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Azul tem prejuízo de R$ 975 milhões no 1º trimestre, com TAP, câmbio e petróleo

A Azul (AZUL4) apresentou prejuízo líquido contábil de R$ 6,1 bilhões no primeiro trimestre. O resultado contrasta com o lucro líquido de R$ 125 milhões do mesmo período do ano passado.

Quando se excluem os ganhos e perdas com marcação a mercado e as variações cambiais (já que não há efeito caixa), o prejuízo ajustado é de R$ 975 milhões.

Assim como a Gol (GOLL4), que já divulgou seu balanço trimestral, o mau desempenho da Azul, no início do ano, não é culpa da pandemia de coronavírus. A demanda pelos seus voos, aliás, cresceu no período, o que levou a receita líquida a uma alta de 10%, para R$ 2,8 bilhões.

É verdade que os custos e despesas avançaram em ritmo mais acentuado (19,8%), pressionados, principalmente, por amortizações, custos de manutenção e prestação de serviços de tráfego. Com isso, o lucro operacional caiu 50%, para R$ 173,6 milhões.

Mas, o que realmente prejudicou a Azul, a ponto de registrar um prejuízo contábil bilionário, foi a parte financeira. Enquanto as receitas financeiras caíram 29,5%, para R$ 12,9 milhões, as despesas financeiras dispararam 54%, para R$ 438,5 milhões.

Além disso, a companhia aérea registrou pesadas perdas em outras linhas relacionadas. Os derivativos, utilizados como hedge para os combustíveis de 2020 (80% de cobertura) e 2021 (20% de cobertura) causaram perdas de R$ 1,281 bilhão de janeiro a março. No mesmo período de 2019, esses instrumentos geraram ganhos de R$ 126 milhões.

Dólar furado

A disparada do dólar também implodiu os resultados da Azul. No período, as perdas lançadas com variação cambial foram de estonteantes R$ 4,2 bilhões. A cifra é 4.589% maior que os R$ 90,3 milhões negativos contabilizados um ano antes.

Por fim, a companhia também assumiu uma perda de R$ 618,5 milhões, referente à sua participação na companhia aérea portuguesa TAP. O valor é 1.070% maior que o saldo negativo de R$ 52,9 milhões dessa mesma linha, no ano passado.

Tudo somado, a Azul acumulou prejuízo contábil, antes de impostos, de R$ 6,385 bilhões. Seu ebitda recuou 9,7%, para R$ 654 milhões, o que reduziu a margem de ebitda em 5,1 pontos percentuais, para 23,3%.

A companhia informa que encerrou março com R$ 3,1 bilhões em caixa e equivalentes. A quantia cresce para R$ 6,7 bilhões, se somados reservas de manutenção e ativos disponíveis.

Fonte: Money Times

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