A alta da inflação, hoje na casa de dois dígitos (11,73% em 12 meses), aflige não só os consumidores que veem a renda minguar, mas também as empresas, cuja capacidade de planejar fica comprometida. Os reajustes de aluguéis, combustíveis e energia elétrica, por exemplo, têm um efeito devastador no caixa das micro, pequenas e médias empresas.
Levantamento do Sebrae em parceria com a FGV, com mais de 13 mil empreendedores, mostra que, para 50% dos entrevistados, a escalada nos custos é o que mais traz dificuldade para o negócio.
Custo de insumos e matérias-primas aumentou acima do esperado
Pelo menos 71% das indústrias extrativas e de transformação relataram aumento dos custos de insumos e matérias-primas no mês de março, conforme mostra pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) no último dia 1º de junho. Na indústria da construção civil, o aumento foi sentido por 73% das empresas deste segmento.
Já entre as empresas que dependem de insumos e matéria-prima importados, 58% das ligadas aos setores extrativista e de transformação relataram aumento de preço acima do esperado. No setor da construção civil, o aumento foi de 68%.
Os setores de Móveis, Limpeza e Perfumaria, Vestuário e Material Plástico como sendo os maiores afetados em obter insumos e matérias primas produzidos no Brasil. Além disso, a expectativa de normalização das cadeias produtivas nacionais teve um aumento expressivo no percentual que espera a regularização apenas para 2022.
A realidade atual mostra que o empresário que possui insumos e consegue produzir, ainda enfrenta dificuldades para distribuir o produto por falta de embalagens de papelão, plástico e vidros.
Matérias primas e Montadoras
Três das principais montadoras de veículos do país, Fiat, Volkswagen e General Motors (GM) decidiram suspender a produção por pelo menos 10 dias com férias coletivas aos funcionários.
Os recentes fechamentos das cidades de Xangai e Pequim para conter uma nova onda de contaminações pela Covid-19 pode agravar a situação adversa enfrentada pela economia nacional e global.
As maiores montadoras do estão com problema falta de componentes eletrônicos. O problema também atinge, de forma ainda mais disseminada, a indústria de aparelhos eletrônicos, onde o total de fábricas com atrasos ou até mesmo paralisação de parte da produção é o maior desde o início da crise dos semicondutores.
Da guerra entre Rússia e Ucrânia, de onde saem insumos essenciais ao processo de produção dos chips, à morosidade na liberação de cargas em alfândegas por conta da operação-padrão de fiscais da Receita Federal, as duas indústrias vêm enfrentando uma sucessão de obstáculos para manter as linhas funcionando sem interrupções.
Tudo que a China produz e exporta ou importa pode ficar travado. O tempo de espera dos navios por mercadorias nos portos vai aumentar, elevar o custo de logística e reduzir a oferta de produtos no mundo, fazendo com que os preços aumentem,
Os isolamentos totais já resultaram em revisões das expectativas de crescimento da economia chinesa neste ano para um patamar abaixo de 4%.
Futuro
Diante de uma ruptura generalizada hoje, as empresas industriais devem reimaginar suas arquiteturas de cadeia de fornecimento global para serem competitivas amanhã.
- As cadeias de fornecimento tradicionais podem não ser mais adequadas no mundo de hoje e de amanhã.
- Um grande número de empresas está repensando a configuração de sua cadeia de fornecimento global.
- As empresas devem agir de forma rápida e decisiva se quiserem ter cadeias de abastecimento resilientes e permanecer competitivas.
As empresas precisam fundamentalmente reimaginar e transformar suas cadeias de abastecimento se quiserem manter a competitividade frente a essas forças.
Veja as possibilidades de planos