Você já deve ter visto o dólar subir ou cair diversas vezes, não é mesmo? Aliás, essa variação é comum e acontece diariamente e muitas vezes ao dia.
O sobe e desce da moeda americana chama a atenção de todos: investidores, economistas, jornalistas e até do consumidor. Mas, afinal, o que provoca esse fenômeno?
O que faz uma moeda valorizar ou desvalorizar?
A valorização ou desvalorização da moeda não acontece apenas com o dólar. Na verdade, é possível acompanhar a taxa de câmbio de qualquer moeda, como o euro.
No entanto, por sua expressividade e importância no mercado mundial, é interessante ficar de olho na moeda americana e entender os diferentes fatores que impactam no seu valor em relação ao real.
Em resumo, são três os acontecimentos mais impactantes que podem aumentar ou reduzir uma moeda.
- Mudança na balança comercial
- Gastos Públicos
- Taxas de Juros
Aqui está o ponto do momento
Quando o Governo aumenta a taxa básica de juros (Selic), há uma tendência de que o dólar diminui. Lembrando que essa taxa é usada como base para juros de investimentos, empréstimos e financiamento.
Quando ela está alta, é mais interessante para os investidores estrangeiros colocarem recursos em aplicações financeiras no país, já que o rendimento será maior.
Qual é o papel do Banco Central no mercado de câmbio?
Em seu papel de regulamentar e fiscalizar o mercado de câmbio, cabe ao Banco Central autorizar as instituições que nele operam e também fiscalizar o referido mercado, inclusive com a prerrogativa de punir dirigentes e instituições mediante multas, suspensões e demais sanções previstas em lei quando há algum desvio de conduta.
O Brasil adota o modelo de câmbio flutuante, ou seja, um sistema que, teoricamente, permite que a lei da oferta e da demanda pela moeda defina o preço justo da mesma. Com isso, a cotação do Dólar muda diariamente e a cada minuto, por uma combinação de diversos fatores, que somados afetam a referida lei: especulação, proteção, divulgação de resultados macroeconômicos, situação política, boatos não confirmados e, por fim. intervenções da autoridade monetária do país.
Como funciona essa interferência?
Mas então, como funcionam essas interferências? Quais são os instrumentos? E por que esta atitude é tomada? A resposta mais simples e direta é: para redução de volatilidade.
Swap Cambial
Por meio dos contratos de “swap cambial”, o BC realiza uma operação que equivale à uma venda de moeda no mercado futuro (derivativos), o que reduz a pressão sobre a alta da moeda.
Venda Direta
A vendas diretas de dólar são feitas no mercado à vista – ou seja, é dinheiro entrando no mercado. Os recursos saem das reservas internacionais brasileiras. O Banco Central reluta em utilizar este instrumento para evitar uma queda das reservas cambiais – que são consideradas importantes para evitar uma desconfiança maior.
As vendas diretas tendem a reduzir a cotação do dólar frente ao real, seguindo o princípio da oferta e da procura: quanto mais dólares à disposição, mais baratos eles ficam.
Leilões de linha
Os leilões de linha também são feitos por meio da venda de moeda norte-americana no mercado à vista, com recursos das reservas internacionais brasileiras.
Nesse caso, entretanto, os dólares têm de ser devolvidos ao Banco Central nos meses seguintes. Durante esse período, ficam no mercado. Como retornam às reservas cambiais, o BC considera que essas operações não impactam as reservas cambiais.
Os leilões de linha tendem a reduzir a pressão pela alta da moeda.
Ptax
A Ptax é uma taxa de câmbio calculada pelo Banco Central, que serve de referência para liquidação de derivativos, e, no fim de cada mês, agentes financeiros costumam tentar direcioná-la para níveis mais convenientes às suas posições.
Temos uma “briga” entre comprados e vendidos pode elevar a instabilidade no mercado, fazendo o dólar mudar de sinal várias vezes ao longo da sessão.
O BC tem divulgado as taxas de fechamento diárias da Ptax –normalmente compartilhadas por volta das 13h– com atraso nos últimos dias, com a publicação de vários dados sendo afetada por operação padrão de servidores do BC, que pedem reajuste salarial.
Política de juros do Banco Central brasileiro
Um dos pontos que pesam na queda do dólar neste momento é a política de juros do Banco Central do Brasil, que na semana ajustou a Selic em 1,0 ponto percentual, elevando a taxa básica a 11,75% – um retorno aos dois dígitos após cinco anos.
Com os juros altos, investir no Brasil é um bom negócio para quem desembarca com dólares na conta. A Selic em alta atrai investimentos de baixo risco e rentabilidade garantida, como os papeis do Tesouro atrelados aos juros. Isso sem contar que boa parte das empresas brasileiras listadas na B3 estão descontadas e com os papéis desvalorizados.
Existe uma entrada de investimentos externos com grande volume na Bolsa, onde esses investidores estão com apetite de correr mais riscos por causa da alta dos juros aqui no Brasil,
Vamos além do aumento de juros no Brasil
O aumento dos preços das commodities é um ponto importante, mas também a uma recuperação há muito atrasada ante uma grande subvalorização.
Os custos do petróleo e produtos agrícolas dispararam desde o final de fevereiro, quando a Rússia invadiu a Ucrânia, em meio a temores de restrição da oferta. Nesse contexto, moedas de países exportadores, particularmente da América Latina, têm sido beneficiadas. Além do real, moedas como pesos chileno, colombiano e mexicano, sol peruano e rand sul-africano acumulam ganhos acentuados no ano.
Possíveis riscos para uma retomada de alta
O mercado agora aguarda uma política econômica mais rígida nos Estados Unidos, que terá uma atuação mais ativa do Federal Reserve (FED) para controlar a inflação – nesta quinta-feira o CPI de janeiro bateu 7,5% na base anual, maior registro feito pelo governo norte-americano desde 1982. A expectativa é de que a taxa básica de juros seja ajustada para algo entre 0,50% e 0,75% ao ano na próxima reunião do FED em março.
A ordem natural seria a alta do dólar em relação ao mercado global, porém como mencionado acima, aqui no Brasil os juros estão convidativos para o investidor correr mais riscos e para ganhar mais retorno do capital investido.
Além da política de juros do FED e dos conflitos por poder no mundo, pesam nessa equação de instabilidades as eleições brasileiras com maior tração em meados de junho além da questão política
Momento é de comprar ou vender dólares?
E para o investidor que se questiona se o atual período é convidativo para a compra do dólar ou ainda seria o caso de esperar mais alguns dias antes de tomar uma decisão pela compra da moeda, o sinal é positivo.
Para quem tem compromissos em dólar, como uma viagem marcada para o exterior, por exemplo, pode ser uma boa oportunidade de tentar aproveitar esse preço.
Porem…
É muito difícil acertar o ponto mínimo na curva para hora de comprar dólar. Mas uma estratégia muito interessante para conseguir aproveitar um preço médio é sempre planejar a viagem com o máximo de antecedência possível e, no decorrer deste tempo, ir fazendo compras escalonadas. Então, caiu um pouco? Comprei. Passou uns dias, caiu de novo? Comprei mais um pouco. Subiu? Comprei de novo”.
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