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Alta volatilidade, investir assim é bom ou ruim?

 

No mundo das finanças, volatilidade é um termo muito usado, mexendo com os nervos de muitos investidores. Indica o grau de intensidade e frequência das oscilações dos ativos ou índices financeiros, como ações, títulos públicos, fundos de investimentos, Ibovespa, entre tantos outros.

Nas ações, a volatilidade está sempre presente. É comum presenciarmos grandes variações em um curto período de tempo: 2%, 3% de variação nos preços das ações tem sido rotina para o nosso mercado, especialmente nos últimos períodos.

 

E aí, como devemos nos comportar?

Para aproveitarmos esses movimentos, é necessário termos uma boa estratégia. Sem conhecimento, é muito provável que esse “vai e vem” frenético lhe traga grandes prejuízos. Gosto muito daquela frase que diz: “Enquanto alguns choram, outros vendem lenços”.

 

O que é volatilidade?

A volatilidade é uma medida de risco que indica, a partir da análise do comportamento de um ativo durante determinado período de tempo, a velocidade com que ele varia entre a queda e a alta.

Os ativos altamente voláteis não apenas apresentam uma rápida oscilação, como a mesma pode acontecer de maneira muito acentuada. Isso, porque a volatilidade também utiliza a intensidade da oscilação como medida.

É, sobretudo, um dado de extrema importância para os investidores. Ao passo que representa uma ameaça maior à lucratividade do investimento, apresenta ricas oportunidades àqueles que souberem se posicionar corretamente diante das suas movimentações.

 

Como ela funciona?

O cálculo da volatilidade consiste em encontrar, a partir da rentabilidade diária de um período, o seu desvio padrão médio.

Esse resultado, apresentado em forma de porcentagem, é o que chamamos de volatilidade.

No entanto, mais do que números, a volatilidade é um fenômeno comum a todos os ativos financeiros, sejam eles ações, títulos ou bens.

Afinal, nenhum ativo está sempre em alta ou em baixa. Tais  termos pressupõem uma elevação ou declínio frente a uma condição anterior. O que muda de ativo para ativo é apenas a força da variação.

 

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É como uma montanha-russa: por mais que a premissa do brinquedo sejam as subidas e as descidas, existem as versões mais levinhas (com aclives menores) e as versões mais impressionantes (com mudanças bruscas em poucos segundos).

O maior objetivo da volatilidade é, ao se basear em um histórico específico, conseguir prever a oscilação futura de um ativo.

Ela alinha as suas expectativas à realidade e proporciona a antecipação de determinados comportamentos.

Voltando à linguagem das atrações de diversão, é possível dizer que a volatilidade dá ao investidor uma poderosa ferramenta para entender se aquele investimento em potencial, é uma Takabisha ou uma montanha-russa de shopping center (em outras palavras: qual é a probabilidade dele quase morrer do coração em poucos instantes).

 

Como medir a volatilidade

 

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Formalmente, volatilidade indica o grau médio de variação da cotação de um título ou determinado índice de subir ou cair intensamente em um curto período de tempo. Quando se afirma que uma aplicação é extremamente volátil, entende-se que esta aplicação está sujeita a fortes oscilações.

Pode-se medir a volatilidade de algum ativo de várias maneiras. Os indicadores estatísticos mais utilizados são Desvio Padrão, Variância ou o Beta. O desvio padrão indica a dispersão estatística da informação, ou seja, demonstra quanto o valor pode variar para mais ou para menos. É calculado a partir da raiz quadrada da variância.

Então, a variância mostra o quão longe em geral os valores de alguma variável se encontram do valor esperado. É o desvio em relação à média da própria variável, ou a famosa “média do quadrado dos desvios”. Fugindo um pouco do marasmo da estatística pura, ambos dão ideia de dispersão.

 

O Beta

Na linguagem dos mercados, um indicador muito utilizado é o Beta. Relaciona basicamente o grau do retorno relativo de uma ação em relação ao retorno do mercado.

O beta do mercado é igual a 1 e todos os outros betas são calculados em relação a esse valor. Beta positivo sugere que a ação se move na mesma direção do mercado, enquanto beta negativo sugere um movimento em direção oposta. O cálculo é simples: covariância dos retornos do ativo em questão em relação aos retornos do benchmark.

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Quais são os tipos de volatilidade existentes?

A volatilidade pode ser classificada em diversas categorias. Algumas delas são:

 

Volatilidade cambial

Representa o grau de estabilidade que as moedas estrangeiras possuem.

 

Volatilidade implícita

Representa uma tentativa de estimar a volatilidade futura.

Através da análise dos preços praticados atualmente e do desvio padrão histórico, procurar determinar o preço que um título terá em um dia específico.

 

Volatilidade Real

 

Por último, temos a volatilidade real que representa efetivamente a variação dos preços dos ativos futuramente. Quando se conhece a oscilação, ela passa a representar a volatilidade histórica.

 

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Exemplos de volatilidade em investimentos

O que interessa ao investidor, mais do que as fórmulas para calcular a volatilidade, é ser capaz de compreender o quanto determinado investimento é volátil antes de escolher alocar o seu capital nesse ativo.

 

Para exemplificar, vamos comparar duas ações, veja a seguir:

Primeiro exemplo: Vamos imaginar uma ação que custe 10 reais e oscila, em média, 0,10 reais para cima e para baixo em um dia. Agora pense em uma ação que custe 10 reais, mas cuja oscilação durante todos os dias seja de 2 reais para cima e para baixo.

É possível para você identificar qual desses ativos deve ser considerado o mais e o menos volátil?

É possível afirmar que o primeiro ativo é mais previsível e menos volátil, uma vez que a variação do preço é menor, já no segundo, a margem de oscilação do preço é maior e por isso, é mais volátil e menos previsível.

Entretanto, ao analisar uma aplicação financeira, é necessário observar não somente a volatilidade somente no curto prazo. Você também deve observar os índices de volatilidade anuais dos investimentos.

 

Veja a seguir um exemplo que analisa a oscilação de preços de um ativo a partir desse contexto.

Segundo exemplo: pense em duas aplicações, cujo o valor, hoje, seja de 100 reais. A aplicação Z conta com uma taxa de volatilidade anual de 30%, enquanto a aplicação Y, uma taxa de volatilidade de 60% por ano.

Em números, isso quer dizer que o preço do ativo Z varia entre 70 e 130 reais e o do ativo Y entre 40 e 160 reais. Dessa forma, é fácil perceber qual desses ativos oferece riscos mais altos e uma possibilidade maior de retorno.

Caso você invista na aplicação E, tem mais chances de ganhar dinheiro, uma vez que a oscilação dos preços é maior, entretanto, as possibilidade de perdas é proporcionalmente a mesma, justamente porque o ativo é mais volátil.

Sendo assim, cabe ao investidor analisar o cenário para escolher os momentos em que vai arriscar mais ou arriscar menos.

 

Como a volatilidade pode ajudar o investidor?

O conceito de volatilidade é importante para medir a variação de preços de qualquer tipo de aplicação financeira: ações, títulos em renda fixa ou qualquer outro ativo.

Quando um investidor consegue compreendê-lo, bem como compreende também o conceito de riscos, ele poderá fazer uma estimativa acerca das possibilidades de perdas e de ganhos da aplicação escolhida, podendo diversificar mais a sua carteira, aumentar seus lucros e reduzir os seus prejuízos.

Em resumo, quando o investidor compreende a volatilidade de seus ativos, ele pode determinar quais serão os rumos dos seus investimentos.

Provavelmente você já viu a palavra volátil sendo aplicada de diferentes maneiras dentro do contexto dos investimentos, o que acontece porque ela está ligada não somente à oscilação no preço dos ativos, mas também tem a ver com o próprio mercado de investimento.

O mercado financeiro sofre a influência de diversos fatores externos, tais como a política, por exemplo, sendo assim, ele próprio está sujeito à volatilidade, o que faz com que esse seja um conceito bastante amplo e, ao compreendê-lo, você sai na frente no mercado de investimentos.

 

Identifique e respeite seu perfil

Sendo assim, na hora de escolher uma aplicação, o investidor deve conhecer o seu perfil, suas necessidades, como reage às oscilações do mercado, como se comporta diante do risco, para então decidir.

 

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A estratégia de investir olhando a longo prazo reduz essa tensão frente às oscilações. A diversificação é outra estratégia importante, pois ajuda a equilibrar sua carteira (os períodos de baixa de determinado ativo podem ser compensados pelo bom desempenho de outros). Procure conhecer bem as características de cada modalidade de investimento

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Marcelo Rabinovici

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