A Rainha Elizabeth II, a mais longeva monarca britânica da história, morreu no dia 08 de setembro de 2022, aos 96 anos de idade. Sendo que, em 2022, a Rainha tinha completado 70 anos de reinado. Com a sua morte, o príncipe Charles (agora Rei Charles III), de 73 anos, assume o trono do Reino Unido e de outros 14 países que têm o monarca britânico como chefe de Estado. A Rainha morreu em meio a um cenário de crise inflacionária, energética e política. Desse modo, muitas são as incertezas sobre o futuro do Reino Unido.
Como Elizabeth II enfrentou 3 crises que abalaram Reino Unido
O fim do Império
Em 1953, com apenas 27 anos, a monarca foi coroada e apresentada ao mundo como um novo começo para um reino empobrecido que viu seu império se desfazer após os estragos da 2ª Guerra Mundial. Elizabeth 2ª reconheceu que a monarquia e o país precisavam se adaptar às sensibilidades do pós-guerra e aceitar o declínio do colonialismo. Apesar de na sua época haver quem visse na organização a certeza do declínio da influência britânica no mundo, a monarca manteve o entusiasmo por esse fórum internacional. “A esta nova concepção de uma associação igualitária de nações e raças me entregarei de corpo e alma todos os dias da minha vida”, prometeu.
Crise em casa
Durante a década de 1970, a rainha, além de chefe de Estado e comandante-em-chefe das Forças Armadas, assumiu o papel de “consoladora-chefe” dos britânicos diante dos problemas que enfrentavam. Somente em 1974, o Reino Unido mergulhou em uma onda inflacionária, em um momento de instabilidade política que provocou duas eleições gerais, e também sofreu uma sangrenta campanha de ataques perpetrados pelo grupo extremista Exército Republicano Irlandês (IRA, na sigla em inglês). No entanto, seus primeiros anos também coincidiram com as tensões sociais causadas pela chegada de imigrantes das ex-colônias no Reino Unido.
Escândalos e tragédias
Em 1992, Elizabeth 2ª viu como o aniversário de suas quatro décadas no trono foi manchado pelo naufrágio dos casamentos de dois de seus filhos, depois de suportar por meses o constrangimento de ver escândalos de infidelidade sendo publicados pelos tablóides britânicos. E como se isso não bastasse, também teve que enfrentar o incêndio que reduziu a cinzas parte do Castelo de Windsor, sua residência habitual nos arredores de Londres.
Contexto econômico do Reino Unido antes da morte da Rainha Elizabeth II
A Rainha Elizabeth II representava uma grande estabilidade política e econômica para o reino. Sendo que a Rainha morreu em meio a um cenário de crise inflacionária e energética. Além disso, existem crises políticas envolvendo, por exemplo, a Irlanda do Norte e a Escócia. Inclusive, esses países podem realizar movimentos de independência após a morte da Rainha. A questão da inflação é particularmente preocupante. Em julho de 2022, a inflação no Reino Unido atingiu um novo recorde de 40 anos, superando a marca de 10% pela primeira vez desde 1982. Em relação à crise energética, o Reino Unido está sofrendo com a pressão sobre os custos de energia, pois é dependente do gás em sua matriz energética. O problema é que o custo do gás subiu muito por causa da guerra na Ucrânia e da redução das exportações russas para a Europa. O Reino Unido já vem de uma situação econômica complicada e que pode piorar nos próximos meses por causa da chegada do inverno. Desse modo, a morte da Rainha Elizabeth II pode ser mais um fator de insegurança para a economia local. Em outras palavras, a Rainha representava estabilidade e continuidade, dois elementos essenciais para uma economia. Com a sua morte, o cenário é de incerteza. Até porque, a nova ministra Liz Truss tinha tomado posse, dois dias antes da morte da Rainha. Neste cenário, a expectativa é que o Rei Charles II exerça um papel de unificador e pacificador, já que o país está em um cenário de crise econômica.
Morte da rainha Elizabeth II pode desvalorizar libra
A morte da rainha Elizabeth II pode ser mais um fator para a desvalorização da libra esterlina, a moeda britânica, avaliam especialistas, A monarca, que morreu nesta quinta-feira (8), aos 96 anos, representava, na avaliação deles, grande estabilidade política e econômica para o reino. Com a crise inflacionária, energética e as crises políticas envolvendo, por exemplo, a Escócia e Irlanda do Norte – ambas com possibilidades de movimentos de independência no longo prazo após a morte de Elizabeth -, a libra esterlina pode sofrer com uma desvalorização e os custos de vida podem aumentar ainda mais. No caso da Escócia, eles queriam se tornar independentes, mas mantê-la [Elizabeth] como monarca, portanto, é um sinal de que a população britânica não é necessariamente monarquista, ela é “elizabethista”. Ela está reinando a 70 anos, então a ideia de monarca é ela. Alguém com menos prestígio terá uma grande dificuldade para conquistar a população, O possível impacto na moeda britânica soma-se ao contexto complexo de crise energética e aumento do custo de vida. Em julho, a inflação no Reino Unido atingiu um novo recorde de 40 anos em julho, superando a marca de 10% pela primeira vez desde 1982. O resultado fez com que especialistas revisassem as previsões inflacionárias para o país.
Impactos
Mesmo tendo ensaiado tudo que ocorreria no dia da morte dela, com todos os feriados que serão decretados, eventualmente vários eventos que ela participava, a economia local, com o turismo do palácio, tudo isso vai levar um tempo para voltar para uma normalidade, até o rei ganhar o carisma da população como a rainha conseguiu no seu reinado. Primeiramente, o mercado fica em luto por um período, e pautas como a crise energética acabam não sendo votadas. Tenho também, neste período, bolsa fechada. Já disseram que no dia do funeral a bolsa de valores de Londres estará fechada e a maioria dos bancos estarão fechados. Consequentemente, você tem uma paralisação da economia no país. O Reino Unido vive, cada vez de forma mais clara, uma certa perda com a adesão ao Brexit, porque o país está seriamente ameaçado por uma recessão, por conta de uma inflação que é muito alta.
Por que a morte da rainha da Inglaterra não tem tanta influência sobre a economia?
Por ser uma monarca constitucional, a rainha tinha poderes limitados pela constituição, ou seja, por mais que Elizabeth II fosse a chefe de Estado, ela tinha poderes simbólicos e cerimoniais. Dessa forma, a parte executiva ficava muito mais para o primeiro-ministro (que é o chefe de governo) do que realmente para a rainha (ou rei). Tudo isso também se aplicará ao rei Charles. Ela tem uma influência muito pequena no próprio governo inglês. É um cargo mais simbólico. É um cargo que não é executivo, é uma questão muito mais de estabilidade emocional que traz uma certa estabilidade mais política, baseada na tradição, mas com muito pouca influência na economia”, disse Neto. Ia ser anunciado o pacote de medidas econômicas da primeira-ministra Liz Truss. Foi cancelado o anúncio, justamente porque sabemos da importância que tem a rainha Elizabeth, há 70 anos no trono, a única que conseguiu esse feito. Economicamente falando, além das moedas de circulação, que serão retiradas e colocadas novas moedas com o rosto do rei Charles, a gente vive um momento de inflação na Inglaterra, de possíveis congelamentos de preços. A Lizz Truss havia falado sobre isso, que iria congelar o preço do gás, por conta da situação da guerra na Ucrânia. Ela já tinha inclusive se encontrado com a rainha na terça-feira, mas isso também deve ser adiado diante do fato da morte da rainha da Inglaterra.
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