Redução de 50% da RAP:
Os contratos de concessão de transmissão da Taesa licitados entre 1999 e 2006 (Categoria II) preveem a redução de 50% da RAP (Rede Básica) a partir do 16º ano de operação comercial das instalações. Para os ciclos 2016-2017, duas concessões da Taesa atingiram o 16º ano de operação e terão redução de 50% no RAP. Para os ciclos 2017-2018, 2018-2019 e 2019-2020, onze concessões da TAESA atingiram ou irão atingir o 16º ano de operação.
– Projetos em Construção:
A Taesa possui atualmente 9 empreendimentos em construção com um investimento total de R$ 5.595 MM e uma RAP de R$ 1.008 MM (ciclo 2019-2020). Considerando apenas a participação da Taesa nessas concessões, o montante a ser investido é de R$ 3.774 MM com uma RAP proporcional de R$ 672 MM.
Conclusão sobre os resultados de TAESA do 2T19
Taesa é, provavelmente, o melhor exemplo de empresa que o investidor busca dividendos. A companhia tem um negócio muito previsível que funciona da seguinte forma.
- A companhia vence uma licitação para construir uma linha de transmissão
- Realiza os investimentos (Custos de Construção) durante um período que gira entre 3 e 5 anos.
- Termina a construção e pede a licença para a Aneel
- Começa a transmitir a energia por meio de seus fios
- A Receita que ela fará jus chama-se RAP e independe da quantidade de energia transmitida. O valor é pago para remunerar os gastos incorridos na construção da linha de transmissão.
- Esta Receita possui reajuste por algum índice de inflação, hoje em dia, normalmente o IPCA e o prazo é de 30 anos.
O que eu quis mostrar acima é que uma vez que a companhia construiu a linha de transmissão ela possui uma receita garantida e previsível por 30 anos!
Cabe ressaltar ainda que os custos de manutenção são pequenos. Tanto que a Margem Líquida e a Margem Ebitda do 2T2019 superam os 70%.
Como a companhia não tem muita necessidade de Capex incremental esta pode devolver quase todo o lucro líquido para os acionistas na forma de dividendos.
Veja acima, que nos últimos 5 anos, a companhia pagou cerca de 90% do lucro líquido na forma de dividendos, mas o valor deste cresceu muito pouco.
Isso ocorreu porque a companhia passou muitos anos sem realizar muitos investimentos relevantes. Agora, que a maioria de suas concessões está chegando ao 16º ano, e a sua RAP está se reduzindo pela metade a companhia começou a investir em novos projetos.
Antes de analisarmos o impacto nos resultados dos novos projetos, cabe ressaltar que Taesa, é uma das queridinhas daqueles investidores que estão saindo da Renda Fixa e migrando para a Bolsa, por causa da imagem abaixo:
Veja na imagem acima que o Dividend Yield de Taesa ao longo dos últimos 8 anos foi superior a 10% em quase todos, chegando a atingir o ápice de 15,6% em 2014.
Imagina, o investidor de Renda Fixa que está ganhando um cupom de juros real 7,5% ao ano prefixado, ou um cupom anual de 4,3% além da variação da inflação para o Longo prazo.
Agora imagina, que este mesmo investidor pode comprar Taesa, receber cerca de 8% a 10% ao ano, e ainda participar de um possível crescimento da companhia. Parece bem interessante né? E é exatamente por isso que a Taesa teve uma última pernada de alta.
Um outro motivo importante para que a Taesa tenha resultados mais fortes, lucros mais robustos, e com isso um dividendo maior é a alta inflação que insistiu em estar presente no 2T2019. Para o 3T2019, o cenário parece muito mais desafiador para Taesa.
E por fim, cabe mencionar que a companhia está investindo nos próximos anos mais de R$ 3,7 bilhões para incrementar sua RAP anual permitida em mais de R$ 670 milhões. Outro investimento que Taesa está buscando é a aquisição dos ativos da Ambar Energia que adicionará R$ 130 milhoes de RAP e mais de 1220 km de extensão.
A RAP anual permitida atual da Taesa é de R$ 2,712 bilhões, os projetos que ainda devem reduzir a sua RAP pela metade devem trazer impacto negativo para o Fluxo de Caixa da companhia em torno de R$ 300 milhões anuais. Contabilmente, este valor de redução já foi linearizado nos fluxos do IFRS, ou seja, essa redução afeta o Caixa, mas não muda o pagamento de dividendos.
A previsão é que nos próximos 3 anos a Receita de Taesa cresça R$ 500 milhões, ou quase 20%, além da inflação.
Com taxas de juros cada vez menores, um endividamento controlado, uma ampla geração de Caixa e receitas previsíveis, posso utilizar taxas de descontos menores no modelo de Fluxo de Caixa descontado para calcular o Preço Justo.
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Daniel Nigri (analista CNPI)
Com a ajuda de Leo Bittencourt
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Elaborado pelo analista independente Daniel Isaac Nigri CNPI 1810, este relatório é de uso exclusivo de seu destinatário.
Este estudo é baseado em informações disponíveis ao público nos próprios sites de RI das empresas analisadas ou comparadas, consideradas confiáveis na data de publicação.
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