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Ata do Copom: BC defendeu manutenção da Selic por precisar avaliar impactos da alta de juros

A maioria do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central votou pela manutenção dos juros básicos em 13,75% ao ano em reunião na semana passada por defenderem “cautela e a necessidade de avaliação, ao longo do tempo, dos impactos acumulados” da alta de juros feita desde o ano passado.

Já os dois membros que votaram por subir os juros em 0,25 ponto percentual defenderam que o movimento “reforçaria a postura de vigilância e refletiria a observação da atividade mais forte do que esperada”.

Segundo ata daquela reunião, divulgada nesta manhã, houve unanimidade em “reforçar” que o Copom irá “perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”.

O documento diz que o comitê “não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado”.

Na semana passada, o BC manteve os juros básicos em 13,75% ao ano, mas os diretores Fernanda Guardado (Internacional) e Renato Gomes (Organização) defenderam uma alta de 0,25 ponto percentual.

Inflação segue elevada


O Copom afirmou que a inflação ao consumidor, apesar da queda recente em itens mais voláteis e dos efeitos das medidas tributárias, segue elevada.

“As divulgações recentes foram fortemente influenciadas pela redução de preços administrados, em função tanto da queda de impostos quanto, em menor medida, das quedas dos preços internacionais de combustíveis. Além disso, itens relacionados a bens industriais, refletindo a queda de preços ao produtor e a distensão das pressões nas cadeias globais de valor, também apresentaram uma incipiente queda”, disse na ata de sua última reunião, divulgada nesta terça-feira.

O Copom destacou que componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária, que apresentam maior inércia inflacionária, estão acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta para a inflação. As expectativas de inflação para 2022, 2023 e 2024 da pesquisa Focus estão em torno de 6,0%, 5,0% e 3,5%, respectivamente.

Crescimento do PIB

O Copom ainda afirmou que os dados do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre apontaram “ritmo de crescimento acima do esperado” e que os dados mais recentes continuam a mostrar crescimento, ainda que mais moderado.

“Observou-se crescimento robusto tanto no consumo quanto no investimento”, diz a ata do Copom sobre o PIB do segundo trimestre, ao detalhar a decisão do colegiado de manter os juros estáveis em 13,75% ao ano em reunião na semana passada.

“O mercado de trabalho seguiu em expansão, ainda que sem reversão completa da queda real dos salários observada nos últimos trimestres”, disse, referindo-se à evolução da economia no terceiro trimestre.

Política fiscal afetando a inflação

O colegiado ainda afirmou que há vários canais pelos quais a política fiscal pode afetar a inflação, “incluindo seu efeito sobre a atividade, preços de ativos, grau de incerteza na economia e expectativas”.

“No cenário doméstico, o Comitê avalia que o aumento de gastos de forma permanente e a incerteza sobre sua trajetória a partir do próximo ano podem elevar os prêmios de risco do país e as expectativas de inflação à medida que pressionem a demanda agregada e piorem as expectativas sobre a trajetória fiscal”, disse na ata de sua última reunião, divulgada nesta terça-feira.

Fonte: Valor Investing

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