Recentemente, o TradeMap fez um levantamento mostrando a rentabilidade dos principais investimentos em 2022. Em primeiro lugar no ranking ficou o IDIV (índice de dividendos), o qual é composto apenas por companhias boas pagadoras de dividendos.
Para que uma empresa seja capaz de pagar dividendos, é crucial que ela seja uma forte geradora de caixa. A geração de caixa nada mais é do que o dinheiro que uma companhia arrecada no caixa durante um determinado período subtraído de todos os seus custos, despesas e investimentos.
Sendo assim, entendemos que para uma companhia ser uma boa pagadora de dividendos – especialmente em momentos tão sensíveis como vivemos nos últimos dois anos – é fundamental que ela tenha uma boa saúde financeira e uma constante geração de caixa.
Logo, empresas que tiveram grandes perdas em seu volume de vendas, perdas de market share, fortes aumentos de custos com dificuldade de repassá-los no preço final dos produtos, dentre outros empecilhos, dificilmente foram capazes de pagar dividendos.
Por outro lado, companhias que se mostraram mais resilientes, seja pelo mercado que atuam vender produtos e serviços de primeira necessidade, seja pelo poder de marca que possuem, seja pelas vantagens competitivas, estas provavelmente permaneceram aptas a distribuir proventos.
Já pegando este gancho, é exatamente isso que quero mostrar para você.
Quando enxergar o futuro se torna mais complicado e desanimador, investidores tendem a olhar mais para negócios que já são mais maduros e sólidos. O que isso quer dizer?
Bom, estamos vivendo uma época de juros e inflação elevados, com diversas tensões acontecendo no mundo e ainda uma série de inseguranças acerca da responsabilidade fiscal no próximo governo. Uma conjuntura caótica.
Agora, pense em uma empresa que, atualmente, não gera caixa, não lucra, reportou queda no volume de vendas, perdeu market share, tem muitas dívidas, etc… O que te faria carregar uma companhia deste tipo na carteira? Falando por mim, o único motivo seria pagar muito barato pelas ações desta empresa, afinal, o risco de ser sócio de uma companhia como esta seria altíssimo.
Em contrapartida, pense em uma empresa pouco endividada, que continua gerando bastante caixa e lucro, que ganhou market share, que conseguiu repassar o aumento de custos no produto final sem perder volume de vendas e que foi capaz de manter e até aumentar a distribuição de dividendos. Carregar essa empresa na carteira durante um período turbulento como esse traz bem mais conforto, não acha? Então, o mercado pensa desta maneira também.
Portanto, compreendemos que quando o caos é instaurado no mercado, investidores procuram a previsibilidade. Empresas que podemos apelidar de “reloginho” costumam se sair muito bem durante estes períodos e as boas pagadoras de dividendos, na maioria das vezes, estão entre elas.
“Nas noites escuras, todos os que aplicam na Bolsa buscam os dividendos como farol para se orientarem.” – Décio Bazin.
Fez sentido?
Grande abraço, João Pedro Mello
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